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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

XVI - FÉ QUE FUNCIONA

Parte XVI
FÉ QUE FUNCIONA

Tiago 2:14-26 (Parte II)

 Como criança, eu gostava muito de brincar dom dominós, montando fileiras sinuosas e derrubando o primeiro na esperança de que todos caíssem. Se por acaso houve uma interrupção do “efeito dominó”, eu sabia que algo estava errado—um dominó fora do lugar, um desnível na superfície, algum outro defeito.



O livro de Tiago mostra o “efeito dominó” na vida cristã. A fé genuína em Cristo Jesus inevitavelmente leva para uma vida de boas obras. Se porventura isso não acontecer, existe ampla evidência de que algo está errado. Ou a pessoa nunca “entrou na linha” (não aceitou Jesus de verdade) ou está com algum defeito sério em sua vida (está desalinhado ou desajustado). 

Já descobrimos no primeiro estudo desse texto que não existe nenhuma contradição entre Paulo e Tiago quando se trata da fé e das boas obras na vida cristã. Descobrimos dois princípios fundamentais:

1. Só fé em Jesus Cristo é que salva, nunca obras. Obras não são uma condição de salvação, nem da santificação, que acontece pela fé em Cristo (Ef 2.8,9).

2. A verdadeira fé em Jesus nunca fica só, mas rompe-se em obras. Obras acompanham a verdadeira fé, como expressão da vida de Cristo em nós. São produzidas por um coração cheio de graça, não culpa.

Recebemos a vida, e depois revelamos a vida (de Jesus). Na justificação divina, somos DECLARADOS justos. Na justificação diante dos homens, somos DEMONSTRADOS justos. A fé falsa baseia-se em PROFISSÃO só, mas a fé verdadeira baseia-se em POSSESSÃO. Em outras palavras, a fé que salva rompe-se em obras. 

Só fé em Jesus Cristo é que salva, Mas fé em Jesus Cristo nunca é só.

Jesus nos disse que “pelos frutos os conhecereis”. Se alguém professa ser crente em Cristo mas sua vida não mudou em nada, será que realmente é salvo? Embora não possamos julgar aos outros, segundo 2 Coríntios 13.5, devemos julgar a nós mesmos: Examinai-vos a vós mesmos se realmente estais na fé; provai-vos a vós mesmos. Por isso, Tiago sugere provas concretas de uma fé genuína em seu livro. Para ele “’Crer’ é um verbo ativo e presente”. 

Em Tiago 2.14-16 vamos descobrir pelo menos três características de uma fé “de boca pra fora”, e não “de coração para dentro”. Essa fé sem o efeito dominó de obras é inútil, inválida e morta.


I. Fé sem Obras é Inútil (14-16)


Tiago pergunta, “qual o proveito” de uma fé sem obras (vss. 14,16). Tal fé sem obras é inoperante (vs. 20). O que ele está dizendo? Uma fé verdadeira é como uma semente plantada no solo fértil da vida de Jesus, que tem todas as condições possíveis para gerar fruto. Se uma semente não der fruto, só existem duas opções—ou o solo é ruim, ou a semente está morta. Sabemos que em Cristo o “Solo” é perfeito. Então o problema deve estar na semente.

A. Fé Falsa é uma Fantasia! Fé sem obras, nas palavras de Jesus, é como sal insípido, sem sabor, que não presta para nada. É um ramo não ligado à videira, que só presta para ser podado e queimado.

Na época em que Tiago escreveu havia muita empolgação, até mesmo “intoxicação” com a graça. No contexto judaico de legalismo opressivo, em que o povo carregava fardos enormes de “performance” da lei, de repente, a verdade de Cristo os libertou. Mas existia um perigo, perigo que Paulo também atacava em suas cartas. “Pequemos, para que a graça super abunde?” 

“De jeito nenhum!”, vem a resposta tanto de Paulo como de Tiago. Quem tem essa perspectiva nunca compreendeu a graça do Senhor! É a prova mais clara de que nunca fora regenerado. 

Fomos salvos com propósito. Salvação em Cristo é muito mais que um apólice de seguros de vida, que alguém compra e coloca numa gaveta e esquece! A salvação genuína significa uma vida “em Cristo” com “Cristo em nós”.

As perguntas no vs. 14 é retórica; os leitores já sabiam a resposta: “Qual é o proveito, se alguém disser que tem fé, mas não tiver obras? Pode, acaso, semelhante fé salvá-lo?” Entende-se que existem vários tipos de “fé”. Existe uma fé verdadeira e uma fé falsa. A primeira é uma possessão, a outra é mera profissão. Por isso a pergunta, “pode, acaso ‘semelhante’ fé salvá-lo?” Esse tipo de fé falsa é inútil. 


