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sexta-feira, 12 de março de 2010

LXVIII - A Bíblia das Testemunhas de Jeová Revela a divindade de Jesus – V

Parte LXVIII
A Bíblia das Testemunhas de Jeová Revela a divindade de Jesus – V
A Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados (STV), órgão mentor das Testemunhas de Jeová ensina que Jesus não tem igualdade com o Pai, e por isso não deve ser adorado. Entretanto, a Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas (TNM), a Bíblia da organização, contém textos que contradizem essa crença. 



Deduzimos que as alterações são operadas paulatinamente, como vimos na IV edição desta série de estudos. Na revisão de 1967, a Sociedade foi negligente, pois permitiu que o versículo de Hebreus 1.6 fosse transcrito de acordo com a Bíblia Sagrada, onde se lê, com relação a Jesus: “E todos os anjos de Deus o adorem”. A correção foi efetivada após 19 anos, na revisão de 1986. Ocorre que a divindade de Jesus está de tal modo disseminada na Bíblia Sagrada que, apesar dos esforços, não foi ainda possível à STV apagar todas as provas. Vejamos mais casos.

Jesus, digno de adoração

“E, ao tomar o rolo, as quatro criaturas viventes prostraram-se diante do Cordeiro... O Cordeiro que foi morto [Jesus] é digno de receber o poder, e as riquezas, e a sabedoria, e a força, e a honra, e a glória, e a bênção. E toda criatura que está no céu, e na terra, e debaixo da terra, e no mar, e todas as coisas neles, eu ouvi dizer: Ao que está sentado no trono e ao Cordeiro seja a bênção, e a honra, e a glória, e o poderio para todo o sempre. E as quatro criaturas viventes diziam: Amém! E os anciãos prostraram-se e adoraram” (Ap 5.8b; 12, 13 e 14 - TNM). 

Vejam: “Ao que está assentado no trono e ao Cordeiro”. Os dois receberam adoração. Abrimos um parêntese para registrar que o número dos que adoravam era “miríades de miríades e milhares de milhares” (v. 11b – TNM). Esse número está muito além dos 144.000 que, segundo a Sociedade, habitarão no céu. Por falta de espaço? Mas essa é outra história.

No texto que vimos, preservado pela STV com pequenas mudanças, todas as criaturas do universo, seres angelicais, seres viventes e anciãos proclamam a glória do Cordeiro num cântico de adoração que é também dirigido ao Pai. “No final de tudo, todos haverão de dobrar os joelhos (sinal de adoração) diante de Jesus Cristo e confessar que Ele é Senhor pata glória de Deus Pai” (Fp 2.11). “A adoração é prestada exclusivamente à divindade e, como Jesus é plenamente Deus, Ele podia receber a adoração daqueles que tinham a mesma natureza humana que Ele” (“O Ser de Deus”, Heber Carlos de Campos, Cultura Cristã, 1999, p. 149-150). A TNM registra: “A fim de que, no nome de Jesus, se dobre todo joelho dos no céu, e dos na terra, e dos debaixo do chão, e toda língua reconheça abertamente que Jesus Cristo é Senhor, para a glória de Deus, o Pai” (Fp 2.11). Na Bíblia Sagrada está assim: “... e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor”. Notem o cuidado da STV para não deixar registrado na Tradução que Jesus é o único Senhor. Na TNM de 1967 deixaram escapar, e registraram: “Cristo, o Senhor” (Lc 2.11). 

Jesus, o Criador do universo

“E outra vez, quando introduz no mundo o primogênito, diz: E todos os anjos de Deus o adorem (Hb 1.6). E, quanto aos anjos, diz: Faz dos seus anjos espíritos, E de seus ministros labareda de fogo. (v. 7). Mas, do Filho, diz: Ó Deus, o teu trono subsiste pelos séculos dos séculos; Cetro de eqüidade é o cetro do teu reino (v. 8). Amaste a justiça e odiaste a iniqüidade; por isso Deus, o teu Deus, te ungiu. Com óleo de alegria mais do que a teus companheiros. (v. 9). E: Tu, Senhor, no princípio fundaste a terra, E os céus são obra de tuas mãos (v. 10). E a qual dos anjos disse jamais: Assenta-te à minha destra, até que ponha a teus inimigos por escabelo de teus pés? (13). 

