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sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

XXIV - QUANDO O CRENTE SE CONVERTE

Parte XXIV
QUANDO O CRENTE SE CONVERTE

Disse Jesus: Simão, Simão, eis que Satanás vos pediu para vos cirandar como trigo; mas eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; e tu, quando te converteres, fortalece teus irmãos". (Lc 22.31, 32)

Uma vida espiritual plena, feliz, ativa tem seu início quando se estabelece um relacionamento de dependência, de fé, de perdão entre a pessoa humana e Deus. E sua manutenção exige que a nossa personalidade seja ajustada à divina, e que demos ao Senhor a posição que Lhe compete em nossa vida. 


O mundo perdido não glorifica a Deus, nem o crente quando se torna mais movido pela carne que pelo Espírito. Igualmente, o crente com outros interesses, que não o reino de Deus e sua justiça, também não glorifica o Pai. E, no entanto, há uma lei espiritual de que todo crente precisa se aperceber. É encontrada em 1Samuel 2, no final do verso 30, onde diz o Senhor: "Longe de mim tal coisa, porque honrarei aos que me honram, mas os que me desprezam serão desprezados". Lei que naturalmente encontra seu eco no Novo Testamento, na palavra de Jesus Cristo em João 12.26: "Se alguém me quiser servir, siga-me; e onde eu estiver, ali estará também o meu servo; se alguém me servir, o Pai o honrará". 

É nesse ponto que Jesus fala a Pedro, e a nós também, esta expressão: "Tu, quando te converteres, fortalece teus irmãos". Isso quer dizer que a conversão do já crente é o seu despertamento, o seu reavivamento. E nós até cantamos, como no hino 116 do Cantor Cristão.:

"Vem! Reveste a tua igreja
De poder e luz!
Vem! Atrai os pecadores
Ao Senhor Jesus!

Maravilhas soberanas
Outros povos vêem;
Oh ! derrama a mesma bênção
Sobre nós também!"

Ou no 117 CC:

"Santo Espírito de Deus
Enche de fervor os seus,
Pra cantarem o louvor
De Jesus, o Salvador!

Vem Espírito veraz,
Esta escuridão desfaz!
Enche-nos de santa luz,
Guia todos a Jesus!"

Mas o evangelho diz que precisamos de um fogo que queime os nossos velhos vícios, Nossa vida de crentes acomodados, e satisfeitos, e tranqüilos, e de um evangelho sem arrependimento, sem obediência, e que despreza e põe de lado a cruz esperando que nada, absolutamente nada nos perturbe e incomode. Precisamos de uma reforma que seja radical, aquilo que, repetimos, Jesus Cristo disse: "Tu, quando te converteres fortalece a teus irmãos". Ou seja, uma nova dedicação na vida, um novo propósito, um novo serviço, uma nova postura diante de Cristo, uma nova posição diante de Sua Igreja, e diante do mundo, que é objeto de Seu amor. Então, faremos uma pergunta:


A QUE(M) DEVE O CRENTE SE CONVERTER?


Precisamos de uma conversão à soberania de Deus Pai. Está em Jeremias 24.7: "E dar-lhes-ei coração para que me conheçam, que eu sou o Senhor; e eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus; pois se voltarão para mim de todo o seu coração". E devemos fazê-lo para não incorrermos no que está em Isaías 29.13: "O Senhor disse: Pois que este povo se aproxima de mim, e com a sua boca e com os seus lábios me honra, mas tem afastado para longe de mim o seu coração, e o seu temor para comigo consiste em mandamentos de homens, aprendidos de cor." 
A soberania de Deus é a Sua qualidade, o Seu atributo pelo qual domina toda a criação, e o universo e o mundo onde vivemos, e a História, e a Igreja de nosso Senhor Jesus Cristo! Sendo soberano, Deus é onisciente, é onipotente, é onividente, Deus é livre; sendo livre, e onividente, e onipotente e onisciente, Deus é soberano. É a essa soberania que devemos nos render. 

Porque Deus é soberano, não podemos querer e reinvidicar escolhas que fazemos sem consultá-Lo, e não pode haver regeneração espiritual, se não houver uma reforma moral da parte daquele que se submete ao chamado do Senhor. Mas você, meu irmão, querida irmã, pode escolher não se submeter, não se converter à soberania de Deus. No entanto, também não receberá bênçãos, não será uma bênção, e não sentirá a alegria de ser obediente.

É preciso converter-se aos planos de Jesus Cristo. O conceito fundamental da vida cristã e mudança de mentalidade que os tradutores da Escritura Sagrada preferiram traduzir como arrependimento. A palavra na língua grega é metanóia, que quer dizer "mudança de mente, modificação da mentalidade". Receber a Cristo como Salvador significa colocar-se ao lado da pessoa de Cristo de modo único na experiência humana, e de maneira exclusiva porque Jesus Cristo não aceita ser dividido com ninguém, ou com coisa alguma. 

