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quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

XXXXII - Evangelismo Ontem e Hoje

Parte XXXXII
Evangelismo Ontem e Hoje

INTRODUÇÃO
Podemos aprender com a História da Igreja, ou ela nos serve apenas para mostrarmos conhecimento livresco e ostentação de datas e nomes antigos? Foi desta pergunta que surgiu o interesse em escrever sobre este assunto! O evangelismo na Igreja Primitiva tem muito a nos ensinar hoje. Por que não observarmos o mover do passado tirando dele lições preciosas para o presente? A Igreja Primitiva tem muito a ver com o que pensamos sobre evangelismo na Igreja Contemporânea!

I. OS RUMOS DO EVANGELISMO NA IGREJA PRIMITIVA E NA IGREJA CONTEMPORÂNEA

Apesar de muitos pensamentos ao contrário, aquele foi o melhor momento de Jesus vir ao Mundo. Mas, Roma não era a potência mundial? César não era o “senhor” da época? Não havia pobreza e opressão por causa do Império ditador vigente? A resposta é sim, é deve ser sim! Roma construía grandes estradas para cidades circunvizinhas, onde o comércio se propagava com facilidade. Todo o comércio era obrigado a caminhar pelas estradas de Roma. Foi a época da frase: “Todos os caminhos levam à Roma”. Onde um Império destes beneficia o Evangelho? A resposta é simples! Os evangelistas utilizavam-se das mesmas estradas usadas pelos comerciantes para disseminar a Palavra de Deus. A diferença estava nos propósitos de cada um, isto é, o comerciante ia pelo dinheiro, já os evangelistas iam por Cristo. Um outro benefício disto, era que, para se viajar, não necessitava-se de passaporte! Sabe-se até de um certo homem que viajou para Roma 72 vezes, sem precisar de “burocracia” nenhuma.

O judaísmo foi, ao contrário do que alguns pensam, uma faísca que ajudou na grande fogueira do cristianismo. Principalmente porque os judeus tinham grandes privilégios para com os romanos, pois ficaram ao lado de César na guerra e, eram fiéis à preferência deste Imperador, até os tempos da Igreja Primitiva. Os romanos, inclusive, passaram até a admirar os costumes e religião dos judeus. E isto foi causa até mesmo de grandes proselitismos e ajudas vindas deles (Lc. 7:5).

No Primeiro Século a.C., os filósofos começaram a disseminar o politeísmo (embora crescem eles em algum tipo de monoteísmo). Porém, os judeus, que são monoteístas, continuaram com sua crença e, por sua vez, conseguiram disseminá-la também. Assim, na época da Igreja Primitiva, haviam religiões fundamentadas nos dois princípios – monoteísta e politeísta.

Muitos romanos da época não aceitavam o judaísmo como religião por causa de seus rituais, principalmente o da circuncisão, que achavam ser um ato de selvageria. Mas, quando a circuncisão foi substituída pelo batismo nas águas, na Graça, muitos começaram a aceitar a religião cristã. Num período onde as religiões de “mistério”, onde as pessoas tinham que ser “iniciadas”, isto é, passar por processos de “batismos” de aceitação e “pactos” de sangue, onde haviam morte ou dor, de uma vítima ou do próprio iniciado, o Evangelho veio como um refrigério, pois exigia-se do convertido, renúncia do “eu” (Mt. 16:24) através do sacrifício já feito na cruz do Calvário, por Cristo Jesus, não necessitando o ser humano fazer mais sacrifício ou penitência alguma! Isto era algo muito chamativo para as pessoas da época, que apenas conheciam deuses carrascos e extremamente exigentes! Sabe-se de uma religião daqueles tempos, por exemplo, que a pessoa, para ser iniciada nela, devia deitar-se no chão, de barriga para cima, e um animal era sacrificado sobre sua barriga, para que seus pecados fossem perdoados! Os romanos se assustavam com a religião judaica porque acabavam generalizando, achando que os sacrifícios deles também eram assim. As religiões serviam para saciar o desejo de segurança espiritual dos homens, principalmente a segurança após a morte. Mas, muitas delas, ofereciam medo para adentrar-se nelas e ainda, após serem iniciados, os homens ainda ficavam na incerteza, com tantas exigências rituais enquanto participavam das tais. Na verdade, quando as pessoas adentravam as religiões da época da Igreja Primitiva, seus pontos de interrogações e incertezas não diminuíam, ao contrário disto, geravam mais dúvidas e indagações como: “estaríamos conforme as exigências rituais religiosas prescritas na lei por nós seguidas?”; “estariam nossas atitudes agradando as exigências de tais leis?”; “como consegue-se alcançar exigências tão transcendentes sendo o homem tão falho?” O Evangelho, com seu sacrifício perfeito – Jesus Cristo – conseguiu suprir todas as necessidades e incertezas humanas, para aqueles que crêem (Hb. 8 – 10).

Percebe-se também a facilidade de se espalhar os ensinamentos de Cristo, pelo fato de a língua grega ser uma língua quase que Mundial naquela época. Por causa da helenização, a maioria das pessoas entendiam o grego, assim, podia-se pregar o Evangelho em grego e ser entendido em quase todos os lugares civilizados daquele período.