Nessa passagem, o Pai revela a superioridade do Filho sobre os anjos. Fala ordena aos anjos que O adorem, isto é, diz que o Filho é digno de adoração. Enquanto os anjos cumprem seu serviço por meio do vento e do fogo, em subserviência à vontade divina, “o Filho, por sua vez, é uma personalidade moral livre, assentado pessoalmente no trono de Deus para sempre, com todo o direito” (O Novo Comentário da Bíblia, vol II, p. 1351). Depois, se referindo ao Filho, chama-O de Deus: “Ó Deus”. Continuando dando testemunho do Filho, e O identificando como Aquele que está assentado à sua destra (v. Marcos 12.36), o Pai diz que o Filho é Criador: fundou a terra e criou o céu. 

“Em vista de Seu direito, na qualidade de Deus-Homem, Ele foi exaltado e ungido como Aquele a Quem pertence a pré-eminência. Essas citações são tiradas de Sl 104.4 e 45.6,7. A sexta citação (vv 10-12) mostra que, em contraste com as coisas criadas, o Filho é o Criador, o soberano, o Senhor imutável. As palavras de Salmos 102.25-27, dirigidas a Jeová, são aplicadas a Jesus. Isso implica em que Ele é Jeová” (Ibidem, p. 1351). 

Vejam com esses versículos foram alterados na TNM:

“Mas, ao trazer novamente o seu Primogênito à terra habitada, ele diz: E todos os anjos de Deus lhe prestem homenagem” (v.6 – Lembrem-se de que na edição de 1967 constou: “E todos os anjos de Deus o adorem”). “Também, com referência aos anjos, ele diz: E ele faz os seus anjos espíritos e os seus servidores públicos, chama de fogo” (v. 7). “Mas, com referência ao Filho: Deus é o teu trono para todo o sempre, e [o] cetro do teu reino é o cetro da retidão” (v. 8 – vejam que Jesus é Rei eterno). “Amaste a justiça e odiaste o que é contra a lei. É por isso que Deus, o teu Deus, te ungiu com óleo de exultação mais do que a teus associados (v.9). “E: Tu, ó Senhor, lançaste no princípio os alicerces da própria terra, e os céus são obras das tuas mãos” (v. 10). Analisemos.

Houve alteração do verso 8. “Mas, do Filho, diz: Ó Deus”... (o Pai se igualando ao Filho) foi alterado para “Com referência ao Filho: Deus é o teu trono...”. A frase ficou fora de foco. Deus estaria dizendo ao Filho que Deus é o “teu trono”. 

Houve alteração do verso 10. “E: Tu, Senhor, no princípio fundaste a terra, E os céus são obra de tuas mãos”. Alterado para: “E: Tu, ó Senhor, lançaste no princípio os alicerces da própria terra, e os céus são obras das tuas mãos”. Acredito ter havido aqui um lamentável engano. A STV jamais iria declarar que o Filho é Criador de todas as coisas. Se houvesse algum critério de tradução, “Senhor” (kurios), nesse caso, deveria ter sido traduzido por “Jeová”, como fora feito em todas as demais citações. Ficaria Jeová falando para si próprio: “Tu, ó Jeová...”. Jeová falou a respeito dos anjos e a respeito do Filho. Quem está com a palavra é Jeová, que, a respeito de Jesus, diz: “Tu, ó Senhor”. E dá testemunho de que o Filho é também Criador. Não é apenas um agente da criação. Por essa questão prática e técnica não ousaram traduzir “Senhor” (kurios) por Jeová. A emenda ficaria horrível. 

Não podiam de modo algum substituir “Senhor” por “Jeová”. Dessa vez não deu. O versículo 13 diz claramente que Jeová está se referindo a Jesus: “Mas, com referência a qual dos anjos disse ele alguma vez: Senta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos como escabelo para os teus pés?”. Trata-se de uma repetição de Salmos 110.1 (cf. Mt 22.44). Que o Filho está assentado à direita do Pai é dito em diversas passagens (Mt 26.64; Hb 1.3; 8.1; 12.2; 1 Pe 3.22). Por essas razões, a gosto ou a contragosto, a Sociedade Torre de Vigia declarou que o Filho é Senhor e Criador. Os anjos, as autoridades e as potências estão sujeitas ao Senhor e Criador Jesus Cristo (1 Pe 3.22). 

Hebreus 1.6-13 é um testemunho inequívoco do Pai a respeito da divindade do Filho. Por isso, Jesus declarou: 

“Eu e o Pai somos um” (Jo 10.30 – TNM)

“Quem me tem visto, tem visto [também] o Pai” (Jo 14.9 – TNM).

“Porque tudo quanto ele [o Pai] faz, o Filho o faz igualmente” (Jo 5.19c).

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