Páginas

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

XIX - O DOM, OS DONS E O FRUTO DO ESPÍRITO SANTO

Parte XIX
O DOM, OS DONS E O FRUTO DO ESPÍRITO SANTO
O início do século I da era cristã foi um desafio e um prejuízo para as religiões pagãs do Império Romano. Um movimento oposto às crendices e às formas de religiões arcaicas e infrutíferas começou a desenvolver-se no seio de uma pequena comunidade. A história nos empolga, pois é contada em termos dramáticos e desafiantes. Esse movimento, cujo surgimento e desenvolvimento está narrado no livro de Atos dos Apóstolos, foi fruto do mover do Espírito Santo através e nos discípulos de Jesus Cristo. E até a nossa época, este Espírito continua a mover-se no mundo.






Em nossos dias, há uma crescente preocupação com as manifestações do Espírito Santo. Há, até, um movimento carismático no mundo cristão. No ambiente evangélico, percebe-se, não raro, indagações sobre batismo com ou no Espírito Santo. Outros questionam: o que acontece com uma pessoa que recebe o Espírito Santo? Só é verdadeiro crente quem fala em outras línguas? Pode ou deve o crente pedir o Espírito Santo? São algumas das diversas formas que explicitam preocupação com os dons do Espírito Santo, sem levar em conta toda a história da redenção e a realidade de que o Espírito Santo é Deus, assim como o Pai e o Filho.

O Espírito Santo, como a realidade de Deus, é essencialmente poder. Ele não é apenas uma força. Deus é todo-poderoso, onipotente e, na sua grandeza incomensurável, subsistem três pessoas de uma mesma substância: Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo.

Devemos entender claramente a triunidade de Deus: nós cremos em Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo.

Quem tem o Pai, tem o Filho — e só podemos tê-los e recebê-los mediante a ação eficaz, poderosa e irresistível do Espírito Santo em nós. Está claro que os crentes têm o Espírito Santo, pois enquanto são membros da Igreja, do Corpo de Cristo, a qual é habitada por esse Espírito.

O mundo e a história são campos de ação do Espírito Santo através da Igreja e mesmo além da Igreja. Porque o espírito age como quer, onde quer e quando quer. Não podemos limitar a ação do Espírito Santo de Deus.



A descida do Espírito Santo: O Dom


A experiência de Pentecostes ficou sendo assim conhecida porque aconteceu por ocasião da Festa de Pentecostes. O nome Pentecostes origina-se do intervalo de cinqüenta 50 dias que separa a Festa da Colheita da Festa da Páscoa, de acordo com a tradição judaica. A descida do Espírito Santo sobre a Igreja reunida em Jerusalém naquela ocasião nos é narrada em Atos 2, o capítulo de abertura e de impacto da história da igreja cristã primitiva. O livro de Atos como um todo mostra o Evangelho em ação. O livro mostra o impacto que uma comunidade pode causar quando vive e age no poder do Espírito Santo.

Os dois personagens principais deste livro, Pedro e Paulo, agiram no poder do Espírito. Os capítulos 2 e 3 de Atos registram dois sermões do apóstolo Pedro, quando oito mil almas se renderam ao pé da cruz de Cristo. O ministério do apóstolo Paulo foi um ministério de bênçãos e vitórias, levando o Evangelho perante príncipes, governadores e reis. Assim, o texto de Atos e o contexto do próprio livro de Atos, mostram o que pessoas e comunidades podem fazer quando se tornam instrumentos vivos e eficazes do Espírito Santo.

A Promessa da vinda do Espírito


Pentecostes prova ser um tempo em que as profecias se cumpriram, desde o Velho Testamento até às promessas gloriosas dos lábios do divino Mestre: Eu vos enviarei o Consolador. Permanecei, pois, na cidade (em Jerusalém) até que do alto sejais revestidos de poder. Eles permaneceram. E as promessas de Deus se cumpriram. Porque elas jamais falham. O Espírito Santo provém, pois, do Pai e do Filho, e juntamente com o Filho e o Pai, é adorado e glorificado, como diz o texto niceno.

