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quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

XXXIV - REFLETINDO SOBRE LIDERANÇA CRISTÃ

Parte XXXIV
REFLETINDO SOBRE LIDERANÇA CRISTÃ


Há um lugar especialíssimo para a liderança na visão do Novo Testamento. Assim é que Efésios 4. 11-16 apresenta a plataforma de liderança da Igreja Apostólica, e 1Timóteo 3.1-13 oferece o padrão para os ministérios pastoral (ali denominado "episcopado") e diaconal.


Parece ser o óbvio, mas a função do líder é liderar. Na Igreja de Cristo é a liderança desse corpo, e detêm funções de liderança aqueles soberanamente escolhidos para esse cometimento. Paulo usa a expressão "a graça que nos foi dada" (Rm 12.6). Não é função de mando, mas de presidência a ser exercida zelosamente, segundo a Versão da IBB (Rm 12.8). Nancy DUSILEK no seu Liderança Cristã: a arte de crescer com as pessoas, cita o ex-reitor da Universidade de Colúmbia, nos EUA, Dr. Nicholas Murray Butler que disse haver três tipos de pessoas no mundo:
· as que não sabem o que está acontecendo,
· as que observam o que está acontecendo e
· as que fazem com que as coisas aconteçam.

São essas últimas que detêm o dom de liderança. Uma música popular dos anos 70 de forte mensagem diz que "quem sabe faz a hora, não espera acontecer".


FUNDAMENTO BÍBLICO DA LIDERANÇA CRISTÃ


Deus utiliza seres humanos como seu método. Assim aconteceu com Moisés, com Josué e com os apóstolos. Um líder tem limitações, e Moisés reconhecia as suas próprias (Ex 4.10), mas no seu aprendizado teve que aprender a delegar (Ex 18.27). Como parte do seu aprendizado, foi humilde bastante a ponto de atender conselhos que lhe foram dados. Desse modo, treinou os líderes escolhidos dentre critérios bem determinados: que fossem capazes, tementes a Deus, pessoas de palavra e não avarentos (Ex 18.20,21). É um Josué, homem submisso ã vontade de Deus (Js 6.2), hábil na distribuição de tarefas (vv. 6,7), e em dar ordens claras (v.10). Quanto à liderança espiritual e à preparação de outros líderes da igreja apostólica, há de ser lembrada a palavra de Paulo em 2Timóteo 2.2: "e o que de mim ouviste diante de muitas testemunhas, transmite-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros".


TEOLOGIA DA LIDERANÇA 


Recorde-se de que liderança cristã é "o trabalho de despertar e conduzir o ser humano para Deus e para tudo o que dEle recebeu", conforme ensinou MINERVINO. Se estamos falando de conduzir para Deus, falemos igualmente de fé, pois sem essa virtude é impossível agradar a Deus (cf. Hb 11.6). O líder cristão deve agir com fé, pois essa virtude determina o verdadeiro objetivo da liderança cristã que é o ser servo (cf. Mt 20.28; Lc 22.27; Gl 5.13; 1Co 9.19; Fp 1.1).

Além disso, pela fé a unidade da igreja é mantida. Não é demais dizer que a Igreja é variada e multiforme. Romanos 16 o lembra com extrema clareza: havia naquela comunidade cristã: mulheres, homens, judeus e gentios, livres, libertos e escravos, jovens e idosos, todos agindo, reagindo e interagindo para o bem comum e para o bem da causa de Jesus Cristo.

Pela fé, o líder é estimula a desenvolver seu potencial (1Co 11.1), e pela fé, o líder cristão exerce a perseverança.

É observar o que diz 2Coríntios 11.24-31. Pelo próprio conceito da palavra (leader>líder), o líder é um condutor, e desse modo leva os seus liderados aos cometimentos propostos, e utiliza para tanto os dons dos seus liderados e associados. Mas o líder cristão reconhece que não o faz por mérito próprio: Deus está com ele (Ex 3.10-12; 1Co 12.4). Porque o serviço é inerente à função, o líder é servo. É um com o seu povo.

Mais: o líder tem poder. Duas palavras gregas são elucidativas do conceito de poder: kratos e dynamis. Kratos é "poder, autoridade", especialmente no sentido de "poder político, comando, autoridade de mando". Vocábulos como democracia, tecnocracia, gerontocracia veiculam a idéia de "poder do povo", "poder da técnica" e "autoridade dos idosos". Dynamis, por outro lado, traduz "força, potência", permitindo que se chegue ao universo semântico de "força ou espiritual, atividade, energia", e dando-nos vocábulos como dínamo, dinamite e dinamismo.

Do líder cristão é esperada a dynamis como fundamento e veículo da sua autoridade espiritual e da sua atividade de condutor de vidas. Lamentavelmente, observa-se uma profusão de kratos em numerosos líderes com sede de manipulação, de detenção de poder decisório que só evidenciam que, na falta de autêntica autoridade espiritual, de dinamismo ungido, passam a buscar o controle, a preeminência, assumindo, mesmo, determinados títulos "religiosos" com o propósito de "autenticar" o poder de mando e comando. Lucas 12.41-48 apresenta uma palavra de Jesus Cristo a esse respeito.


QUALIDADES DO LÍDER


· No mínimo as seguintes qualidades podem ser destacadas. A primeira é ter ideal, e, aliada a esta, ter visão: alma e olhar de condutor de vidas.

· A competência e o espírito de iniciativa, que é o "partir para a ação", são igualmente basilares.
· Segue-se a tenacidade aliada à serenidade.
· Em seguida, segurança e confiança,
· que, ao lado da simpatia, autenticidade e comunicação, formam o perfil do líder cristão. O líder há de ser equilibrado, e Atos 6.3 descreve o equilíbrio desejado: boa reputação (cf. 1Tm 3.2), plenitude do Espírito Santo, plenitude de sabedoria e de fé (cf. v.5).


Funções do Líder


Previsão e visão que envolvem, sem sombra de dúvida, análise dos acontecimentos do passado, das circunstâncias do presente e das tendências do futuro, imaginação e rapidez de raciocínio.

Planejamento que envolve algumas análises preliminares: estabelecimento de objetivos, escolha dos meios para a realização do planejamento, controle da situação e avaliação do realizado. Outra importante função da liderança é a defesa. E dentro disso, vale ressaltar, a postura apologética diante das ameaças à doutrina, às posturas e aos valores da instituição.

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