Desta forma, assim como Roma foi o berço de muitos filósofos ateus, contribuiu de igual modo com a pregação do Evangelho. Vê-se isto até mesmo através da tolerância e conservação dos judeus neste Império. Os judeus nunca foram proibidos de terem sua religião por nenhum imperador romano. É certo que houveram tempos onde os cristãos foram fortemente perseguidos por alguns líderes romanos, mas isto, no fundo, contribuiu muito mais do que atrapalhou, pois com a perseguição assirrada, houve uma disseminação maior dos cristãos pelo mundo, pois quando havia afronta em uma região, os cristãos acabavam se espalhando por outros lugares, levando consigo o Evangelho da Graça.

Enfim, na igreja contemporânea não temos de igual modo uma língua quase que mundial como nos tempos romanos? Sim! O inglês, que é uma língua muito conhecida por onde passamos (quase todo o mundo tem o inglês como língua comercial). Ou ainda o espanhol (está em 84 países, também como língua comercial). E isto, sem contar com os meios de comunicação de que dispomos na atualidade, como a Internet. Se temos, atualmente, tanta chance quanto a Igreja Primitiva teve de pregar o Evangelho a toda a criatura, se o evangelismo “Ontem” e “Hoje” seguem rumos bem semelhante, o que estamos esperando?

II. O EVANGELISMO COM SUAS DIFICULDADES PRIMITIVAS E ATUAIS

Apesar de tantos benefícios, mostrados no capítulo anterior, haviam também as dificuldades para se pregar o Evangelho na época da Igreja Primitiva! Muitas vezes, achamos que só na atualidade existem as dificuldades! Achamos isto, também, porque pensamos que se antigamente não havia tanta tecnologia, então, talvez seria mais fácil as pessoas crerem em um mundo espiritual. Porém, esquecemo-nos que nos tempos da Igreja Primitiva, a idolatria era predominante, e havia se tornado parte da cultura religiosa do povo e que os únicos que tinham liberdade religiosa eram os judeus, e ainda eram discriminados por isto! Nós, diferentemente deles, temos liberdade religiosa apoiada pela nossa Constituição! As pessoas de hoje que não crêem em Cristo, o fazem por liberdade, pior foi o tempo onde não criam porque isto resultaria em discriminação e, em algumas localidades, perseguição, sofrimento e até mesmo morte!
Os judeus acreditavam em um tipo de monoteísmo absolutizado em uma só pessoa da Trindade. Neste tipo de monoteísmo, Jeová era visto como o Deus solitário, sem ninguém que se equiparasse a Ele, nem que o Ser equiparado a Ele, fosse de Sua mesma natureza. Para expor tal fato, necessita-se de argumentos bíblicos bem apurados e, muitos dos que seguiam a religião judaica, eram bem instruídos, em contrapartida, os cristãos eram bem pouco estudados! Por este motivo, muitos dos principais e fariseus não criam no Evangelho. Isso não ocorre, às vezes, também em nossa época? É claro que sim! Porém, a culpa agora é nossa, pois temos condições de estudar para atingirmos tanto a doutos quanto a indoutos em nossas pregações e, por motivos variados, não estudamos, não pesquisamos, não crescemos “na Graça e no conhecimento” junto (2ª Pe 3.18), e acabamos, em muitos lugares, só alcançando os indoutos! É claro que para a pregação do Evangelho, o primordial são os valores espirituais, mas, os materiais também contam. Não façamos da nossa “preguiça” ou “falta de vontade” um estorvo à pregação das Boas Novas do Reino de Deus! Nenhum dos discípulos de Cristo saíram a pregar o Evangelho sem antes serem preparados para tal. Perceba-se que deixaram de ser chamados de “discípulos” (literalmente “alunos” ou “aprendizes”) e só foram chamados de “apóstolos” (que significa “enviados”) depois do período de aprendizado com Jesus Cristo! Chega de desculpas irmãos! Vamos nos preparar, os “campos brancos estão para a ceifa” (Jo 4.35).

Outra dificuldade de se pregar o Evangelho naquela época, era pelo fato de que os judeus sabiam que “o Cristo” havia morrido numa cruz. A cruz, segundo o livro de Deuteronômio 21:22,23, era o lugar onde morriam os malditos e, para os judeus, o Cristo nunca teria de passar por esta humilhação, aliás, para eles, o Cristo não passaria por humilhação nenhuma! Esqueceram-se de ver em Isaías 53, que o Messias seria também o Servo Sofredor que levaria sobre Si a nossa “maldição” através de Sua expiação. Eles achavam, ao contrário do que o próprio Jesus ensinou, que Ele teria grandes poderes políticos, e nada disto aconteceu, pois O Messias, na verdade, não seria o “rei do pecado”. O Império que realmente subjugava a humanidade, não era o de César, mas sim o Império da Morte. Como o Império da Morte estava em outra dimensão, no mundo espiritual, e isto acabava prejudicando a esfera do material, Cristo aniquilou o mal pela raiz, pela causa, no mundo espiritual, isto é, o Reino dele não foi deste mundo porque Sua luta foi contra um reino que também não era daqui (Jo. 18:36; Hb. 2:14).