Volvendo os olhos ao passado distante, vamos encontrar o profeta Isaías falando do Reino do Messias, no capítulo 11 verso 2, dizendo: repousará sobre ele o Espírito do Senhor. O profeta Ezequiel, falando da restauração do povo de Deus, afirma: Porei dentro de vós um espírito novo. E, de uma maneira muito especial, profetizou Joel: E acontecerá naqueles dias que derramarei o meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos velhos terão sonhos e os vossos jovens terão visões (2.28).

O próprio apóstolo Pedro identifica a experiência do Pentecostes com o derramamento do Espírito de que fala o profeta Joel. Temos aqui um exemplo de cumprimento de profecia. Certeza de Deus. As profecias se cumprem.

Joel afirmou: e acontecerá naqueles dias que derramarei o meu Espírito sobre toda a carne (Jl 2.28). Sobre todos os cristãos verdadeiros, indistintamente de serem judeus ou gentios. No Antigo Testamento o Espírito vinha sobre algumas pessoas distintas, e seus carismas (dons) eram dados a algumas pessoas com missão específica e em caráter temporário. Eram carismas especiais que podiam inclusive ser retirados, caso o ungido se desviasse das promessas de Deus. Um bom exemplo disto é a oração do rei Davi após haver pecado: não me retires o teu Santo Espírito (Sl 51.11). Davi se refere aqui àquela unção especial que havia recebido para ser rei, e que lhe havia sido ministrada através das mãos do profeta Samuel (1 Sm 16.13).

Já no Novo Testamento, o Espírito Santo, juntamente com seus dons, é dado a todos os que crêem e seus dons estão presentes na Igreja de uma forma permanente (Jo 14.16). Diz Lucas: Estavam todos reunidos no mesmo lugar (...) E foram todos cheios do Espírito Santo (At 2.1-4).

A promessa de Jesus foi: Eu vos enviarei o Consolador para que fique convosco para sempre. Agora o Espírito é dado a todos os que crêem e para sempre. Como diria Calvino: "Uma vez selado com o Espírito Santo, para sempre selado." Que bênção e que conforto é crermos assim.

O Senhor Jesus também determinou aos apóstolos que permanecessem em Jerusalém. Permanecei, pois, em Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder (Lc 24.49). E em Atos 1.8 temos a reafirmação dessa promessa: Mas recebereis poder ao descer sobre vós o Espírito Santo e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, na Judéia e em Samaria e até aos confins da terra. Poder para testemunhar, pregar e agir, guiados pelo Espírito Santo.


O Cumprimento da Promessa no Dia de Pentecostes


Não muito depois dessa última promessa, estavam todos os apóstolos com alguns irmãos reunidos em Jerusalém quando veio do céu um som terrível, como de um vento impetuoso e algo como línguas de fogo apareceu e foi distribuído entre eles. Estes fenômenos: do som terrível, como de um vento impetuoso e de línguas de fogo, embora muito enfatizados por alguns dentro da cristandade moderna, são o ponto menos importante da experiência. O importante mesmo é que eles foram cheios do Espírito Santo para comunicar as grandezas de Deus e viver o Evangelho de Cristo, num testemunho encarnado que se estenderia por toda Jerusalém, Judéia, Samaria e até aos confins da terra, como testemunhamos hoje.

O fervor e entusiasmo aqui registrados eram do céu, e não provocados pelo ambiente emocional. Este fato nos ajuda, com a graça de Deus, a discernir as manifestações reais do Espírito Santo dos delírios coletivos e das circunstâncias emocionais que possam acontecer ou serem provocadas. O fervor e o entusiasmo eram de Deus. Essa diferença é fundamental.

É bem verdade que a fé cristã comporta emoções as mais sublimes e santas. Tudo, porém, seja feito com decência e ordem. Conforme nos ensina o Espírito Santo, através do apóstolo Paulo (1 Co 14.40).

Pode-se dizer que a Igreja neotestamentária nasceu com a descida do Espírito Santo no Dia de Pentecostes. Desde então, a Igreja e o cristão agem no mundo como força transformadora no poder do Espírito, para implantação do Reino de Deus entre os homens.



As línguas faladas no Dia de Pentecostes


O que dizer do dom de línguas? Esse fenômeno permite aos homens de todas as raças compreenderem o Evangelho. É o sinal anunciador do Reino de Deus, daquele dia glorioso quando todas as barreiras que separam os homens seriam derribadas e a humanidade voltaria a encontrar em Deus a sua unidade perdida. O Pentecostes assinala o princípio da grande reunião dos filhos de Deus dispersos por toda a superfície da terra.