B. Fé Falsa é Insensível.


Vss 15 e 16 ilustram a insensibilidade (inutilidade) de tal fé. Por ser uma fé morta, não responde. Não faz nada. Não reage. Não sente. Não faz bem para ninguém, muito menos a pessoa que diz que a possui. Seria o auge de auto-engano e crueldade imaginar que meras palavras de consolo tomariam o lugar de obras de consolo. “Aquela” fé é “de boca pra fora”. As palavras de quem diz “Ide em paz, aquecei-vos e fartai-vos” caem para terra. É uma fé falada, não uma vida vivida. É uma falsa compaixão, sem coração, sem realidade, uma fantasia

Temos que questionar a nós mesmos se temos criado calos na nossa fé. Se estamos ficando endurecidos pelas necessidades que encontramos ao nosso redor. Se não somos mais chocados pela miséria que o pecado tem produzido em nosso mundo... crianças com defeitos físicos... mendigos ... bêbedos... aidéticos... ovelhas sem pastor. 

Será que somos compassivos diante de por atores e atrizes em filmes e novelas, mas endurecidos diante de tragédias na vida real? De que vale nossa ortodoxia se não resulta em ortopraxia?

Quantas vezes nossa fé não passa de hipocrisia, palavras vazias que soam bonitas mas que fazem absolutamente nada? Quantas vezes caímos numa rotina de chavões evangélicas, mas que não fazem bem para ninguém! Há pessoas que conseguem farejar falsa doutrina de 50 km, mas não conseguem dar um copo de água fria para uma pessoa sedenta. Tiago, falando em nome de Deus, não tem paciência para esse tipo de fé cerebral e hipócrita. 

Fé sem obras é hipocrisa.

Obras sem fé é religiosidade.

Fé que rompe-se em obras é espiritualidade.

II. Fé sem obras não se valida (18-25) A palavra “justificação” admite de mais de um significado no Novo Testamento. Quando Paulo fala em “justificação” do crente, normalmente descreve um ato judicial do Supremo Juíz, em que Ele declara alguém não somente livre do pecado, mas coberto da justiça de Jesus (2 Co 5:21). Ser “declarado justo” é o significado básico de “justificação”. Nesse caso, essa “transação” acontece entre Deus e o homem só, e é invisível por outros homens. Então, como saber se é verdadeira?


A única maneira de tornar fé visível é pelas obras.


A fé invisível torna-se visível quando veste-se em obras.


Assim como existem dois tipos de fé (profissão e possessão), também existem dois tipos de justificação. Existe um outro significado, o uso de Tiago aqui, que significa “mostrar-se justo” ou “validar”(cp. Rm 3:4,1 Tm 3:16, Lc 7:35).



Por exemplo, quando falamos em “justificar um voto”, queremos dizer “validar nossa ausência na votação”. Quando Tiago fala em justificação, tem em mente essa idéia de “validar”a fé. É a idéia de ter o “reconhecimento de firma” da nossa fé. No cartório humano nossas obras validam a fé que dizemos que temos. 


Paulo diz, “Deus justifica quem crê em Jesus, sem obras da lei.” Tiago acrescenta, “O homem tem sua fé validada pelo fruto que produz.” Em ambos os casos, salvação é sempre pela fé, sem obras, sem condição, a não ser fé em Cristo Jesus. Mas essa fé é “radical”—produz mudanças na “raíz” do coração, que com o passar do tempo, produzem fruto.


A. Fé Verdadeira exige Mais que Conhecimento e Emoção (18-19). 


Tiago usa o efeito “choque” para defender sua tese. Distingue entre dois tipos de fé—uma fé falsa, invisível, ou pelo menos incompleta, que até os demônios tem, e uma fé verdadeira, visível, que manifesta-se pelas obras.

Segundo vs. 19, os demônios são ortodoxos! Monoteístas, trinitarianos, crêem na divindade e humanidade de Jesus, crêem que Jesus morreu na cruz pelos pecados, crêem que ressuscitou ao terceiro dia! Além disso, eles têm uma reação emocional a esses fatos (tremem). Mas não são salvos. Falta-lhes um ingrediente essencial, que transforma fé falsa em fé genuína: CONFIANÇA.

B. Fé Verdadeira Justifica-se Pelas Obras (20-23). Abraão foi DEMONSTRADO justo 30 a 40 anos depois que foi DECLARADO justo, quando ofereceu Isaque no altar (Gn 22). Leia bem o texto. 

Tiago afirma a salvação pela fé somente . . . vs. 23 deixa isso muito claro, citando Gn 15:6.

“Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça”. Mas veja bem: O processo que se iniciou depois que ele creu em Deus--a semente da sua fé-- brotou, e 40 anos depois, justificou-se diante de Deus e do mundo. Sua fé na realidade de Deus, na obra de Deus em sua vida, na promessa de Deus, era tão grande, que ele podia colocar TUDO no altar de Deus, seu único filho, o filho da promessa, sua esperança do futuro, sua alegria. Somente uma fé madura, arraigada na soberania e no amor de Deus, é capaz disso.

