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sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

VI - AS IMPLICAÇÕES DA RESSURREIÇÃO DE CRISTO

Parte VI
AS IMPLICAÇÕES DA RESSURREIÇÃO DE CRISTO

Para a Igreja - (Marcos 16.1-8)

 Nesta ocasião de celebração da Páscoa, devemos estudar sobre as implicações eclesiológicas da ressurreição de nosso Senhor Jesus para nossas vidas em particular e, conseqüentemente, para a Igreja que é o Corpo Vivo de Cristo. 


Não trataremos das implicações teológicas, o que nos exige estudo aprofundado de Cristologia, mas podemos e devemos aproveitar a ocasião para uma reflexão profunda sobre a nossa prática no ser igreja e ainda, se nossa expressão cúltica é verdadeiramente louvor a Deus e proclamação de seu Evangelho. 

A ressurreição sempre foi um tema desafiador para o povo de Deus e ainda o é para a igreja. Se estudarmos com seriedade o tema identificaremos três divisões objetivas que são: 

1) Ressurreições anteriores a de Jesus:
a) 1 Reis 17.22 - O filho da viúva de Sarépta por Elias. 
b) 2 Reis 4.35 - O filho da sunamita por Eliseu. 
c) 2 Reis 13.21 - O homem jogado na sepultura de Eliseu, pelo contato com os ossos do profeta.

2) Ressurreições no Ministério de Jesus:
a) Mateus 9.25 - A filha de Jairo. 
b) Lucas 7.15 - O filho da viúva de Naim. 
c) João 11.44 - Lázaro, o amigo de Jesus.
d) Mateus 27.52-53 - Os Santos que morreram justos no momento da morte de Jesus.
e) Marcos 16.6 e correlatos - O próprio Senhor Jesus.

3) Ressurreições posteriores a de Jesus:
a) Atos 9.37 e 40 - Tabita ou Dorcas, por Pedro.
b) Atos 20.9-12 - Êutico, por Paulo em Trôade.

De todas as narrativas sobre esta manifestação sobrenatural de Deus a ressurreição de Jesus tem implicações específicas, conforme profetizado no Salmo 16.10, que assevera que o Pai não permitiria que ao Filho habitar com os mortos, mesmo tendo ele estado na habitação dos mortos e proclamado libertação ali, 1 Pedro 3.18 e 19. 

Veremos pelo menos três destas implicações para nossas vidas e Igreja.


I - As barreiras e dificuldades para nossa atuação no mundo são retiradas pelo próprio Deus; (vs. 3 e 4):


O texto declara que as mulheres estavam preocupadas com a pedra que era muito grande. Em Mateus 27.60, referindo-se ao tamanho da pedra, o evangelista diz ser mega, isto é, muito grande, de uma amplitude que grande seria pouco para expressar, a pedra colocada na entrada do sepulcro.

Os olhos daquelas mulheres, vs. 3, estavam como muitas vezes ficam os olhos da igreja diante dos desafios para a evangelização ou para a realização de seus ministérios, fixados nos problemas, presos nas dificuldades e voltados para a derrota, como se fôssemos cegos.
A prova disto é a expressão do texto no vs. 4, "levantaram os olhos", no original. O verso afirma que elas recuperaram a visão ao erguerem os olhos. Na verdade houve uma mudança radical na perspectiva daquelas mulheres. Não mais olhavam para baixo e sim para cima, para o alto, e isso lhes permitiu a visualização do milagre. A pedra estava revolvida e não era mais uma barreira.

Amados irmãos e irmãs, erguer os olhos denota ato de fé. Sempre que agimos pela fé os obstáculos, as barreiras e dificuldades para a consecução do ministério da igreja e da evangelização deixam de existir. Deus mesmo nos abre as portas pelo seu poder e para sua glória.

A segunda implicação é decorrente da primeira, visto que...


II - Não há o que temer, o mais feroz inimigo foi vencido por Jesus; (vs. 5 e 6):


A profecia do Salmo 16.10 e 11, já citado, afirma que não haveria destruição espiritual na vida de Jesus. Seu espírito não ficaria no inferno, a habitação dos mortos. A vitória foi prometida e é garantida por Deus para a igreja, que é o Corpo Vivo do Senhor Jesus.

O vs. 5 de Marcos 16 fala do medo daquelas mulheres. Esse medo seria uma reação humana que precisava ser vencido. O texto, no original, fala que elas "caíram atônitas de espanto" por não terem visto o corpo de Jesus. Neste instante, o anjo que estava ali para ministrar àqueles corações, vs. 6, diz que não havia motivos para espanto, para o susto. As mulheres foram desafiadas à renunciarem o medo, vencendo-o pela fé.