Convém notar que o texto de Atos relata que os apóstolos, uma vez cheios do Espírito Santo, começaram a falar em outras línguas. Aqui não diz línguas estranhas. Eram línguas conhecidas. Estavam presentes ali pessoas de várias nacionalidades, com dialetos próprios. E ouviam falar em suas próprias línguas das grandezas de Deus, conforme relata Lucas, autor deste maravilhoso livro (At 2.11). O objetivo de falar em línguas foi o de comunicar o Evangelho de forma clara, para que as pessoas pudessem entender a mensagem. Não o de ser um dom espetacular ou algo semelhante. O fenômeno de línguas ali registrado reside no fato de que eram todos galileus os que falavam, e de outras nacionalidades os ouvintes, e puderam receber e entender a mensagem em suas próprias línguas.

A lista dos povos ali representados é algo significativo, do ponto de vista lingüístico e geográfico. Senão, vejamos: começa com povos que ficavam ao leste (Partos, Medas, Elamitas e Mesopotâmios); move-se para o oeste até a Judéia, nordeste e até a Capadócia e outros distritos da Ásia Menor; para o sudeste alcançando o Egito e a Líbia , sendo ainda mencionados: Roma, a Ilha de Creta e Arábia. Lembremos as palavras do verso 8 do capítulo 1: Sereis minhas testemunhas em Jerusalém, Samaria, Judéia e até aos confins da terra...; ali estava o começo glorioso da grande expansão missionária da Igreja Cristã nascente.

O Pentecostes é ainda, num outro sentido, uma réplica divina da Torre de Babel. Como tal, aponta para a unidade criada por Deus no Pentecostes em contraste com a confusão de línguas, juízo divino sobre fruto do orgulho humano, que pretende se elevar até aos céus e não consegue. Gênesis 11 relata a confusão e fracasso humanos, seguidos do juízo de Deus. Pentecostes relata a unidade da Igreja como um dom de Deus. A unidade de línguas é obra do Espírito Santo. Esta unidade da Igreja é algo que não se cria: recebe-se, manifesta-se e crê.

Muitos comentaristas apontam para o fato de que, segundo a tradição judaica, quando a lei foi dada no Monte Sinai, a voz de Deus foi ouvida em todas as línguas. Segundo a tradição judaica, isto aconteceu na época da Festa de Pentecostes, e houve também manifestação da glória e do poder de Deus. Obviamente não podemos tomar tradições judaicas por certas; entretanto, esta crença judaica é sugestiva do fato que Pentecostes lembraria para os Judeus presentes naquela ocasião a experiência gloriosa do Sinai e a dádiva da lei que representava o Espírito e a vontade de Deus para o seu povo, bem como o poder que haveria de guiá-los em sua peregrinação.

O Espírito Santo é o próprio Deus-Consolador, que guia, orienta e dirige a Igreja na sua peregrinação à Canaã Celeste.

Se o Espírito dado à Igreja no Pentecostes foi compreendido como Sustentador da nossa participação, na reconciliação e na nova vida, falar da Igreja como inteiramente ligada ao Espírito é qualificá-la como o povo em quem a soberania de Deus e o Senhorio de Jesus Cristo são reconhecidos. Portanto, Pentecostes é decisivo para a existência da Igreja.

Ao que nos parece, para muitos cristãos modernos, o principal papel ou o único trabalho do Espírito Santo é dar suspense emocional e alegria interna. Certamente isso era parte da experiência neo-testamentária, todavia, não era a mais importante. Lembremo-nos, portanto, de que quando o Espírito Santo atua na vida do crente e da Igreja, o resultado é alegria, amor, paz e gozo, conforme descreve o apóstolo Paulo em Gálatas 5.22-23.



Dons e Ministérios: Os Dons


A cidade de Corinto era uma verdadeira ponte transcontinental. Tudo passava por Corinto: os peregrinos, os mercadores e os diferentes tipos de pregadores. Era uma cidade cheia de novidades e também de muito pecado.

