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terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

XIII - LEVANDO A SÉRIO A TAREFA MISSIONÁRIA

Parte XIII
LEVANDO A SÉRIO A TAREFA MISSIONÁRIA

Números 13.1, 2, 17-29

 Este texto fala dos setenta espias enviados por Josué a Canaã para buscar um relatório daquela região de modo que os planos de conquista fossem elaborados. Havia necessidade de toda uma estratégia, de toda uma logística para que os planejamento de ocupação desse certo. E assim aconteceu. Trouxeram o relatório. 68 dos 70 espias trouxeram notícias boas e notícias ruins. Está em Números 13.27, 28: "Fomos à terra a que nos enviaste. Ela verdadeiramente mana leite e mel! Este é o seu fruto. Mas o povo que habita nessa terra é poderoso, e as cidades fortificadas e muitos grandes. Também vimos ali os filhos de Enaque". Os "filhos de Enaque" eram os gigantes, e os israelitas ficaram assustados, e se amedrontaram, e ficaram pasmos diante da grandeza dos habitantes da terra que pretendiam conquistar. Verso 31: "Não poderemos atacar aquele povo; é mais forte do que nós."Já estavam derrotados! Quem se defronta com uma dificuldade e diz ,"não vou poder enfrentá-la", com um obstáculo e diz, "não vou poder ultrapassá-lo", já está derrotado. O poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade escreveu um poema intitulado "No meio do caminho" que diz:
No meio do caminho tinha uma pedra

tinha uma pedra no meio do caminho

tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.
Pode haver dez pedras: a gente passa por cima; empurra no despenhadeiro; escava um túnel e passa por baixo. Há tantas opções... Mas eles tiveram medo! 68 derrotados que fizeram o povo de Israel acreditar no desanimador relato e querer voltar ao suposto conforto do Egito. Aqui está (14.3), "Por que nos traz o Senhor a esta terra, para cairmos à espada, e para que nossas mulheres e crianças sejam por presa?" Não nos seria melhor voltarmos ao Egito?"

Rebelião!!! Queriam fazer uma revolta contra Josué, líder designado por Deus. Continua o verso 4, "Levantemos um capitão e voltemos para o Egito".
Nesse ponto, Josué e Calebe falaram à congregação e pronunciaram uma declaração que é o objeto do nosso comentário. Aliás, é preciso recordar que o nome Josué é o mesmo Jesus Isaías e Oséas, significando sugestivamente "salvação". Não é à toa que o grande estrategista da campanha de conquista da Terra Prometida tinha esse nome: "Salvação que vem de Deus". E aqui está a sua extraordinária declaração: "A terra pelo meio da qual passamos a espiar é terra muito boa. Se o Senhor se agradar de nós, então nos fará entrar nessa terra, e no-la dará" (14.7, 8). Deixemos os israelitas e vamos olhar para a família universal de Deus. Mais ainda: vamos afunilando e olhemos para o povo evangélico do Brasil. Quais as condições gerais pelas quais esperamos que Deus esteja conosco?.


O FAVOR IMERECIDO DE DEUS

"Se o Senhor se agradar de nós..." Amados, olho para mim mesmo e para a sociedade na qual estou inserido, e nada vejo porque Deus possa me amar, nem a essa sociedade, nem a esse mundo. É um mundo perdido. Cantamos um hineto que destaca o amor de Deus e diz no meio de sua letra, "que levou Seu Filho à cruz pra morrer em meu lugar". Foi esse amor que nasceu no Seu coração que fez com que Ele olhasse para nós e Se agradasse de nós. Esse amor tem nome: graça Há razões para Ele Se agradar de nós? Não! Nossa conclusão só pode ser, "Não!". Quando refletimos na nossa pequenez, "Não!" Quando refletimos na nossa nulidade, "Não!" Quando refletimos na nossa maldade, nada pode nos levar a pensar que Deus possa ter um intenso amor por nós. Quando refletimos na nossa culpa, também não; quando refletimos na nossa rebelião, também não. E Paulo chega a asseverar que "todos pecaram, e destituídos estão da glória de Deus" (Rm 3.23). Temos que ter bem na nossa mente o fato de que somos pecadores e nada temos em nós que nos faça merecedores da misericórdia divina.

Quando refletimos na nossa falta, falta de conformidade com a semelhança de Deus, mais ainda, quando refletimos em Sua grandeza e em Sua majestade, nada, absolutamente nada nos leva a imaginar que Deus pudesse um dia olhar com bondade para nós.


Mas a Bíblia diz em Efésios 1. 3 a 6:

"Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nas regiões celestiais em Cristo. Pois nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele. Em amor nos predestinou para sermos filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito da sua vontade, para louvor e glória da sua graça, a qual nos deu gratuitamente no Amado"


Em 2Timóteo 1.8, 9, diz ainda o apóstolo que "o poder de Deus, que nos salvou, e chamou com uma santa vocação, não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e a graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos eternos".