Conforme vss 22 e 23, “foi pelas obras que a fé se consumou”, ou seja “se aperfeiçoou”, se fez “perfeita”, completa. Em outras palavras, o fruto da fé é obras.

Às vezes, teremos que esperar muito tempo, como Abraão, para ver que tipo de fruto a fé a de produzir. Mas certamente será produzido. E se não existe, temos toda razão para questionar se a fé existe também.

Por isso vs. 24 diz que somos justificados—no sentido de sermos demonstrados como pessoas de fé—pelo fruto da nossa fé. A pessoa é DEMONSTRADA justa pelas obras baseadas em fé.,

Um segundo exemplo é Raabe. Ela começou do outro lado do espectro da humanidade que Abraão—prostituta, cananita, mulher mentirosa. Mas ela também foi aceita por Deus, baseada numa fé inabalável em Deus e Sua Palavra, e depois, manifestada diante de todos por obras de fé, obras arriscadas. Ela colocou tudo no altar também, e assim sua fé foi validada.


III. Fé sem obras é morta (17, 20, 26)


O grande clímax do texto está no vs. 26. De fato, começa no vs. 17: A fé invisível—fé “de boca pra fora”—não é uma fé viva, não é uma fé verdadeira, mas morta. A ordem é simples: Recebemos a vida, e depois revelamos a vida (de Jesus).

Assim como um corpo sem o espírito não tem força, nem vida, assim uma “fé” que não rompe-se em obras é morta. Fica totalmente insensível, fria, dura. Não reage. Não sente. Não mexe. Não cresce. 

O que fazemos revela quem somos. Se não fazemos nada, somos mortos. Se a árvore só produz fruto podre, a árvore está podre:

Mt 7:16-20 Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? Assim toda árvore boa produz bons frutos, porém a árvore má produz frutos maus. Não pode a árvore boa produzir frutos maus, nem a árvore má produzir frutos bons. Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo. Assim, pois, pelos seus frutos os conhecereis.

1 Jo 3:7-10 Filhinhos, não vos deixeis enganar por ninguém; aquele que pratica a justiça é justo, assim como ele é justo. Aquele que pratica o pecado procede do diabro, porque o diabo vive pecando desde o princípio. Para isto se manifestou o Filho de Deus, para destruir as obras do diabo. Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática de pecado; pois o que permanece nele é a divina semente; ora, esse não pode viver pecadno, porque é nascido de Deus. Nisto são manifestos os filhos de Deus e os filhos do diabo: todo aquele que não pratica justiça não procede de Deus, também aquele que não ama a seu irmão.

Não podemos “fabricar” boas obras. São o produto natural de quem tem vida em si, a vida de Jesus, cultivada e demonstrada pelo Espírito Santo, que nos “cutuca” em direção a um caráter aprovado por Deus. Tiago escreve por esse mesmo Espírito para nos “cutucar” em direção às obras que revelam uma fé verdadeira. Podemos recapitular as “obras” que ele mesmo já mencionou até esse ponto no livro como provas de uma fé genuúina, uma fé presente e ativo:

1. Reage as provações com alegria (1.2-12)

2. Resiste tentação, CRENDO que Deus é bom e que não tenta a ninguém, mas que a culpa pelo pecado vem de mim mesmo (1.13-18)

3. Recebe a Palavra, como praticante e não somente ouvinte. Quem foi regenerador pela Palavra da verdade não consegue mais viver sem ela. Deve sua vida a Ela! (1.19-25).

4. Reflete sua religião em generosidade, santidade e palavras peneiradas (1.26,27).

5. Rejeita favoritismo (2.1-13). 

Mais tarde na carta, Tiago dará outras obras que são fruto natural de quem realmente crê em Jesus. Mas por ora, cabe a nós fazermos o que Paulo sugere em 2 Co 13:5, e examinar-nos a nós mesmos, para ver se realmente estamos na fé. Se confiamos, mas confiamos mesmo em Cristo Jesus e somente Cristo, então é hora de deixar que a vida dEle seja vivida em nós, em nosso caráter, transformado diariamente, de glória a glória, à imagem de Cristo.

Só fé em Jesus Cristo é que salva, Mas fé em Jesus Cristo nunca fica só.


Parte XVI
LENDO MATEUS COM OLHOS JUDEUS

Os Evangelhos chamados Sinóticos têm sido objeto de intenso estudo desde a primeira parte do século 19. O chamado "Problema Sinótico" tem ocupado os estudiosos por dezenas de anos em uma verdadeira caçada às fontes destes Evangelhos, tendo ficado claro para estes mestres que os Evangelhos de Lucas e Mateus tinham incorporado a maior parte do Evangelho de Marcos, tendo, porém, elementos comuns que nele não estavam. Tem-se dado, igualmente, a busca da chamada fonte ou documento Q (inicial da palavra alemã Quelle, que significa "fonte"), ou mesmo de várias formas deste documento, o qual é supostamente a fonte ou fontes dos Sinóticos. Os pesquisadores do assunto hoje têm a tradição oral e as primitivas narrativas escritas como fontes comuns dos Evangelhos Sinóticos.