A perseguição ao cristianismo começou porque não eram os cristãos como os religiosos judeus antigos. A única religião que poderia existir, para os romanos, além da religião romana, era a dos judeus, o que diferenciasse destas duas, tinha de ser examinada. Com isto, começaram a perseguir os cristãos, e a expulsá-los, e quem também sofreu com isto, foram os judeus, pois os romanos achavam que se o cristianismo havia surgido do judaísmo, estes também não poderiam permanecer mais, porque haveria o risco dos judeus, como os cristãos, aderirem a muitas outras crenças paralelas e excluírem as já existentes no Império Romano. O cristianismo primitivo, ao que parece, era mais excludente que o judaísmo do período, pois, os judeus viviam entre os pagãos romanos e até mesmo se adaptavam ao governo de César sem muito problema, porém, o cristianismo não aceitava os dias de festas pagãs, por isso não os comemorava e nem ia à praça pública comemorá-las e, ao contrário do judaísmo, que esperava-se a pessoa vir por si mesma e tornar-se um prosélito, o cristianismo por sua vez, ia até as pessoas proclamando as Boas Novas e convidando-as a renunciarem todas as práticas antigas, principalmente as práticas religiosas romanas. Perceba-se que os pregadores primitivos “ia” às pessoas, não as esperava “vir” até elas. Isto é para que percebamos como o Evangelho também encontrou dificuldades contra o paganismo greco-romano, não tão diferente como hoje!

O culto greco-romano era realizado apenas por uma questão de cultura. Ninguém queria saber se realmente haviam ou não os deuses aos quais adoravam e serviam, simplesmente cultuavam sem inquirirem nada à respeito do que criam. Os seus cultos eram apenas um ritual passado de geração-a-geração, e seguiam apenas para não perderem as tradições. Era o famoso: “Nasci nesta religião e vou morrer nela!” Seguiam os ritos, então, apenas por uma questão de tradicionalismo, mas não porque era a verdade. Isto tudo era bem diferente do Evangelho, com seus cultos calorosos e avivados. Cultos esses aos quais não prostravam-se diante de imagens ou objetos considerados sagrados, mas sim, uma crença no Deus que havia morrido e ressuscitado, e que estava ainda no meio deles por intermédio do Espírito Santo.
Não seriam estas as dificuldades básicas de hoje também? Não temos atualmente religiões bem semelhantes às judaicas e às romanas do período da Igreja Primitiva? Não pregaram eles o Evangelho, apesar de tudo isto, a toda a criatura? Se o evangelismo “Ontem” e “Hoje” encontra as mesmas dificuldades, e mesmo assim eles conseguiram, o que estamos esperando?

III. A IGREJA PRIMITIVA E A DE HOJE NA EVANGELIZAÇÃO DOS JUDEUS

Se pregar o Evangelho aos desconhecedores de Deus já é difícil, imagine só pregar o Evangelho àqueles que se julgam conhecedores plenos de Deus?! Isto ocorreu com os primeiros cristãos em Roma. Lá, haviam muitos judeus que ainda seguiam sua religião à risca, porém, poucos que realmente buscavam a Deus! Aconteceu que, os que simplesmente seguiam a religião por motivo semelhante aos romanos, apenas por tradição, não aceitavam de maneira nenhuma a Jesus como Senhor e Salvador de suas vidas, pois eram fanáticos materialistas. Porém, os que realmente buscavam a Deus, conseguiam enxergar a verdade sobre Jesus e a Sua Salvação proporcionada na cruz. Quantas pessoas hoje, que você conhece, seguem sua religião porque aderiram cegamente a ela? Quantas que não querem ser alertadas, pois acham que aceitar a Jesus é trocar de “religião”? O pior cego não é aquele que não quer ver? Esta era a situação dos judeus, como também hoje ainda o é.

Os judeus materialistas esperavam – como ainda hoje – o Messias político, que dominaria todo setor econômico, administrativo, legislativo e territorial do mundo todo e cederia tudo a Israel. Um pensamento bem semelhante ao de Hitler quando na época do “Holocausto”! O exclusivismo absoluto foi e é o grande problema do judeu.

Esqueceram-se eles de seus próprios pecados e da necessidade primordial do perdão de Deus para que o “Reino dos Céus” fosse manifesto em sua vida espiritual. Queriam eles resolver um problema terreno e material olvidando o espiritual (Mt. 6:33).

Os cristãos sempre usavam como fato e como prova de que Jesus era o Messias, as promessas feitas por Deus aos profetas no Antigo Testamento. Fatos estes, que nunca ninguém conseguiu refutar. Os judeus-cristãos mostravam que todas as promessas cumpriram-se em Jesus, e com isto, conseguiram ganhar muitos à Salvação. Porém, também perderam muitos, como já exposto anteriormente, pelo fato de os judeus não aceitarem a idéia de que Jesus era o Messias tendo morrido numa cruz. Não entendiam que Jesus não era maldito, mas sim, que tornou-se maldição por nós (II Co. 5:21). Jesus ressuscitou ao terceiro dia, não como maldito, mas como o Vitorioso, pois não recebeu o salário do pecado, que é a morte, mas garantiu-nos o Dom gratuito de Deus, a Vida Eterna, vencendo as ânsias da morte (Rm. 6:23).

Os judeus tentavam argumentar o fato de não ser Jesus o Messias, por intermédio de muitas afirmações que diziam não ter respostas, porém, quando chegavam à ressurreição de Cristo, não havia como negar, Ele realmente ressuscitara, andou entre seus discípulos por espaço de quarenta dias (At. 1:3) e apareceu a mais de quinhentos irmãos (I Co. 15:3-8). Não somente isto levava os judeus da época a se calarem diante da Verdade, como também, toda a vida de Jesus, onde não houve sequer uma profecia que não foi cumprida Nele, e onde não houve pecado algum (Mt. 26:56: Jo. 8:46).