Significa ser como Ele, Jesus, é. Em 1João 4, final do verso 17 está dito, "porque, qual ele é, somos também nós neste mundo". Quer dizer que os Seus amigos são os nossos amigos, Seus inimigos são os nossos inimigos, e os seus caminhos são os nossos caminhos, e a Sua vida é a nossa vida, e a Sua cruz, a nossa cruz. 

O crente em Jesus Cristo é uma pessoa marcada. Marcada por essa cruz, marcada pelas dores, marcada pelas bênçãos, e pelo céu, e pela alegria, porque ninguém se rende ao senhorio de Cristo e ao Seu plano e permanece indiferente.

É preciso que o irmão se converta à operação do Espírito Santo. Lemos em Provérbios 1.23: "Convertei-vos pela minha repreensão; eis que derramarei sobre vós o meu Espírito e vos farei saber as minhas palavras". É uma palavra decisiva e incisiva. A tarefa primeira do Espírito Santo de Deus é restaurar a íntima comunhão da pessoa perdida com Deus, levando-a a Jesus Cristo, o Salvador. "E quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo" ( Jo 16.8). E, deste modo, realizando uma obra de energização do crente, ou seja, o Espírito Santo nos dá a energia espiritual para o quebrantamento, e para a submissão, e para a conversão à vontade de Deus, e aos planos e senhorio de Jesus Cristo. 

O problema é o crente continuar a viver como era antes, e ele se diz crente, mas continua o mesmo do passado. Após se dizer convertido, precisa se reaquecer, reavivar-se, reanimar-se, novamente converter-se para fortalecer os seus irmãos, lembrando-se que a lei bíblica é que um pecador não pode entrar no reino de Deus (cf. Jo 3.3,5; 1Co 6.9, 10; Gl 5. 19-21; Ef 5.5; 1Pe 1.22,23; Ap 21.27; 22.15). E permitir que o Espírito Santo opere na vida é seguir uma lei espiritual também, a que diz "Enchei-vos do Espírito" (Ef 5. 18b). 



Evangelho sem o Espírito Santo é a intenção de Satanás, e já basta de tanto evangelho sem o Espírito, porque Satanás deseja uma Igreja sem vida, sem os rios de água viva (Jo 7.38; Is 44.3), e fria sem o calor, o aquecimento do Espírito de Deus (Mt 3.11; At2.3,4). E sem direção, sem a coluna de fogo nas horas escuras como o povo de Israel no deserto experimentou. Assim, sem o Espírito Santo, estaremos no deserto sem orientação, sem objetivo, sem alvo e sem ponto de chegada. 

Mas a igreja, qualquer igreja, terá esses rios de água viva, esse fogo, essa luz quando estiver cheia, plena do Espírito, sob o controle do Espírito na vida dos crentes individuais. E, permitindo que o Espírito opere, estaremos preparados para resistir à tentação, para obedecer à Palavra de Deus, para compreender a verdade, e, sobretudo, para viver de vitória em vitória!


O CRENTE SE CONVERTE E SE FORTALECE


Para que o crente se converte e se fortalece? É um fato sistêmico: a conversão leva o crente ao fortalecimento, e o seu fortalecimento leva a fortalecer os outros irmãos. É o que Jesus ensina (Lc 22.32), e é o que aprendemos em toda a Bíblia. Porque está na palavra profética de Isaías 35, "Fortalecei as mãos fracas, e firmai os joelhos trementes. Dizei aos turbados de coração: Sede fortes, não temais; eis o vosso Deus! com vingança virá, sim com a recompensa de Deus; ele virá, e vos salvará" (vv. 3,4). Ou no Novo Testamento: "Portanto, levantai as mãos cansadas, e os joelhos vacilantes, e fazei veredas direitas para os vossos pés, para que o que é manco não se desvie, antes seja curado" (Hb 12. 12, 13). 

E acontece também essa conversão e fortalecimento para que haja esperança (Os 12.6). Para que seja demonstrada a vontade de Deus em nossa vida (1Co 4.20). E o crente se fortalece para pregar, para proclamar, para anunciar o amor de Deus, Sua graça, Sua misericórdia nos termos da Segunda Carta a Timóteo 4.17: "Mas o Senhor esteve ao meu lado e me fortaleceu, para que por mim fosse cumprida a pregação, e a ouvissem todos os gentios; e fiquei livre da boca do leão". 

Sim, somos salvos para Cristo; fomos salvos para ter autoridade espiritual e moral (Gl 6.1), e não esqueçamos que somos salvos de uma posição, isto é, do sistema deste mundo, da lama, do mal, do pecado, da ira vindoura, somos salvos de para alguma coisa, para uma finalidade. Voltemos a Escritura que nos fundamenta: "Porque eles mesmos anunciam de nós qual a entrada que tivemos entre vós, e como vos convertestes dos ídolos a Deus, para servirdes ao Deus vivo e verdadeiro, e esperardes dos céus a seu Filho, a quem ele ressuscitou dentre os mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira vindoura" (1Ts 1. 9.10). 

