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terça-feira, 12 de janeiro de 2010

A Teologia Fundamentalista gera presidiários diplomados

Parte XXX

A Teologia Fundamentalista gera presidiários diplomados
Um breve passeio na história da sistematização da teologia

APONTAMENTOS SOBRE O LIVRO “HISTÓRIA DO
PENSAMENTO CRISTÃO”, 2ª EDIÇÃO. SÃO PAULO: ASTE, 2000, DE PAUL TILLICH

Quando pensamos sobre determinados assuntos sobre Deus, moldamos nossos pensamentos e organizamos-lhes. Ao necessitamos expor este pensamento, por meio da fala ou de escritos, ou seja, quando comunicados a outras pessoas, produzimos doutrinas teológicas. São teses apresentadas sobre determinados assuntos. Creio serem até necessárias, pois se não houver liberdade para apresentarmos dogmas, seria como tentar construir um prédio sem permitir estruturar-se o sub-solo, o térreo, etc., e quereremos logo construir o terraço, pois este é mais belo, mais caro e mais livre!
O conselho que Tillich dá, quanto à sistematização, é que tenhamos a capacidade de irmos além do sistema para não nos aprisionarmos nele. “Quando se considera o sistema resposta definitiva e final, ele se torna pior do que qualquer prisão.” Não se deve, segundo Tillich, e eu concordo, evitar o sistema, a não ser que se escolha dizer asneiras ou escrever de modo contraditório. Para Tillich, o sistema corre o perigo não só de se transformar em prisão, mas também de se movimentar dentro de si mesmo. Porém, não vejo as modificações da sistemática como “mudanças”, “transformações” e nem como “movimentos em si mesmo”, mas sim como “desenvolvimentos”. Assim sendo, a teologia sistemática, sempre foi e sempre será a “teologia do desenvolvimento.” Ela permite o desenvolvimento cognitivo do teólogo, como também permite, posteriormente, o desenvolvimento de si mesma, com novos conhecimentos e novas descobertas sistemáticas. Isto, para mim, é desenvolvimento e não transformação ou simples movimentação!

Quando observamos os pensamentos que se tornaram expressões aceitas na vida da igreja, tanto no passado remoto, como em nossos dias, percebemos que estes pensamentos nos fizeram buscar o desenvolvimento dos assuntos discutidos. Até mesmo quando os assuntos nos foram contraditórios, levou-nos a buscarmos bases mais profundas para o que cremos. Estes dogmas, por mais que venham a parecer-nos como monstros tentando assustar-nos durante a madrugada, acabam nos levando à melhor fundamentação de nossos pensamentos, pois quando o monstro aparece no quarto, o medo nos faz ser cautelosos, nos faz olhar de vagar, com cuidado, com mas “método”, para observarmos-lhe sem sermos observados por ele, daí, quando conseguimos tal proeza, percebemos que o monstro era a jaqueta pendurada atrás da porta. Isto leva-nos a não deixarmos mais a jaqueta ali!
Se dogmas são doutrinas fundamentais, então são doutrinas importantes para o desenvolvimento do pensamento. O fundamento de uma construção não é a construção, mas sim, a base à qual a construção será possível. É o ponto de partida, e não o ponto de chegada.

O problema do dogma é quando ele passa a ser aceito como lei canônica da igreja. Porém, mesmo que assim ele seja constituído, não deixará de se tornar um incentivo a pensarmos mais no assunto defendido pelos seus pensadores! Dizem que o homem só pensa na necessidade, assim, estes dogmas, ou teses, podem se tornar em necessidade de pensarmos.

Como o próprio Paul Tillich disse, “O elemento de dúvida é um elemento da própria fé..” Se a igreja tentar monopolizar o conhecimento final que cada um tem sobre determinados assuntos, acabará provocando a desonestidade. Assim, a igreja pode até ter, ao meu parecer, suas sistematizações doutrinárias, porém, estas, não devem tornar-se em fim último e exclusivo sobre o assunto, mas, como a base inicial, o ponto fundamental, de onde o ser pensante partirá! Tillich afirma a necessidade de termos o dogma em alta estima.

Vejamos agora, os dogmas, movimentos e pensamentos que influenciaram o pensamento cristão ao longo da história, para que este, pudesse alcançar o estágio no qual chegamos, e também, para termos a esperança de que o desenvolvimento não para por aqui.

A PREPARAÇÃO PARA O CRISTIANISMO

Kairos – Não tem nada a ver com esse tempo quantitativo do relógio, mas se refere ao tempo qualitativo da ocasião, o tempo certo. Paulo mostrou, pr este termo, que a história estava sendo preparada para a revelação final.
Universalismo do Império Romano – A Igreja Romana é romana, assim, esta igreja tornou-se a herdeira do império romano.
Filosofia Helênica – Em que se situam os estóicos, os epicuristas, os neopitagóricos, os céticos e os neoplatônicos. Assim, o cristianismo primitivo foi influenciado pelo pensamento helênico, mais do que pela filosofia clássica.
Período Intertestamentário – Nessa época, a idéia de Deus desandou para a transcendência radical.
Religiões de Mistério – São também comparadas com o misticismo. Davam grande ênfase ao êxtase, a ficarem fora de si.
Metodologia do Novo Testamento – Aqui é apresentado dois momentos no pensamento cristão: recepção e transformação. Daqui surge o maior paradoxo do cristianismo: o Logos se fez carne.