Os judeus reclamavam também o fato de os cristãos usarem os mesmos livros do judaísmo (a Lei e os Profetas). Diziam que haviam sido roubados, porém, os cristãos diziam que os judeus não davam o valor correto à Palavra de Deus, e provaram isto com passagens como “o bezerro de ouro”, “as murmurações no deserto”, etc. A Palavra de Deus não é de cunho exclusivo e particular, mas, para todos os que crerem (Rm. 1:16,17).

Muitos, no decorrer da história, disseram que apesar desta briga judaica contra o cristianismo, na verdade, são ambas as religiões a mesma coisa. Disseram até mesmo que Jesus foi uma tolice judaica seguida por pessoas sem escrúpulo e que não raciocinam. Porém, tolices não permanecem por tanto tempo sem serem desmentidas, e Jesus permaneceu, firmando ainda a Sua Igreja para continuar disseminando a Verdade através da pregação do Evangelho a todos os povos (Mt. 28:18-20).

Se as dificuldades na evangelização dos judeus e das pessoas semelhantes a eles foram superadas pela igreja de “Ontem”, podem, de igual modo, ser superadas na igreja de “Hoje”. O que estamos esperando?
IV. A IGREJA PRIMITIVA E A ATUAL NA EVANGELIZAÇÃO DE TODOS OS POVOS EM TODAS AS CULTURAS E RAÇAS

O Evangelho tem uma mensagem que alcança todo tipo de coração. E isto foi mostrado desde os tempos de Jesus até aos nossos dias. Percebemos na História da Igreja Primitiva que o Evangelho foi bem recebido pelos gentios, pois estes eram comumente considerados como sem valor pelos judeus tradicionais da época. Os gentios eram tratados como servos, eram humilhados e sofriam para que outros se alegrassem. É aí onde o Evangelho foi de encontro às necessidades deles! Imaginem só um Deus que já havia passado pela situação de servo, sendo humilhado, que sofreu para a alegria de muitos, enfim, que conhecia de perto o que eles passavam?! Este era o Deus que precisavam!

Antioquia foi o início de tudo. Ali aconteceu a primeira faísca que acendeu a grande fogueira da evangelização mundial. Parece que a grande dificuldade encontrada por eles, foi apenas a tradução do Evangelho para as línguas dos povos evangelizados. Não a tradução somente das palavras mas principalmente a tradução das idéias. Existiam palavras escritas nos originais, ou em suas cópias, que não eram muito convenientes entre os gentios, pois traziam sentido estranho quando traduzidas literalmente. Mas, graças a Deus, muitos eruditos da época, como também os contemporâneos, passaram a traduzir as Escrituras de forma mais empática. Isto gerou uma boa recepção do Evangelho entre os intelectuais e os escravos.

Um outro motivo pelo qual o Evangelho era bem aceito, foi o medo dos demônios que os gentios tinham, principalmente os que seguiam religiões animistas. Percebendo que pelo nome de Jesus os demônios eram expulsos, e não através de sacrifícios aos espíritos, encontraram segurança na mensagem cristã, facilitando a aceitação de Jesus Cristo como único e suficiente Salvador. Para que outros deuses ou intermediários, pensavam, se Jesus era Todo-Poderoso e Auto-Suficiente contra os ataques dos maus espíritos?
Os primeiros cristãos, ao que percebe-se, lutavam principalmente contra a idolatria. Tudo o que tivesse apenas aparência de idolatria era de imediato abandonado por eles. Um exemplo claro quanto a isso foi a perseguição de Nero aos cristãos que não declaravam que o Imperador era “Senhor” (Kyrios no grego). Os primeiros cristãos consideravam que se chamassem César de “Senhor” estariam tirando o senhorio absoluto de Jesus Cristo! Isto lhes seria abominável! É claro que historicamente falando, César não exigia apenas a proclamação dele como “Senhor”, mas, como mostra-nos historiadores como Eusébio de Cesaréia, exigia até mesmo sacrifícios e cultos a ele mesmo. Estes primeiros cristãos sabiam que toda e qualquer semelhança com o mal prejudicaria suas vidas, concernente à salvação, como também a proclamação do Evangelho. O que estamos esperando para sermos diferentes também em nossa época?

O cristianismo sempre foi ousado! Sempre se arriscou! E isto fez com que o Reino dos Céus lucrasse. Os cristãos primitivos se arriscavam bastante, mesmo que olhando para as lutas impostas pelo mundo. Com tudo isto, Jesus foi anunciado até os confins da terra, pois a Palavra de Deus nunca volta vazia. As tribulações que pareciam servir de derrota para a mensagem cristã, foram na verdade usadas por Deus como meio para chamar a atenção de todos os povos ao Evangelho. Os mártires cristãos, que talvez até pensavam alguns que tornariam-se em escândalo para as pessoas da época, exterminando até mesmo o desejo de servir a Cristo dos que assistiam seus martírios, acabaram por incentivar muitos que iam nas arenas para ver sangue e sofrimento por diversão, a também aceitarem o Grande e Único Deus – Jesus Cristo – por Quem esses homens e mulheres corajosos morriam! Ninguém morreria por uma farsa, por um deus que não fosse menos do que o Único e Verdadeiro! Isto não aconteceu com os japoneses Kamikazes e nem ocorre com os muçulmanos, pois os que morriam por Cristo sabiam que não eram eles mesmos quem impetravam sobre si a morte, mas que eram levados ao matadouro para serem oferecidos como oferta com cheiro suave ao Deus que tudo aquilo permitia por causa de seu Plano Eterno da Salvação. Não morriam para serem salvos, porque já eram salvos em Cristo Jesus! Não morriam para salvar, pois sabiam que eles mesmos necessitaram da salvação outorgada por Cristo no Calvário.