Os evangelistas, aqui incluindo João, apresentam distintos retratos de Jesus Cristo. Acerca desse assunto, LAGRANGE expressou-se, 

"Marcos trabalha no calor terreno da terracota; Lucas esculpe no mármore branco (tanto no Evangelho quanto no livro dos Atos, a geografia é teológica, sua mente é fascinada pela vasta expansão da missão universal do Cristianismo); A visão de Mateus é colorida por um forte interesse na eclesiologia (seu estilo é hierático e litúrgico); João, por outro lado, é um sacramentalista com uma percepção mística do mistério da Palavra feita carne". 

Os Evangelhos canônicos foram compostos entre os anos 55 e 85 do calendário romano, e são considerados como forma escrita da tradição oral da Igreja Apostólica. Lucas, em 1.1-3, refere-se à existência de muitos Evangelhos baseados nas narrações feitas pelos discípulos e por pessoas que testemunharam os fatos. Marcos teria ouvido de Pedro, e Mateus havia feito uma compilação das próprias palavras de Jesus em aramaico.

O papel de Israel, nos Evangelhos é o de guia: os goyim (gentios) deveriam unir-se a Israel, visto que este não perdera a posição até então ocupada. SCHLESINGER afirma que "o evangelista Mateus nada sabe a respeito da invalidação da antiga aliança. Para ele, o chamado das nações gentílicas é coisa secundária. A comunidade que possui o reino não é um novo Israel, senão o verdadeiro Israel."

O problema que se apresenta é o do reconhecimento do novo estado de coisas que Jesus, o Nazareno prega. Mateus é o "Evangelho do cumprimento" (5.17-20). Jesus enviado apenas às ovelhas perdidas da casa de Israel (15.24); Salvador do Seu povo (1.21). É o "nazareno" de uma não identificada profecia (2.23).

De acordo com Mateus, o Malkut haShamaim ("Reino dos Céus") é o cumprimento das antigas profecias, a última realização da Torah ("instrução, lei"), o judaísmo dos antepassados levado à sua maior perfeição. A nova ordem não é a negação da antiga aliança, mas a sua consecução (Mt 26.28), de acordo com o oráculo de Jeremias em 31.31-33. Mateus se refere a uma aliança que se renova periodicamente. Para ele, a Igreja de Cristo personifica a autêntica fé de Israel.


O LUGAR DE MATEUS NOS SINÓTICOS


No Evangelho de Mateus, quatro elementos, que são a Lei, o Juízo, a Igreja e a Missão Universal, estão perfeitamente integrados como círculo e expansão da Pessoa, de Cristo e Sua missão neste mundo.

O Evangelho de Mateus é ao mesmo tempo um livro teológico, ou seja, faz um estudo e busca a compreensão de Deus em Jesus e Seu destino escatológico, já que Ele revela Deus entre nós (11.25ss). Mas é, também, um livro antropológico porque se volta para o ser humano. Mateus é um livro eclesiológico, porque a comunidade de Cristo exerce o serviço aos irmãos e a ajuda aos pequenos, como o expressa o capítulo 18. 

O Evangelho de Mateus tem sido sempre de elevada estima por seu íntimo relacionamento com o ambiente palestino do qual Jesus veio e no qual viveu, e pela admirável síntese de seu ensino. Seu autor, Mateus (ou Levi) foi um dos apóstolos e testemunha ocular, que segundo Papias (c. 140 d.C.), "colocou em ordem os ditos do Senhor na língua hebraica (aramaica), que cada um traduziu do melhor modo que podia".

O vocábulo grego logia, palavra que significa "sentenças" e título da obra/fonte em aramaico do Evangelho de Mateus, reproduz o hebraico devarim que significa "palavras", "fatos". A obra aramaica de Mateus já não mais existe. Assim, há quem admita que o Evangelho de Mateus, seqüência dessa primeira obra, tenha sido escrito em grego numa data bem posterior, por um autor familiarizado com o ambiente helenístico da Igreja da Ásia Menor, e que fez uso abundante de materiais conhecidos na Igreja Primitiva como didakê ou "instrução".

O conceituado pensador judeu Martin BUBER escreve em sua obra Dois Tipos de Fé que o Cristianismo como tal teve início quando as convocações de Jesus para entrar no chegado Malkut haShamaim foram entendidas como um convite à conversão. Para Buber, esse foi o momento de infidelidade à religião de Israel. E a doutrina de Cristo não é uma evolução e aperfeiçoamento do que viera anteriormente (a Antiga Aliança), mas uma deturpação e um desvio. 


CINCO BLOCOS


O Evangelho original em língua semítica foi escrito entre 50 a 65 d.C., provavelmente começando com o ministério de João, o Batista (o atual capítulo 3) e terminou com relato tradicional da paixão/ressurreição. O Evangelho de Mateus está dividido em cinco seções que são centradas nos cinco grandes discursos de Jesus, espelho na Nova Aliança dos cinco livros de Moisés. 