DESENVOLVIMENTO TELÓGICO NA IGREJA ANTIGA

Pais Apostólicos – Alguns nomes são: Inácio de Antioquia, Clemente de Roma, “O pastor” de Hermas, etc. Perde-se aqui o poder espiritual tão vivo nos dias dos apóstolos. O êxtase quase desapareceu. Daqui surge o conceito que Deus é uno e que fez todas as coisas, a partir do nada – Pastor de Hermas – Ex nihilo.
Movimento Apologético - Apologia significa resposta ou pergunta ao juiz de um tribunal, da parte do acusado.
Gnosticismo – Ênfase dada ao conhecimento participatório. Filon de Alexandria foi um típico precursor do movimento. Marcião, por exemplo, distinguia o Deus do A.T. do Deus do N.T., por uma questão de participação. Não criam na encarnação de Cristo.
Os Pais Antignósticos – Irineu foi o mais importante dos pais antignósticos. Tertuliano também toma nome dentre os pais antignósticos. Desta luta contra o gnosticismo se tomou a decisão de se fixar o cânon. Neoplatonismo – Era a característica da filosofia cheia de atitudes religiosas. Clemente e Orígenes se utilizaram deste conceito. Porém, Plotino foi o mais importante filósofo desse sistema. Trabalha-se aqui o nous – mente, espírito, idéias, ou as potencialidades essenciais do ser. Etc.
O MUNDO MEDIEVAL

O problema aqui também é o da realidade transcendental. Baseavam-se num pensamento onde haveria uma sociedade sagrada específica, dirigindo a cultura e interpretando a natureza. Este período distingue-se em:
Transição de 600 a 1000, marcado pelo papado de Gregório.
Primeira Idade Média, de 1000 a 1200.
Alta Idade Média, de 1200 a 1300.
Idade Média Posterior, de 1300 a 1450.

As principais atitudes cognitivas, ou teológicas destes períodos foram: Escolasticismo, misticismo e biblicismo. Aqui também surgiu a importância dos sacramentos como sinais da atuação oculta de Deus na matéria. O problema é a questão da “transubstanciação” que surgiu daqui.

CATOLICISMO ROMANO DE TRENTO AO SÉCULO VINTE

Este Concílio de Trento veio a ser o concílio da Contra-Reforma. A Contra-Reforma partia do princípio de que, quando alguma coisa é atacada e se defende, já não é mais a mesma coisa. Assim, quando alguma doutrina é atacada, ou cai, se fraca e sem fundamento for, ou se desenvolve, aproveitando-se os ataques para preparar-se os contra-ataques, e assim fazendo, se fundamentado mais.

A TEOLOGIA DOS REFORMADORES PROTESTANTES

Esta teologia, criada por Martinho Lutero, foi a que produziu a ruptura do sistema romano. Esta teologia apresentava outro tipo de relacionamento entre o homem e Deus e entre Deus e o homem. Lutero acaba diminuindo a quantidade de sacramentos e também dando outros significados a estes. Lutero prega suas 95 teses na porta da igreja de Wittenberg. Lutero, parece-me, tenta fazer uma interpretação bíblica meio existencialista.

O DESENVOLVIMENTO DA TEOLOGIA PROTESTANTE

Surge, logo após a Reforma, a Ortodoxia. É a sistematização e a consolidação das idéias da Reforma, desenvolvidas em contraste com a Contra-Reforma. A teologia liberal, sempre dependeu da ortodoxia. Até mesmo as teologias atuais dependem da ortodoxia. O iluminismo foi uma teologia protestante deste período, totalmente racionalista. Surge aqui a autonomia humana. É por causa do iluminismo, por exemplo, que não mais perseguimos as bruxas. Surge aqui o conceito da tolerância. Tillich mostra, assim, que ele emprega o método da correlação, para descobrir um novo caminho além dos antigos caminhos da síntese. Ele crê que a história toda do pensamento cristão indica essa direção. Então, os dogmas, as sistematizações, as teses, etc., nos ensinam na verdade, não a guerra dogmática, mas sim, a teologia do encadeamento ou teologia do desenvolvimento.



Estude com fé depois de ter terminado os seus estudos, envie seu questionário com as respostas devidas para o endereço de e-mail: teologiagratis@hotmail.com, se assim quiser, logo após respondido e corrigido o questionário, alcançando media acima de 7,5, solicite o seu Lindo DIPLOMA de Formatura e a sua Credencial de Seminarista formado, também poderá solicitar estagio missionário em uma de nossas igrejas no Brasil ou exterior traves da Federação Internacional das Igrejas e Pastores no Brasil ou Fenipe, que depois do Estagio se assim o achar apto para o Ministério poderá solicitar a sua ordenação por uma de nossas organizações filiadas no Brasil ou no exterior, assim você poderá também receber a sua Credencial de Ministro Aspirante ao Ministério de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Esta apostila tem 153 pagina boa sorte.

Sem nadas mais graça e Paz da Parte de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo bons estudos.

Reverendo Antony Steff Gilson de Oliveira
Pastor da Igreja Presbiteriana Renovada de Nova Vida
Presidente da Federação Internacional das Igrejas e Pastores no Brasil ou Fenipe

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