V. A CONVERSÃO NA IGREJA PRIMITIVA E NA ATUAL

A conversão foi uma questão difícil de conscientização para os primeiros séculos da Era Cristã. Foi um assunto que levou muitos pensadores a quebrarem a cabeça sobre a natureza dessa exigência. Tudo ficava mais difícil ainda de se compreender quando falava-se em batismo nas águas! Alguns pensavam que este ato de batismo era como as iniciações feitas nas religiões de mistério da época. Haviam também os que achavam que o batismo tinha um certo poder mágico que capacitava as pessoas a alcançarem a salvação. Em nossa época, não muito diferente dos primeiros séculos do cristianismo, também devemos trabalhar a compreensão das pessoas quanto ao valor do batismo nas águas. Saber explicar que tal ato não salva, mas sim, que é para os salvos é de fundamental importância às nossas igrejas.
A pregação dos nossos primeiros evangelistas não era extremista quanto a questões de costumes, não visavam ganhar o povo pela emoção, fazendo com que dessem passos no escuro, fazendo uso abusivo da palavra “mistério”, sem a real compreensão e conscientização da Verdade. Os filósofos ensinavam que as pessoas não podiam dar “passos no escuro”, referindo-se às religiões que pregavam uma fé cega, onde as pessoas seguiam suas crendices sem ao menos terem explicações um pouco mais concretas do “por quê” as seguiam! Diferentemente de tais religiões cegas, Jesus não é só uma Luz, mas um Farol aceso nas densas trevas do pecado. Os primeiros evangelistas pregavam com a ajuda do Espírito Santo, que fazia com que as pessoas aplicassem e compreendessem o Evangelho em suas próprias vidas. A pregação do Evangelho era a luz num caminho de trevas, e não uma porta de mistérios às muitas dúvidas! O Evangelho explica, e não complica a vida do ouvinte.

Hoje, infelizmente, alguns têm como visão primordial na pregação do Evangelho o emocionalismo. Muitas igrejas não são mais o veículo do Evangelho para a salvação das almas, mas sim, “o Clube do Bolinha”, onde procuram somente evidências pessoais visíveis e materialistas da “presença” de Deus, e quem não consegue tais evidências, por favor, se quiserem participar de outro grupo, quem sabe “o Clube da Luluzinha”, façam o favor! Acreditem se quiser, existem igrejas onde a frase que mais se ouve do púlpito é: “Quem não quiser seguir a nossa cartilha, a porta da rua é a serventia da casa!” O interessante é que Jesus não ordenou à Sua Igreja seguir cartilhas de homens, mas Sua Santa Palavra – A Bíblia Sagrada, como vemos em Marcos 7:

Então os fariseus e os mestres da lei perguntaram a Jesus: “Por que os seus discípulos não vivem de acordo com a tradição dos líderes religiosos...?” Ele respondeu: “Bem profetizou Isaías acerca de vocês, hipócritas; como está escrito: ‘Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. Em vão me adoram; seus ensinamentos não passam de regras ensinadas por homens’. Vocês negligenciam os mandamentos de Deus e se apegam às tradições dos homens”. E disse-lhes: “Vocês estão sempre encontrando uma boa maneira de pôr de lado os mandamentos de Deus, a fim de obedecerem às suas tradições!... Assim vocês anulam a palavra de Deus, por meio da tradição que vocês mesmos transmitiram. E Fazem muitas coisas como essa”. (Mc 7.5-9,13)

A conversão é uma mudança total de vida. É nascer de novo. O batismo não é objeto salvador, mas selo de autenticação da Salvação, pois, tomando o lugar da circuncisão outorgada por Deus a Abraão, ao qual sabemos que não foi justificado por esse ato cerimonial e figurativo, mas pela fé, do mesmo modo, o batismo é para quem já é salvo, para quem já foi justificado por Cristo Jesus.
Muitos pensadores da época da Igreja Primitiva se converteram a Jesus Cristo. Tais conversões não se baseavam no emocionalismo, como também não tinha uma visão materialista. Quando tais pessoas se convertiam, era porque compreenderam e assimilaram Jesus Cristo como o Único e Suficiente Salvador. O que salva não são os rituais, as iniciações, o Rock in Roll Gospel, o barulho pentecostal, as profecias, etc., mas o que leva as pessoas à Salvação, é a pregação genuína da Palavra de Deus, pois “...a fé vem por se ouvir a mensagem, e a mensagem é ouvida mediante a palavra de Cristo.” (Rm 10.17).

O autor Jorge A. Leon, em seu livro “La Comunicación Del Evangelio en el Mundo Actual”, afirma que: “1º A evangelização deve ser tensora – o ponto em que a pessoa se decide por Cristo; 2º Deve haver constante evangelização, tanto para os que não conhecem a Cristo, como àqueles que já conhecem, devido exatamente às conversões erradas.”
VI. O ENTUSIASMO DOS EVANGELISTAS DE ONTEM E DOS DE HOJE
Os evangelistas da Igreja Primitiva usavam um meio muito eficaz na proclamação do Evangelho: seus próprios testemunhos de vida. Eles não somente pregavam o Evangelho – eles eram o Evangelho. Eles não somente pregavam a mensagem da cruz – eles tomavam cada um a sua cruz. Não somente pregavam a Jesus Cristo – eram verdadeiros imitadores de Cristo.

