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quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

XXXXI - Obedeçam a Seus Líderes

Parte XXXXI

Obedeçam a Seus Líderes

Comentário de Hebreus 13.17 - Por Simon Kistemaker



Este versículo não tem conexão com os versículos precedentes. Nós precisamos voltar ao versículo 7 onde a mesma expressão – seus líderes – ocorre. E no versículo 24 o escritor mais uma vez emprega essa expressão. 



17. Obedecei aos vossos guias e sede submissos para com eles; pois velam por vossa alma, como quem deve prestar contas, para que façam isto com alegria e não gemendo; porque isto não aproveita a vós outros.


Nesse versículo em particular, o autor enfatiza três pontos.


a. Obediência exigida. Os líderes que haviam falado a Palavra de Deus anteriormente não estavam mais presentes. Eles devem ser relembrados por sua conduta e fé, diz o autor de Hebreus (13.7). Líderes após líderes tomaram seus lugares. O escritor não está interessado na posição desses líderes – ele não dá qualquer idéia se eram presbíteros, bispos, pregadores ou professores. Antes, ele pede ao leitor que obedeça a eles.


A falta de obediência prevalece entre alguns dos leitores. Observe, por exemplo, a admoestação do autor para não se deixarem “envolver por doutrinas várias e estranhas” (13.9). Os líderes precisavam de ajuda e encorajamento. Assim, o apelo para obedecer a eles e submeter-se à sua autoridade é oportuno. É claro, os leitores poderiam questionar se essa autoridade era auto-imposta pelos líderes ou delegada a eles por Cristo. Se um líder é um ministro dedicado da Palavra de Deus, ele prova, assim, que Cristo lhe deu autoridade. E se Cristo confiou a tarefa de liderança a alguém, as pessoas não devem questionar sua autoridade (At 20.28; Ef 4.11; 1Pe 5.1-3).


b. Cuidado prestado. Os líderes levavam a sério a tarefa que lhe havia sido dada por Deus. “Pois velam por vossa alma.” Eles literalmente perdem sono por causa do bem-estar espiritual dos crentes. Eles conhecem a Palavra de Deus falada ao profeta Ezequiel: “Filho do homem, eu te dei por atalaia sobre a casa de Israel; da minha boca ouvirás a palavra e os avisarás da minha parte. Quando eu disser ao perverso: Certamente, morrerás, e tu não o avisares e nada disseres para o advertir do seu mau caminho, para lhe salvar a vida, esse perverso morrerá na sua iniqüidade, mas o seu sangue da tua mão o requererei” (3.17,18).


Os líderes ficam com a congregação, são vigilantes em cuidar dos membros, nutre-os espiritualmente, desviam ataques malignos e administram disciplina quando necessário. João Calvino escreve que, “Quanto mais pesada a responsabilidade deles, maior honra merecem, pois quanto mais alguém sofre por nossa causa, e quanto maior for sua dificuldade e maiores os riscos que enfrentam por nós, maiores também nossas obrigações para com eles”. Esses líderes devem prestar contas a Deus, porque ele é o superior deles; isso não quer dizer que os membros não são tidos como responsáveis. Eles certamente são. Eles, também, devem trabalhar juntos, harmoniosamente, para que a tarefa dos líderes seja uma alegria e não um peso.


c. Alegria experimentada. Por toda sua epístola o autor enfatizou a responsabilidade corporativa dos crentes. Para mencionar um exemplo, ele exorta os leitores a encorajarem-se mutuamente: “Pelo contrário, exortai-vos mutuamente cada dia, durante o tempo que se chama Hoje, a fim de que nenhum de vós seja endurecido pelo engano do pecado” (3.13). De maneira semelhante, como um corpo eles devem responder a seus líderes, pois, então, há alegria nos relacionamentos interpessoais da igreja. Eles recebem as bênçãos do Senhor ao obedecer os líderes que Deus lhes deu. Se eles todos respondem de modo favorável, o trabalho de seus líderes se torna muito mais alegre.


Quando os membros se recusam a obedecer e não respeitam seus líderes, o trabalho na igreja se torna um grande peso. Os membros devem entender que nem eles nem os líderes são donos da igreja. A igreja pertence a Jesus Cristo, a quem os leitores são responsáveis. Ao dificultar o trabalho e a vida dos líderes, eles serão os perdedores. Os líderes podem testificar diante do Senhor que advertiram a pessoa desviada, que escolheu não abandonar o pecado. Essa pessoa morrerá em seu pecado, mas os líderes estão livres da culpa (Ez 3.19). No final das contas, então, o Senhor vinga e julga seu povo (Hb 10.30; Dt 32.35,36; Sl 135.14). De maneira pastoral e prudente, o escritor de Hebreus observa que um relatório triste, ao invés de alegre, sobre a conduta espiritual dos leitores não será vantajoso para nenhum deles.

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