Jesus não estava lá. Não encontraram um corpo inerte e em putrefação. Jesus havia ressuscitado. Acordara! Despertara da morte levantando em triunfo e vitória sobre a morte e o pecado. Jesus ressurgiu! O defunto, aparentemente derrotado, não está inerte e nem mesmo preso em sua lápide, pois no confronto com a morte, com o poder das trevas, Jesus sempre é vitorioso. As mulheres procuravam um homem morto mas encontraram o Deus Vivo! O apóstolo Paulo, em 1 Coríntios 15.54-56, pergunta sobre a vitória da morte, ao que ele mesmo responde: "tragada foi a morte na vitória". A vitória de Jesus Cristo na sua ressurreição. O túmulo de Jesus vazio, fato que nenhum outro líder religioso conseguiu, é prova cabal e insofismável da vitória de Cristo sobre a morte e sobre o inferno. A igreja precisa expressar fé genuína e plena nesta vitória se deseja consumar o Reino de Deus no mundo.

Não existe nada que possa deter o triunfo da igreja, a não ser a falta de fé na vitória que nos foi outorgada por Jesus Cristo. O medo é paralisante. A paralisia desemboca na acomodação. A acomodação fossiliza a igreja. Devemos subjugar o medo e rejeitar com veemência a acomodação, libertando-nos do risco da fossilização, para que, pela fé, sejamos uma igreja com autoridade profética no testemunho do Cristo vivo. 

A terceira implicação, como não poderia deixar de ser, é decorrente desta, e indica que... 


III - A igreja deve avançar sempre com a convicção de que Jesus vai adiante dela; (vs. 7):


Tenho em mente a experiência do povo de Deus na travessia do mar, ao saírem do Egito, quando clamaram ao Senhor diante de um desafio intransponível aos olhos humanos. Deus simplesmente determina: "dize ao povo que marche", Êxodo 14.15. Seria maravilhoso se nós tivéssemos a disposição de apenas marcharmos rumo a vitória do Evangelho no mundo, jamais lamentando os desafios, a dureza dos corações ou a incredulidade reinante. 

Como igreja, nosso desafio é conquistar a totalidade das etnias pela pregação. A ordem do Mestre é ir, verso 15. Da mesma forma o anjo ordena às mulheres dizendo "ide". É um imperativo. Não existe a alternativa para permanecerem prostradas. Não lhes é oferecida a opção para cumprirem apenas uma parte do mandado. A ordem determinada pelo anjo é tal qual a de Jesus, unívoca e irrefutável. 

Devemos observar que não é ir em qualquer direção ou sem uma missão específica. É ir para o lugar designado por quem deu a ordem. Ir em frente, para a Galiléia, pois o Senhor vai adiante. No texto original o termo indica que Jesus mesmo preparava o caminho para que seguissem, garantindo a chegada em segurança, bem como a eficácia na missão. O Senhor ressurreto e vitorioso vai adiante da igreja aplainando o caminho para os "pés daqueles que anunciam a Paz".

Não encontramos no Texto Sagrado desculpas para ficarmos prostrados ou vislumbrados diante da magnitude da vitória de Cristo. Devemos avançar em ofensiva contra o pecado na proclamação do Evangelho. É imperioso pregarmos a qualquer tempo e circunstâncias a vitória de Jesus Cristo contra o pecado, a morte e o inferno. O Senhor Jesus vai adiante de nós, prepara o caminho, tira as barreiras e rompe os grilhões. A igreja deve segui-lo com firme convicção de fé, pois somos a Igreja vitoriosa, triunfante e gloriosa.


Conclusão:


É maravilhoso fazermos parte de uma equipe que já tem a garantia da vitória contra os seus opositores e seu Adversário.

Amados irmãos e irmãs, se nos detivermos ante aos obstáculos, ante aos temores que nos tentam embotar a consciência e nos arrefecer a fé, ou se nos prostrarmos em inércia ociosa e diabólica resultante de ostracismo espiritual e de uma vida devocional rasa e insipiente, de certo perderemos o Senhor Jesus de vista, pois ele sempre vai adiante e nunca estaciona em sua marcha triunfal à Jerusalém celestial. Devemos adentrar a Cidade Santa com o Senhor.

Creiamos, amados, o Senhor mesmo colocará por terra todos os obstáculos. A ressurreição de Jesus é prova mais que contundente de que não precisamos temer, pois o mais vorás inimigo está derrotado e envergonhado, Colossenses 2.15. Nada pode deter o avanço do evangelho no mundo, a não ser o comodismo da igreja.

Minha oração é que as implicações da ressurreição de Cristo sejam as implicações pertinentes em nossas vidas e igreja. Somos o Corpo Vivo de Cristo e membros uns dos outros, o que nos impõe convicção de fé e determinação evangelística jamais praticadas em nossa história. 

Somos nós hoje, como Elias, Eliseu, Pedro e Paulo o foram no passado, os detentores do poder e da unção espiritual para a ressurreição de todo aquele que crer em Cristo Jesus como resultado do nosso testemunho e pregação. Que Deus nos ajude nesta atuação como ressuscitadores dos mortos nos delitos e pecados. 

Amém.

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Um comentário:

  1. Bom seria que a Igreja de Cristo tivesse essa percepção de tais implicações. Isso faria toda a diferença.
    DTA.

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