A pregação do Evangelho não estava limitada apenas aos homens. As Sagradas Escrituras mostra-nos que mulheres valorosas também tomaram parte nessa missão mundial ordenada por Cristo. Os evangelistas do primeiro século pregavam o Evangelho com toda a ousadia, mesmo que para tal fosse preciso perder a própria vida! A vida dos evangelistas era um grande exemplo de fé, coragem e desprendimento material. Sua devoção fazia com que outros se contagiassem e acabassem também se convencendo de que Cristo é real e verdadeiramente ressuscitou!

Havia entre eles uma comunhão muito grande. Ninguém naquela época passava necessidades enquanto outros tinham de sobra, pois todas as coisas eram comuns entre eles. Quem tinha muito, não suportava ver o sofrimento do que nada tinha! Como já ouviu-se em um hino cristão, éramos conhecidos pelo amor. Muitos até diziam: “Vejam como se amam!”, mas infelizmente hoje, somos conhecidos de forma diferente. Atualmente ouvimos pessoas dizendo: “Vejam com se separam!”

O caráter dos cristãos daquela época era totalmente modificado. Enquanto isso, muitos evangelistas de hoje não ensinam que o “barro” deve ser moldado pelo “Oleiro”. Muitas vezes tentamos encaixar a Palavra de Deus em nossas maneiras mesquinhas e exclusivistas de viver, e ainda chamamos a isso de liberdade cristã! Porém, não somos livres para fazer o que quisermos da maneira que queremos, como se houvesse um tipo de ética cristã individualista. Somos livres para servirmos a Deus através da “Ética Absoluta Univérsica” por meio de Sua Palavra. Além de tudo, os primeiros cristãos eram felizes, mesmo numa arena cheia de leões famintos querendo devorá-los, envoltos em faixas embebidas em azeite ou piche amarrados a um poste pegando fogo, ou em qualquer outro lugar de martírio. Eles sentiam-se lisonjeados quando surrados por causa da fé cristã. A alegria deles, mesmo diante de tais circunstâncias, fazia com que muitos espectadores se convertessem ao Evangelho.

Os evangelistas eram pessoas perseverantes. Não se deixavam vencer facilmente. Não ouvia-se de suas bocas nenhum tipo de murmúrio ou reclamação por estarem sofrendo. Diferente de alguns contemporâneos a nós, participantes da “geração microondas”, onde tudo é imediato, da “geração procon”, onde Deus é a loja e nós os consumidores insatisfeitos. Muitas teologias baratas nos são ensinadas por alguns televangelistas, tentando nos mostrar que cristianismo é somente riquezas e alegrias externas. Acham que Deus está somente nos prazeres da vida. Enquanto os evangelistas da Igreja Primitiva mostravam que somos peregrinos na terra, e que as demais coisas nos seriam acrescentadas conforme a necessidade real e a vontade de Deus, muitos evangelistas atuais tentam nos convencer de que esta terra é um lugar definitivo e que nossa maior alegria está em tirarmos o maior proveito daqui.

Preguemos com a convicção e com o entusiasmo que pregaram os evangelistas da Igreja Primitiva. Não estamos aqui ensinando “primitivismo”, mas relembrando o que fez a Igreja Primitiva de positivo. Se a História da Igreja não nos servir de apoio para a conscientização, então nunca passará de uma matéria técnica onde guardamos apenas nomes e datas. Não façamos da vida cristã uma monotonia, através de nossas tradições dogmatizadas. Nosso Deus não depende do tempo, mas também não significa que Ele seja um Ser “anacrônico”. Quando aquelas mulheres foram ao sepulcro de Jesus, viram que Ele não estava lá, isto é, Ele está vivo, não é Deus de mortos!

O Evangelho deve ser para nós o que foi para os primeiros evangelistas: a razão da estada da Igreja aqui na terra, a razão de sermos luz, sal e imitadores de Cristo. O Evangelho deve ser uma chama ardendo em nossos corações, e o amor às almas a lenha que ajuda esse fogo a queimar!

VII. MODOS DE PREGAÇÃO DA IGREJA PRIMITIVA E CONTEMPORÂNEA

Os evangelistas da Igreja Primitiva não faziam grandes congressos evangelísticos com temas pré-determinados. Não que isto seja errado. Apenas lembramos que muitos evangelistas contemporâneos ocupam-se de tais coisas como se o foco principal dos grandes congressos fosse a satisfação pessoal do pregador e a dos crentes que lá estão. Parece que alguns congressos evangelísticos contemporâneos são mais congressos “evangelásticos”, onde o intuito é juntar a maior quantidade de pessoas que puderem, e o pior, só vai crente, e não almas perdidas para serem ganhas pela pregação do Evangelho.

Os primeiros evangelistas da História da Igreja, evangelizavam através de métodos dados por Deus. Um desses métodos era a evangelização ao ar livre. Método este bem improvisado. Este tipo de evangelização era feito em locais onde não eram de uso exclusivo para pregadores, mas sim, locais improvisados na hora, por uma mente fértil e preocupada não com a aparência, mas com as almas. Não faziam isto apenas como tarefa, como algumas igrejas contemporâneas que marcam seus cultos ao ar livre apenas para depois ficarem se gabando de que fazem isto enquanto outras não. Escolhiam lugares não evangelizados e levavam a Igreja ao povo, mas já que seria mais difícil o povo ir à Igreja. O evangelismo ao ar livre pode ser improvisado na polpa de um barco, em uma montanha, em uma carruagem, na carteira de uma escola, na mesa de uma casa, na poltrona de um ônibus, etc.