O Primeiro Sermão (capítulos 5 a 7) foi anunciado numa montanha. É o Sinai da Nova Aliança. É precedido pela chamada dos discípulos e numerosas curas e exorcismos. Jesus proclama deste modo a chegada do Malkut haShamaim. Mateus utiliza essa expressão porque respeitosa e judaicamente evita falar o nome de Deus que seria mencionado na expressão sinônima Malkut haElohim, ou seja, "Reino de Deus". O que marca o fim do primeiro "livro" ou seção é a expressão de 7.28, "E aconteceu que concluindo Jesus este discurso..."

O Segundo Sermão (10.5-42) apresenta as instruções dadas aos Seus discípulos antes de Jesus enviá-los em missão. Os doze vão armados com poder para exorcizar e curar, como tinham visto Jesus fazer na tríplice série de três milagres que precedem esta seção. Termina toda a seção com a expressão de 11.1, "E aconteceu que, acabando Jesus de dar instruções aos seus doze discípulos..."

As seções narrativas dos capítulos 11 e 12 falam da oposição a Jesus e Sua pregação da chegada do "reino dos céus" por parte dos captores de João, o Batista, das cidades ímpias de Corazim e Betsaida, e da mentalidade dos perushim (fariseus), preparando para o capítulo 13, que o Terceiro Sermão, coleção de sete parábolas que ilustram este chegado reino. 13.53 encerra a seção dizendo "E aconteceu que Jesus, concluindo estas parábolas..."

A Quarta coleção de palavras de Jesus (capítulo 18) registra Seu ensino sobre os deveres dos discípulos. As narrativas da capacitação dos discípulos, a transfiguração, a Sua paixão predita conduzem a essa seção. O capítulo 19.1 dá por encerrado o bloco.

A Quinta e última seção, e seu discurso principal (capítulos 24 e 25) tem caráter profético. Ele é o centro da seção, apesar de o capítulo 23 se apresentar como um discurso com sete "ais" contra os escribas e fariseus. 26.1 encerra todo o Evangelho por dizer "... quando Jesus concluiu todos estes discursos..."

É preciso que honestamente se registre que nem todos os estudiosos concordam como esta ordem estrutural ou princípio interno de composição em cinco livros ou cinco seções do Evangelho de Mateus. L. VAGANAY, citado por SLOYAN, divide-o em três seções (3.1 - 4.22; 4.23 - 11.20; 12.1 - 25.46), sendo que a primeira e a segunda partes fazem paralelo com Marcos 1.1-20 e 2.23 - 13.37.


LÉON-DUFOUR divide Mateus em duas partes que são 


o ensino de Jesus como guia para a conduta da comunidade de Cristo (o Sermão do Monte) até a confissão de Pedro em Cesaréia de Filipos, e 
a proclamação da salvação (o kerygma), bem como a paixão vindoura e a preocupação com as chamadas "últimas coisas". 
Até mesmo no fato de que Mateus, apresentando Jesus como a fonte da Torah cristã, adota o modo dos perushim, visto que estes eram extremamente preocupados com a Torah. É aí que Mateus é totalmente diferente de Paulo, no fato de que não o evangelista faz pouco caso da Lei como tal. Pelo contrário, ele aprova e referenda a Lei, mesmo para cristãos. Trata-se, no entanto, de uma Lei nova designada a suplantar e a substituir as leis mosaicas. Em alguns lugares até apresenta uma lei mais rigorosa que a mosaica, e assim fazendo, reflete um desejo de produzir uma justiça que excederá a dos sopherim (escribas) e perushim (cf. 5.20).

O Evangelho de Mateus é, antes de tudo, o Evangelho do Reino, em suas parábolas, na pregação de Jesus, na consciência da condição do povo remido por Deus vivendo no meio de um mundo ímpio. Há uma forte corrente de escatologia apocalíptica (especialmente nos capítulos 24 e 25, o "Pequeno Apocalipse") tão ao gosto da sofrida gente judia.

Presume-se que este Evangelho tenha sido escrito em Antioquia da Síria. Talvez o fato da grande presença de judeus em Antioquia tenha levado a certa urgência na sua confecção. Parece que Mateus havia se defrontado com essa pressa ao responder à alegação de que Jesus não havia verdadeiramente morrido. É assim que ficam registradas informações como 27.54, 62-66; 28.11-15, e que parecem sugerir uma controvérsia com os judeus.


O EVANGELHO DOS JUDEUS


O Evangelho de Mateus reserva seu caráter essencialmente judaico ao enfatizar o tema do "cumprimento" mais do que qualquer outro evangelista, Mateus cita as profecias do Antigo Testamento e as aplica aos eventos da vida e do ministério de Jesus. A Sua genealogia traçada a partir de Abraão, a ênfase em Jesus como o Rei messiânico e Legislador, mas, ao mesmo tempo, "o Servo Sofredor", mostram que para este evangelista a nota principal do ensino cristão é que Jesus era Aquele que fora predito por Moisés e pelos profetas.