Sim; salvos para Cristo, e para ter comunhão, e para servir a Deus. Somos salvos para ter essa autoridade espiritual de que fala a Escritura: "Exortamos-vos também, irmãos, a que admoesteis os insubordinados, consoleis os desanimados, ampareis os fracos e sejais longânimos para com todos" (1Ts 5.14). 

Não é fácil nem simples corrigir o errado. Por isso é preciso estar preparado: "Irmãos, se um homem chegar a ser surpreendido em algum delito, vós que sois espirituais corrigi o tal com espírito de mansidão; e olha por ti mesmo, para que também tu não sejas tentado" (Gl 6.1). Repitamos: não é fácil corrigir quem erra. Para consolar o aflito, é preciso repassar a consolação que se recebeu de Deus, como Paulo mesmo afirma: "Grande é a minha franqueza para convosco, e muito me glorio a respeito de vós; estou cheio de consolação, transbordo de gozo em todas as nossas tribulações" (2Co 7.4). E é muito triste, muito pesado, extremamente pesado quando alguém precisa de consolação e os consoladores não aparecem, como o Salmo 69. 20 diz: "Afrontas quebrantaram-me o coração, e estou debilitado. Esperei por alguém que tivesse compaixão, mas não houve nenhum; e por consoladores, mas não os achei". Temos que sofrer com paciência as fraquezas do irmão e ajudar o que duvida, pois a fé recolocada, o crente novamente convertido reconduz o irmão desviado à fé.

O crente em Jesus Cristo há de ser um exemplo de energia, e estímulo para isso é o que não falta na Escritura Sagrada. Está no livro do profeta Joel: "diga o fraco: Eu sou forte" (3.10b). E, voltando ao Novo Testamento, em Romanos 15.1, Paulo nos passa: "Ora nós, que somos fortes, devemos suportar as fraquezas dos fracos, e não agradar a nós mesmos". 

Poder. Um sentido de poder é como alguém definiu muito claramente: "é a capacidade para fazer". É o que Deus nos dá, e é o que Ele quer fazer na Igreja, e é o que Ele coloca nos corações dos crentes. É exatamente o que Deus deseja fazer: energizar! Mas não esse poder que nem se sabe o que é. 

Há quem o peça sem saber para quê, e nem mesmo o que é, pois é algo meio enfumaçado na cabeça, sem que se compreenda direito o que significa. E verificamos na Escritura que quem fortalece é Deus; o poder não vem de mim mesmo como vem pregando a Nova Era que a pessoa tem todo esse poder dentro de si e é só extraí-lo. Diz a Bíblia que quem fortalece é o Senhor: "E o Deus de toda a graça, que em Cristo vos chamou à sua eterna glória, depois de haverdes sofrido por um pouco, ele mesmo vos há de aperfeiçoar, confirmar e fortalecer" (1Pe 5.10). A Bíblia diz também que é o próprio evangelho de Jesus Cristo que fortalece nos termos de Romanos 1: "Porque não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego. Porque no evangelho é revelada, de fé em fé, a justiça de Deus, como está escrito: Mas o justo viverá da fé" (vv. 16, 17).

Pois é; estamos cercados por todo um reino espiritual. Não se assustem não: há muita pregação que só enfatiza o maligno. Mas quero lembrar aos irmãos que estamos cercados também por um abençoado e divino reino espiritual, é Deus mesmo que está ao nosso lado. A Bíblia não diz: "O anjo do Senhor se acampa ao redor daqueles que amam a Deus"? O Senhor está ao nosso lado. Estamos cercados por esse reino espiritual, os anjos do Senhor que nos ajudam porque são espíritos ministradores (Hb 1.14) . Sim, Paulo quando prega em Atenas, e está registrado em Atos 17.28, também afirma: "Porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos; como também alguns dos vosso poetas disseram: Pois dele também somos geração". Portanto, estamos rodeados por um reino espiritual, mas tudo é uma questão de freqüência, de estar ligado no canal certo. 

O jornal há alguns anos noticiou um escândalo tomou conta do país. Uma autoridade pública emitiu uma opinião particular em off, mas as antenas parabólicas estavam ligadas naquela freqüência. E todo o Brasil ouviu o que disse o ministro porque as antenas estavam ligadas naquela freqüência. E se perde de ouvir a Deus por não se estar antenado espiritualmente nEle! Deixamos de estar ligados na freqüência do Senhor, e ficamos recebendo tantas outras transmissões. mas não sintonizamos o Pai, nem o Filho, e não entramos em sintonia com o Espírito Santo. Pois o Seu poder não é algo que Ele tem, mas o que Deus é. E perdemos a energia porque nem sempre queremos caminhar com o Senhor.

"Tu quando te converteres, fortalece a teus irmãos". Essa foi a exortação que o Senhor fez a Pedro. E que faz a nós também. Que o Senhor nos ajude a que vivamos o evangelho pleno, total, sem reservas, sem paredes, mas que o evangelho tome conta de nossa vida toda, e de toda nossa vida moral, e emocional, e física. Que tudo seja entregue de modo absoluto ao Senhor que nos redimiu! Amém.

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