Em muitas de suas pregações, davam lugar também à profecia, mas, mas percebe-se que essas eram totalmente baseadas nas Escrituras Sagradas (Is 8.20). Quando alguém era usado no dom de profecia, não se via Deus prometendo carro, casa, boa situação financeira, marido, dor de cabeça, etc. A profecia tinha em sua essência a vontade salvadora de Deus na vida do ser humano. E isto, porque “quem profetiza o faz para edificação, encorajamento e consolação dos homens” (1ª Co 14.3), e não para a mera satisfação material, passageira e individualista de cada um!

Na verdade, a pregação teve um valor imensurável na Igreja Primitiva. E para tal, o ensino foi um método muito utilizado por eles pois, tinham em mente que o Evangelho deveria ser compreendido e não seguido cegamente como se fosse uma religião de mistérios só para “iniciados”. Entristece perceber que hoje alguns preocupam-se só com barulho, esquecendo-se da eficácia regeneradora do Evangelho. A evangelização pelo método do ensino não produz pessoas que sempre necessitarão de alguém para ser uma “muleta espiritual” para fazê-las caminhar. O ensino produz na vida do ser humano a fé e o sustento necessário para que nos tornemos discípulos e discipuladores. O ensino evangelístico mostra o que Deus quer de cada um e o que quer da sociedade evangélica: um corpo bem ajustado, pela ligação de cada uma das partes.

O testemunho da Obra Salvadora de Cristo feita em suas vidas também era um meio de evangelização. Era o método evangelístico que mostrava a prova de que o que pregavam realmente era verdade. Os lares eram pontos estratégicos do evangelismo. Quando se ganhava uma alma em um lar, principalmente quando se tratava do cabeça da família, este poderia evangelizar o restante da casa, através de seu testemunho pessoal. Contudo, quando era a esposa quem aceitava a Cristo, e não o marido, normalmente passava por grandes lutas quando este não simpatizava com o Evangelho. Mas isto não era um fator impedidor para essas mulheres valorosas, porque lembravam-se das palavras de Cristo dizendo-lhes a que amassem mais a Ele do que a família.
O evangelismo pessoal teve destaque nos primórdios da Igreja. Os amigos e os familiares eram os ouvintes. Esses evangelistas não se preocupavam somente com a quantidade, pois uma única alma tinha um valor extraordinário. Felipe e o Eunuco de Candace foram um exemplo disto. Hoje, porém, o que importa a alguns é o “movimento” e não o “avivamento”. E avivamento, em seu sentido real, parece ser “geração de novas vidas na igreja” e não “barulhão” de velhos crentes da igreja.

Enfim, o último método utilizado que descreveremos aqui, apesar de muitos outros utilizados pela Igreja Primitiva, foi o da evangelização literária. Um tipo de evangelização diferente da oral, no sentido que não mudava-se o teor da mensagem quando era passada de pessoa a pessoa, pois o que está escrito não se muda. A escrita foi um método que muito ajudou, e ainda ajuda, a examinar-se com detalhes o quer-se dizer com a mensagem. E isto de uma maneira bem mais hermenêutica, pois temos o texto ali diante de nós para inquirirmos sobre ele. Os crentes de Beréia por exemplo foram evangelizados por tal método, ao que parece! Porque não conhecermos mais a Bíblia para podermos fazer como o apóstolo Paulo diante do povo bereano? Qual o valor dado ao estudo minucioso da Palavra de Deus em cursos e seminários pelos nossos atuais evangelistas? Esperamos que a resposta seja positiva!