A OBEDIÊNCIA

Outra indicação que temos é a questão da obediência. Primeiramente lemos "Se o Senhor se agradar de nós, então nos fará entrar nessa terra, e no-la dará" (14.8). A obediência: "tão somente não sejais rebeldes contra o Senhor" (v. 9). Por conta disso, o povo de Israel prometeu que ao entrar na Terra da Promissão não se afastaria mais e que não adoraria outros deuses, senão o Senhor.

Um pouco mais: a confiança em Deus é outra razão para que Ele olhe para nós. Vejam bem, o restante do verso 9: "não temais o povo dessa terra, porque como pão os devoraremos".

A imagem é forte: "vamos devorar o povo dessa terra como se fosse pão. A proteção deles se foi, mas o Senhor está conosco, não os temais!" Confiança!!! Porque temer é desconfiar de Deus. Agora de uma coisa podemos ter absoluta certeza porque a Bíblia o atesta do começo ao fim: é que Deus Se agrada de nós. Ele chama os comprados pelo sangue de Cristo de "meu povo", de "geração eleita", de "nação santa", de "sacerdócio real" (cf. 1Pe 9). Viram que epítetos espetaculares são utilizados em relação aos fiéis? A irmã faz parte da geração escolhida de Deus! o irmão é parte deste sacerdócio real!

Que fez Deus por nós, então? Ele nos favoreceu, Ele nos remiu pelo sangue de Jesus Cristo, Ele nos tem sustentado, Ele nos tem dado Seu Espírito, e tem realizado promessas em nossa vida. Que vai acontecer? Diz a parte final de 14.8: "Então nos fará entrar nessa terra, e no-la dará". 

O Brasil é uma linda e boa terra para se viver. É o quarto país do mundo em extensão, vindo logo após o Canadá, China e Estados Unidos. É o mais extenso país da América Latina. Sua superfície é de 8.511.965 km². Na época da sua Independência, o país contava com 4.500.000 habitantes. Hoje estamos acima de 170 milhões, num acelerado ritmo de crescimento. No entanto, existe uma série de crescimentos regionais contrastantes, criando diversos Brasis que se tornam desafios para os governos e para os crentes em Jesus Cristo. A TV mostrou as gritantes diferenças regionais: os Brasis do Norte e o Nordeste, e os do Sul, Sudeste e Centro-Oeste, escancarando o tremendo contraste entre região e região, e entre empregos iguais nessas regiões. Apresentou, até, a questão de salários. Exemplificou com um gerente de uma rede de supermercados em Curitiba, Paraná, e seu colega de São Luís do Maranhão. Enquanto o do Paraná recebia determinado bom salário pelo seu emprego, o nordestino recebia um pouco mais da metade do colega sulista. Essa é a injusta diferença do nosso país.

Temos um Brasil que é moderno, industrializado, o Sudeste, que participa com 2/3 do PIB, e, do outro lado, um Brasil arcaico, agrícola refletindo um forte passado colonial. José Lins do Rego descreve muito bem esse clima de vida rural nordestina numa pintura primitiva e exata desse mundo nos seus livros, Menino de Engenho, Fogo Morto e tantos outros. A população rural do Brasil, portanto, é um desafio para nossa tarefa missionária.

A população indígena vem baixando incrivelmente devido a uma série de fatores. São os conflitos com chamados "civilizados". São as epidemias de gripe, de sarampo, de coqueluche. O indígena, portanto, é um desafio para nossa tarefa missionária.

Temos os imigrantes de procedências variadas: alemães, italianos, russos, poloneses, sírio-libaneses, japoneses, portugueses, letos, espanhóis, coreanos, húngaros, e segue uma enorme lista. O imigrante é um desafio para nossa tarefa evangelizadora.

A população deste grande país é na sua maioria romanista, mas o número de adeptos do candomblé é imenso. Os sem-religião sem em grande número, e tornam-se todos um desafio dos mais sérios para nossa tarefa, o que vale dizer, um desafio para nosso testemunho.

Por esse motivo, a Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo é chamada a irradiar a verdade e para fazê-lo em todos os lugares, em todos os tempos, em todas as circunstâncias. Somos convocados a apontar à nossa geração o caminho verdadeiro e vivo especialmente agora, quando a doutrina de Jesus Cristo tem sido torcida, rejeitada e violentada! Somos convocados a levar avante o glorioso cometimento que nos foi dado e que se chama ministério da reconciliação: dizer aos homens que Deus perdoa e que todos são chamados a viver debaixo do governo divino.

Esse é o nosso trabalho, a nossa missão. Só quando os crentes em Jesus Cristo se tornarem missionários em suas vocações, na administração pública, na indústria, na caserna, no comércio, no lar, na escola, no sítio, na loja, na clínica, em todos os lugares, os homens perceberão Jesus como o Único Caminho, a Verdade Absoluta e a Vida Eterna.

Essa terra brasileira é um dom de Deus. Temos dificuldades, temos inimigos, perigos, no entanto, com Deus somos a maioria, pois, como diz o texto, "Não temais o povo desta terra... A proteção deles se foi, mas o Senhor está conosco. Não temais”.

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