A determinação de Mateus em apresentar Jesus como um novo e superior Moisés o leva a "moldar o seu Jesus de acordo com a figura de Moisés no Êxodo" Como Moisés, Jesus quase pereceu na chamada matança dos inocentes . Como Moisés em Midiã, Jesus ficou um tempo em desterro no Egito. Como Moisés, apresentou o Seu grande ensino num monte. Como os ensinos de Moisés estão registrados em cinco livros, há em Mateus, como já mencionamos, cinco blocos de material pedagógico, terminando cada um com um colofon, uma conclusão formal (5.1 - 7.29; 10.5 - 11.1; 13.1-53; 18.1 - 19.1; 24.2 - 26.1).


Principais características deste Evangelho:


Ter sido escrito para os judeus. Foi escrito por um judeu para convencer os judeus. Assim, um dos grandes objetivos deste Evangelho é demonstrar que todas as profecias do Antigo Testamento se cumprem em Jesus, e por isso, é o Messias. Daí, a frase com suas variantes que é dezesseis vezes recorrente: "Tudo isso aconteceu para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta..." O nascimento e o nome de Jesus são cumprimento de profecias (1.21-23); a fuga para o Egito também (2.14,15); a matança dos inocentes (2.16-18); o regresso e a fixação de José, bem como a infância de Jesus em Nazaré (2.13); o uso de parábolas (13.34,35); a traição por trinta moedas de prata (27.9); o sorteio da roupa do Mestre enquanto preso à cruz (27.35). 
judaismo de Jesus é percebido na sua atitude para com a Lei. Ele não veio para destruir a Lei, mas para cumpri-la. 
Há em Mateus um interesse apocalíptico particularmente forte. É basicamente encontrado nos capítulos 24 e 25. 
Seu evangelho docente é outra característica especial. A sistematização do seu trabalho usando dois números significativos para o judeu: o 3 e o 7. Exemplos desta sistematização são:

José recebe 3 mensagens; 
Pedro nega a Jesus 3 vezes; 
Pilatos faz 3 perguntas; 
No capítulo 13, há 7 parábolas do reino; 
No capítulo 23, há 7 "ais" pronunciados acerca dos escribas e fariseus; 
A genealogia é um excelente exemplo desta sistematização. Mateus quer demonstrar que Jesus é da linhagem de Davi. Como em hebraico não há numerais, usam-se as consoantes do alfabeto que possuem, portanto, valor numérico. Por exemplo, David, ou seja, D V D. A soma dá 14. A genealogia de Jesus em Mateus consiste em 3 grupos de 14 nomes. Tudo feito para que o leitor judeu perceba a messianidade de Cristo embutida nas palavras, números e valores.

Somente quem conhece a riqueza do pensamento rabínico galileu, ambiente de Jesus, pode acompanhar e compreender plenamente os seus sermões e dar plena força às suas próprias palavras e expressões. SCHLESINGER afirma que para Jesus, seus ensinamentos não pressupõem o abandono da religião judaica.

O Evangelho de Mateus é, portanto, o que mais se aproxima do pensamento judaico, e aquele no qual a hostilidade contra os judeus é menos acentuada, e sua principal característica é mostrar como Jesus realiza as obras divinas. Que a missão de Jesus é dirigida primordialmente aos b'nei Israel (filhos de Israel), não há dúvida. É bastante ler os versos 10.5,6; 15.24 (cf. Jo 1.11).

Baseado no original aramaico, o atual Evangelho de Mateus manifesta pelo estilo, forma, fraseologia e expressões, o método de discussão de caráter semita. A intenção do autor é introduzir a mensagem do Malkut (reino) nos quadros da religião judaica. Multiplica as citações do Tanach (Antigo Testamento) para mostrar a sua realização na vida de Jesus.

Para Jesus, a importância da Torah é sintetizada na fórmula "Não penseis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim para destruí-los, mas para cumpri-los" (5.17). E quando denuncia a hipocrisia dos sopherim e dos perushim, mesmo assim assume o ensino deles.

Jesus no Monte parece refletir a tipologia de Moisés. Relembra, pelo cenário e conteúdo de sua prédica, o grande mediador da lei de Deus no judaismo, A seriação de dez milagres operados por Jesus lembra as dez pragas do Egito. A "nuvem luminosa" que envolve Jesus transfigurado, no episódio do Monte Tabor, em que são mencionados também Elias e Moisés, reassume com destaque a conceituação judaica da Shekinah, que é a presença divina no povo de Israel. 

A época da redação do Evangelho de Mateus era dura para os cristãos. Os judeus mostravam-lhes uma hostilidade acentuada, quase do mesmo modo que os romanos. 