VIII. A MOTIVAÇÃO PARA SE PREGAR O EVANGELHO ENTRE OS PRIMEIROS EVANGELISTAS ERAM AS MESMAS DOS DE HOJE?

Todas as pessoas têm motivações para fazerem algo! Então, os primeiros evangelistas da Igreja tiveram suas motivações para evangelizar o mundo de sua época. Quais eram tais motivos? Em primeiro lugar, eles eram motivados pelo sentimento de gratidão. Eles sabiam que Deus havia provado Seu amor para com eles, que sendo ainda pecadores, enviou-lhes Seu Único Filho para morrer pela humanidade, incluindo eles! Assim, percebiam que a Graça de Deus era manifesta em suas vidas. Era favor imerecido! Com isto, em forma de agradecimento, levavam o Evangelho a toda criatura, até os confins da terra, nem que isto lhes custasse a vida! Eles tinham sentimento agradecido pela salvação até mesmo diante de uma perseguição ou agravos físicos sofridos nesta vida. Não murmuravam, não reclamavam a vida financeira, dos cultos que não estavam como eles queriam, a falta de um meio de transporte para levá-los aos locais de evangelismo, etc. Parece que mesmo diante de muitas dificuldades, se lhes perguntássemos como estavam passando, a resposta seria: “melhor do que mereço”!
A segunda motivação era o sentimento de responsabilidade. Eles sabiam que eram os “atalaias” de Deus. A função do atalaia era ficar de guarda no ponto mais alto dos muros do reino. Conforme o toque de sua trombeta o povo se comportava de maneira diferente. Por exemplo, se o atalaia percebia que um reino inimigo se aproximava, tocava a trombeta no ritmo de guerra para que o povo se preparasse para tal. Se fosse uma visita cordial de um reino amigo, o toque da trombeta seria em ritmo amistoso, e assim por diante. Os evangelistas dos primeiros séculos tinham semelhante responsabilidade concernente à pregação do Evangelho. Sabiam que se eles não dessem o “sonido da trombeta” ou se este fosse incerto, muitas pessoas seriam dizimadas ao inferno. Toquemos a trombeta em Sião!
A terceira motivação era o sentimento de preocupação, que é semelhante ao de responsabilidade. Eles preocupavam-se com o futuro das pessoas. Não o futuro temporal, com o que se vestiriam ou o que comeriam. A preocupação primária deles era com a eternidade do ser humano. Por causa disto alguns até acham que os evangelistas da Igreja Primitiva tentavam ganhar as pessoas através do medo quanto a vida após a morte, mas não era esta a causa do evangelismo deles – ganhar as pessoas – como se fosse um jogo de quem convence mais. Não é uma questão de quem tem mais seguidores, de qual a maior religião do mundo, mas sim, uma questão de amor e compaixão pela vida do próximo. É uma preocupação que vem pelo fato de sabermos o que o futuro sem Cristo reserva para a humanidade descrente. Eles choravam com os que choram. Não se conformavam em saber que seu Imperador, seu vizinho, seu irmão, seu pai ou mãe iriam para o inferno! Sabiam que isto era um fato, e não um “conto de fadas”. Será que muitos de nós, atualmente, não nos acomodamos a ponto de sermos passivos quanto a salvação do próximo? Moisés colocou sua vida em risco por causa de um povo pecador! Não colocamos nem mesmo nosso tempo, nosso nome, nossa vida financeira, nosso cargo eclesial, etc. em risco por causa de uma alma. Será que não seremos culpados de muito sangue? Não estaria na hora de despertarmos do sono? Não está na hora de pregarmos o Evangelho a todo o mundo?
O mundo, às vezes, não está tão longe de nós! Pode estar em nossa volta, isto é, no serviço, na escola, na rua, ou mesmo em nossa casa. Evangelizemos a tempo e fora de tempo. Mas, preguemos a Palavra de Deus, e não conceitos humanos, passageiros e exclusivistas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A história deve servir-nos como alerta. O que aconteceu de ruim no passado deve valer-nos como disciplina para não mais errarmos como antes. O que aconteceu de bom deve servir-nos como auxílio para a compreensão de nossa tarefa e para que possamos continuar a desenvolvermo-nos na “economia divina”. A História é linear, e não circular como pensa as religiões orientais. Assim, devemos sempre nos perguntar: como posso melhorar na linha do tempo? Olhando a linha e aprendendo através dela parece ser um bom começo!

O evangelismo de “Ontem” pode auxiliar bastante no desenvolvimento e no aprimoramento do evangelismo de “Hoje”. A nossa História não é uma História Sem Fim. Vivemos a História promulgada por Deus: a História com começo, meio e fim. Não sejamos meros espectadores da História da Humanidade. Deus nos conclama a participarmos dela com mais responsabilidade. Que o “Ontem” de desperte para “Hoje”, pois devemos nos preocupar com o “Amanhã”!

NOTA BIBLIOGRÁFICA

CESARÉIA, Eusébio de. História Eclesiástica. São Paulo: Novo Século, 1999;
DOUGLAS, J. D. O Novo Dicionário da Bíblia. 2ª ed. São Paulo: Vida Nova, 1995;
GREEN, Michael. Evangelização na Igreja Primitiva. 2ª ed. São Paulo: Vida Nova, 1989;
LADD, George Eldon. Teologia do Novo Testamento. 1ª ed. São Paulo: Exodus, 1997;
PENHA, João da. Períodos Filosóficos. Série Princípios. 3ª ed. São Paulo: Ática, 1994.



Estude com fé depois de ter terminado os seus estudos, envie seu questionário com as respostas devidas para o endereço de e-mail: teologiagratis@hotmail.com, se assim quiser, logo após respondido e corrigido o questionário, alcançando media acima de 7,5, solicite o seu Lindo DIPLOMA de Formatura e a sua Credencial de Seminarista formado, também poderá solicitar estagio missionário em uma de nossas igrejas no Brasil ou exterior traves da Federação Internacional das Igrejas e Pastores no Brasil ou Fenipe, que depois do Estagio se assim o achar apto para o Ministério poderá solicitar a sua ordenação por uma de nossas organizações filiadas no Brasil ou no exterior, assim você poderá também receber a sua Credencial de Ministro Aspirante ao Ministério de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Esta apostila tem 270 pagina boa sorte.

Sem nadas mais graça e Paz da Parte de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo bons estudos.

Reverendo Antony Steff Gilson de Oliveira
Pastor da Igreja Presbiteriana Renovada de Nova Vida
Presidente da Federação Internacional das Igrejas e Pastores no Brasil ou Fenipe

Um comentário:

  1. Tá dificil de largar o velho matador, o Senhor da morte né? Como é gostoso contar aquelas maldades do Antigo Testamento na Igreja, né?. Pois é, mas Jesus já revelou ou você fica com o bem, ou você fica com o bem e o Mal, então meu amigo, avaliai o espírito que te anima. Isaias 5,20 e mateus 5,37. Caso contrário você vai ser queimado vivo e ainda vai ter que dizer: que foguinho bom, que foguinho justo.

    (Sofonias 3, 8) Portanto esperai-me a mim, diz o Senhor, no dia em que eu me levantar para o despojo; porque o meu intento é ajuntar nações e congregar reinos, para sobre eles derramar a minha indignação, e todo o ardor da minha ira; pois esta terra toda será consumida pelo fogo do meu zelo

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