Na Grécia Antiga, ao lado das célebres lendas de heróis, semideuses e deuses pagãos, existiam as religiões de mistério. Corinto era um dos centros dessas religiões de mistério com suas manifestações estranhas; entidades que entravam em pessoas, mudando-lhes a voz e os hábitos; adivinhações; clima de emoções tremendas; rituais os mais variados e extravagantes.

Foi nesse ambiente e nesse contexto sócio-econômico, cultural e religioso, aqui referidos, que viveu a Igreja de Corinto e que pregou o apóstolo Paulo.

Foi naquele arriscado ambiente de sincretismo religioso que o apóstolo Paulo bradou: A respeito dos dons espirituais não quero, irmãos, que sejais ignorantes (2 Co 12.1).

A necessidade de discernimento quanto às manifestações espirituais
Ignorar os dons espirituais é desconhecê-los. Desconhecê-los no sentido de não exercitá-los, ou mesmo no sentido de não ter qualquer informação sobre sua origem, intensidade e utilidade. Ignorar pode também significar falta de discernimento espiritual. Atribuir ao Espírito Santo coisas e fenômenos da própria mente emocionada ou desequilibrada não é bíblico. Atribuir ao Espírito Santo coisas que não edificam e nem promovem a paz, no caso "os fenômenos" das religiões de mistério, é falta de discernimento espiritual, o qual é necessário para não confundirmos nem sermos confundidos.

Não podemos ignorar que nem todo o fenômeno religioso vem dos céus, de Deus, do Pai das Luzes em quem não pode haver mudanças nem sombra de variação... (Tg 1.17). Precisamos de discernimento para buscar com zelo os melhores dons. Precisamos de discernimento para não confundir barulho com louvor, entusiasmo com consagração constante, emocionalismo com o verdadeiro quebrantamento espiritual; precisamos de critério para, não confundir manifestações externas, não raro mecânicas e estereotipadas, com comunicação íntima, com fé firme, fé inabalável; precisamos ser pessoas lúcidas, pessoas sempre abundantes em fruto e na obra do Senhor, sabendo que no Senhor o vosso trabalho não é vão (1 Co 15.58).

Não se pode dar crédito a todo e qualquer espírito. Nem toda a manifestação é realmente espiritual. Nem todo o que diz estar falando pelo Espírito, o está de fato. Paulo ensinou aqui em 1 Co 12.1-3 o critério cristocêntrico pelo qual julgar e discernir aquele que realmente fala pelo Espírito, com unção e com poder. Paulo lembra aos crentes de Corinto, que outrora viveram sem Deus e, sem esperança, que naquela época eram guiados pelos ídolos mudos da antiga religião de mistérios; mas agora, são guiados pelo Espírito a Cristo; e ensina firmemente: Por isso vos faço compreender que ninguém que fala pelo Espírito de Deus afirma: anátema Jesus. E por outro lado, ninguém pode dizer: Senhor Jesus, senão pelo Espírito Santo (2 Co 12.3).

O apóstolo João nos adverte: Não deis crédito a todo espírito (1 Jo 4.1). O critério cristológico e cristocêntrico aí está para nos ajudar a discernir. Jesus Cristo é a pedra de toque; Ele sempre está, olhando para a Igreja, buscando a edificação, a paz, o bem-estar, a unidade dos remidos. É nesta perspectiva que o apóstolo nos fala de dons, dons espirituais. Fala de sua origem, seu uso, sua utilidade. É nesta perspectiva que falamos sobre dons e ministérios.



Dons e Ministérios


A fonte de todos os dons é o Espírito Santo. Toda dádiva excelente, todo o dom perfeito provém de Deus, do Pai das luzes em quem não há mudanças, nem sombras de variação. Os dons espirituais são diversos, mas o Espírito Santo é o mesmo. Diversos dons, uma só e a mesma fonte, visando a um fim proveitoso: a edificação espiritual da Igreja, o crescimento dos santos em amor, a paz, a maior compreensão.

Todo o cristão tem um ou mais dons e nenhum cristão tem todos os dons. Não existe cristão sem dom. É preciso descobrir o seu dom e, para a glória de Deus, e usá-lo para um fim proveitoso, para a edificação da Igreja.

Aptidões naturais, ou mesmo dons espirituais, podem ser exercitados conscientemente ou até inconscientemente.