Para alguém tão versado na tradição judaica como Mateus, é evidente que, para contar a história do Messias, a primeira tarefa a empreender é demonstrar que é o Messias. E para isso, deve provar em primeiro lugar que o Messias pertence à linhagem de Davi. Conseqüentemente, Mateus começa por apresentar uma genealogia (1.1- 17). Registramos abaixo um paralelo entre fatos, eventos e palavras do Evangelho de Mateus com sua correspondência no Antigo Testamento.

Mt 1.22,23 
Is 7.14 

Mt 2.2 
Nm 24.17; Is 60.3 

Mt 2.5,6 
Mq 1.33; 5.2; Sm 5.2 

Mt 2.16-18 
Jr 1.24; Gn 35.19; Ex 15,16 

Mt 2.13-15 
Os 11.1 

Mt 2.19,20 
Ex 4.19 

Mt 2.22,23 
não se sabe onde, pois não há no Antigo Testamento qualquer referência ao Messias como nazareno. É possível que Mateus tenha feito um jogo de palavras com nazireu (= Jz 13.5), ou de Is 11.1 ou Zc 6.12, "Renovo", em hebraico netzer. O jogo é "nazareno"" com "nazireu" ou "nazareno" com "netzer" 

Mt 3.11,12 
Ez 36.24-26; 2Rs 5.10 

Mt 3.3 
Is 40.3 

Mt 3.4 4.4 
2Rs 1.8; 1Rs 17.6; 

Ml 4.5 
Dt 8.3 

Mt 4.6 
Sl 91, 11, 12 

Mt 4.7 
Dt 6.16 

Mt 4.10 
Dt 6.13,14; 

Mt 4.14-16 
Is 9.1,2; 

Mt 5.4 
Sl 37.11 

Mt 8.17 
Is 53.4 

Mt 9.12,13 
Os 6.6 

Mt 21.1 
Zc 14.4 

Mt 21.12,13 
Jr 7.1,11 

Mt 24.31? 
Dn 7.13,14 

Mt 26.15 
Zc 11.12 

Mt 27.7-10 
Zc 11.13 

Mt 27.24 
Dt 21.6,7 

Mt 27.34 
Sl 69.22 

Mt 27.46 
Sl 22.2, 17-19 


]E, ainda, a controvérsia sobre o Shabbath (Repouso) (Mt 12.11-14) como cumprimento de Isaías 42.1-4.


TEMAS E PROBLEMAS ESPECIAIS



Cristologia

Destacam-se na cristologia de Mateus: 

A comparação de Mateus com Marcos para detectar quais as diferenças entre os dois Evangelhos mesmo onde correm paralelamente. O de Mateus é freqüentemente mais explícito que o de Marcos. 
Os títulos cristológicos usados no Evangelho de Mateus, que são ricos e significativos. "Filho de Davi", por exemplo, aparece logo no seu primeiro versículo, identificando Jesus com o Messias davídico. É sintomático que esse título aparece sempre nos lábios dos necessitados. Mateus usa o título Kyrios (Senhor) mais do que Marcos. É palavra que vai desde o "senhor" da linguagem quotidiana (13.27) até à confissão da Divindade. O mesmo ocorre com o título "Filho do Homem". 
Profecia e Cumprimento

Em Mateus o retorno de Jesus do Egito cumpre o texto veterotestamentário que se refere a Êxodo 2.15. 
O pranto das mães de Belém cumpre a referência de Jeremias ao pranto de Raquel pelos seus filhos em Ramá. 
Jesus que se muda para Nazaré cumpre "o que fora dito pelos profetas" 
A compra de um campo pelos sacerdotes por trinta moedas de prata cumpre as Escrituras descrevendo ações realizadas por Jeremias e Zacarias (27.9). 
A Lei 

A questão da atitude do evangelista com respeito à Lei é um assunto crucial no Evangelho de Mateus. As dificuldades se prendem a vários fatores: 

Várias passagens podem ser compreendidas como uma firme defesa da Lei (ex.: 5.18,19; 8.4; 19.17,18) e mesmo a autoridade dos fariseus e mestres da Lei em interpretá-la (23.2,3). Espera-se dos discípulos de Jesus que jejuem, dêem esmolas (6.2-4) e que paguem as taxas do templo (17.24-27). 
Algumas passagens podem ser vistas como um "amaciamento" da rejeição de Marcos de certas partes da Lei. A adição da cláusula que encerra um "exceto" ("não sendo por causa", ARC) em 19.9 e a omissão de Marcos 7.19b ("ficando puras todas as comidas) na perícope correspondente de Mateus (15.1-20) têm convencido muitos que Mateus não anula qualquer ordem do Antigo Testamento. 
Há algumas passagens onde, formalmente pelo menos, a letra da lei veterotestamentária é suplantada (ex.: 5.33-37) ou uma instituição do Antigo Testamento que é reverenciada parece ser depreciada e potencialmente suplantada (ex.: 12.6). 
Há uma passagem (5.17-20) que é amplamente reconhecida como programática do ponto de vista legal de Mateus. 


CARÁTER LITERÁRIO


Das 105 seções de Marcos, 93 aparecem em Mateus e 81 em Lucas. 4 seções de Marcos não aparecem em Mateus e em Lucas. Marcos tem 661 versículos; Mateus, 1068 e Lucas, 1149. Em seu texto, Mateus reproduz nada menos que 606 dos versículos de Marcos; Lucas, 320. Mateus usa 51% das palavras de Marcos.

Voltamos a registrar que afirmam alguns estudiosos que o Evangelho de Mateus como o temos hoje não provém diretamente da mão do apóstolo Mateus, pois quem foi testemunha ocular da vida de Cristo não precisaria usar Marcos como fonte para narrá-la. No entanto, Papias afirma que Mateus colecionou os ditos de Jesus em língua hebraica. Há evidência suficiente de que o Evangelho de Mateus como o conhecemos é uma obra compilada de várias fontes escritas, do Evangelho de Marcos e de uma coleção de ditos de Jesus originalmente escritos em hebraico ou aramaico. Papias, bispo de Hierápolis (moderna Turquia) cerca de 125 d.C. explora esse assuntos na sua obra Explicações dos Ditos (Logion) do Senhor. Cerca de 3/5 do Evangelho é devotada aos discursos de Jesus.


CONCLUSÃO


As opiniões acerca deste Evangelho e o que representa e/ou pode representar para o moderno judaismo são variadas. Em círculos judaicos mais ortodoxos, afirma-se que " O que é bom no Novo Testamento, não é bom; o que é novo não é bom. No entanto, Martin BUBER, o célebre pensador, filósofo e teólogo judeu deixou afirmação de que "Quem encontra Jesus Cristo encontra o judaísmo". O próprio Pinhas LAPIDE que o citou opinou que "O judeu Jesus e a hebraicidade básica de sua mensagem servirão de critérios para maior aproximação possível do sentido original da obra-prima de sua ética, sentido oculto na versão grega do evangelho". 


FONTES PRIMÁRIAS



AHERN, Barnabas M. The Gospels in the Light of Modern Research. Em: RYAN, M. Rosalie (Org.). Contemporary New Testament Studies. Collegeville, Liturgical Press, 1965, pp. 131-`152 

ASIMOV, Isaac. Guia de la Biblia - Nuevo Testamento. Barcelona, Plaza & Janes, 1988. Trad. B. G. Ibañez. 

BARCLAY, William. Mateo 2 Vols. 1a Reimpressão. Buenos Aires, La Aurora, 1973. Trad. M. P. Rivas. 

CARSON, D. A. Matthew Em: GAEBELEIN, Frank E. (Org.).The Expositor's Bible Commentary, Vol. 8. Grand Rapids, Zondervan, 1984, pp. 3 - 600. 

LAPIDE, Pinhas. O Sermão da Montanha - Utopia ou Programa? Petrópolis, Vozes, 1986. Trad. F. Dattler. 

PIKAZA, Javier. A Teologia de Mateus. SP, Paulinas, 1978. Trad. J. R. Vidigal. 

RYAN, M. Rosalie. Saint Matthew. Em: RYAN, Op. Cit., p. 238. 

SANDMEL, Anti-Semitism in the New Testament. Philadelphia, Fortress, 1978. 

SCHLESINGER, Hugo. Os Evangelhos e os Judeus. SP, Paulinas, 1985 

SLOYAN, Gerard S. The Gospel According to Matthew. Em RYAN, Op. Cit., pp . 239-246. 

ZOLLI, Eugenio. Guia Do Antigo E Do Novo Testamento. SP, Paulinas, 1961. Trad. F. Dattler. 



FONTES SECUNDÁRIAS



ACHTEMEIER, Paul J. e Elizabeth. The Old Testament Roots of Our Faith. 2ª impr. Philadelphia, Fortress, 1981. 

CHOURAQUI, André. A Bíblia - Matyah (O Evangelho Segundo Mateus). Rio, Imago, 1996. Trad. L. Duarte. 

GABEL, John B. e WHEELER, Charles B. A Bíblia Como Literatura. São Paulo, Loyola, 1993. Trad. A. U. Sobral e M. S. Gonçalves. 
KERMODE, Frank. Mateus. Em: ALTER, Robert e KERMODE, Frank. Guia Literário da Bíblia. SP, UNESP, 1997. Trad. R. Fiker. Páginas 417 - 431. 

L'ABBAYE de Saint-Andre.Le Nouveau Testament. Bruges, L'Abbaye de Saint-Andre. 

MALINA. Bruce J. The New Testament World - insights from cultural anthropology. Atlanta, John Know, 1981. 
RHYMER, Joseph and BULLEN, Anthony. Companion to the Good News New Testament. Glasgow, Collins, 1977.

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