Há diversidade de ministérios ou serviços, mas o Senhor é o mesmo. Todos têm dons do Espírito. Todos devem exercer ministérios na Igreja, ou seja, no Corpo de Cristo, servindo ao Senhor. Os dons são aptidões em potencial. Os ministérios são essas aptidões postas em prática.

Há diversidade nas realizações, mas o mesmo Deus é quem opera tudo em todos. Os dons vêm do mesmo Espírito Santo. Os ministérios servem o mesmo Senhor Jesus. As realizações são do mesmo Deus que opera tudo em todos — e todas estas coisas concorrem para a edificação da Igreja (1 Co 12.4-7).

Os dons são aptidões naturais ou especiais dadas pelo Espírito para equipar os santos, concedendo-lhes os diversos ministérios exercidos para toda a boa obra que são as realizações em Deus.

Todos nós recebemos dons, talentos e aptidões. É preciso exercê-los no ministério total da Igreja em sua integridade; apresentá-los em forma de realizações.

O Fruto do Espírito Santo


Temos visto até aqui e cremos firmemente que o Espírito Santo é Deus, é uma pessoa, e não uma força ou energia impessoal estranha ao ensino bíblico e às convicções reformadas.

Como pessoa, o Espírito tem inteligência (Jo 16.13 e Rm 8.27), tem vontade (1 Co 12.11), tem emotividade (Ef 4.30 e Rm 15.30), dá ordem (At 8.29), proíbe (At 16.6) e constitui (At 20.28).

O resultado da presença do Espírito Santo no crente é também chamado de o fruto do Espírito Santo (Gl 5.22-23). A manifestação externa desse fruto e é a evidência maior de que ele tem o Espírito Santo, de que é batizado com o Espírito Santo.

Paulo, em Gálatas 5, faz um nítido contraste entre "carne" e "Espírito". Carne não dá fruto, produz obras no plural. E que obras terríveis! Carne e Espírito são opostos entre si. O que semeia para a carne, colhe corrupção e morte; mas o que semeia para o Espírito, do Espírito colherá a vida eterna (Gl 5.8).

O fruto, que resulta do fato do crente ter o Espírito Santo, e de ser batizado com o Espírito Santo, está explícito em Gálatas 5.22-23. Note que não se diz "frutos", mas, sim, "o fruto". Além de estar no singular, vem precedido do artigo definido.

Conclusão


Vimos o dom, a dádiva, a descida do Espírito Santo, no Dia de Pentecostes, como um evento singular; os dons espirituais, como sendo do Espírito e não nossos, a serem usados para um fim proveitoso, a edificação do Corpo de Cristo e para a glória de Deus. Sempre que o uso de um dom é distorcido, Deus o transfere, o retira ou o faz cessar. Agora, o fruto do Espírito Santo que se desdobra em amor, alegria, paz, longanimidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio é permanecente.

Pode acontecer, e tem acontecido, casos de pessoas que se dizem batizadas com o Espírito Santo e que, manifestam dons até espetaculares, mas não se vê nessas pessoas as expressões do fruto do Espírito Santo. Embora não devamos julgar de forma descaridosa estas pessoas, devemos exercer os critérios bíblicos antes de receber tais manifestações como sendo legitimamente produzidas pelo Espírito Santo.

Quero concluir, afirmando que todo aquele que é nascido de novo é batizado com o Espírito Santo, é templo do Espírito Santo, e tem o Espírito Santo. E se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele, afirma o apóstolo Paulo (Rm 8.9b).

Quem tem o Pai, tem o Filho; e quem tem o Pai e o Filho, tem o Espírito Santo. Não se pode dividir o indivisível, que é Deus. Ele é triúno.

Nós não tememos o que vem do Espírito Santo, desde que exercitado dentro dos parâmetros das Escrituras e sob a disciplina do próprio Espírito. Veja o que diz Paulo: Ninguém que fala pelo Espírito de Deus afirma: Anátema Jesus! por outro lado, ninguém pode dizer: Senhor Jesus! senão pelo Espírito Santo (1 Co 12.3)

1   2   3   4   5   6   7   8   9   10   11   12
13   14   15   16   17   18   19   20   21   22   23

Nenhum comentário:

Postar um comentário