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terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

VI - A RELEVÂNCIA DA MISSIOLOGIA

Parte VI
A RELEVÂNCIA DA MISSIOLOGIA

Para a Educação Teológica

 Ao olharmos para a Igreja Evangélica Brasileira e o movimento missionário atual, percebemos como ao longo dos anos teologia e missão tem andado por caminhos diferentes, completamente divorciados, assim proponho que em primeiro lugar pensemos sobre a relação existente entre a Missiologia e a Teologia.



Orlando Costas em seu ensaio sobre “Educação Teológica e Missão”1 parte do principio de que a Missão é a mãe da Teologia, dizendo que isto pode ser afirmado pelo fato de que a “teologia nasce do movimento da Palavra do Deus vivente ao cruzar as múltiplas fronteiras da história para criar uma nova humanidade.” A missão é o meio pelo qual Deus faz nascer a Igreja, ela é resultado do esforço missionário não somente de Deus ao enviar seu filho ao mundo como também do esforço de irmãos de outros continentes que plantaram aqui a igreja.

A teologia nasce da necessidade desta igreja plantada, sob o poder do Espírito Santo, de ensinar os rudimentos da fé, refletir critica e sistematicamente sobre si mesma e equipar os seus líderes para a obra do ministério.

Em segundo lugar devemos pensar sobre a prática ministerial que resulta de uma educação teológica divorciada da missiologia.

Em seu ensaio “Missiologia e Educação Teológica”2 Carlos Del Pino conclui dizendo que, “em termos gerais, a nossa educação teológica não tem se preocupado com o aspecto missiológico e missionário na formação dos nossos alunos”, reforçando nossos temores de que o divorcio existente entre Teologia e Missiologia tem causado problemas para que a Igreja ganhe uma visão correta do ministério integral saudável.

Quero alistar aqui algumas implicações práticas, que pôr sua vez são prejudiciais para a Igreja, deste divorcio entre a Teologia e a Missiologia.

1. Surgem dificuldades para se identificar de maneira global a “obra de Deus”, que acaba sendo confundida com a manutenção do status quo, considerando-se o preparo teológico-pastoral mais importante do que o teológico-missionário, quando ele existe.
Dando a entender que o Reino de Deus está contido em uma estrutura eclesiástica, que a todo custo deve ser mantida, e não no tempo, no espaço e na história.

2. As prioridades ministeriais são via de regra, voltadas para dentro, a fim de satisfazer todas as necessidades que foram criadas em nome de Deus dentro das estruturas eclesiásticas e para-eclesiásticas numa clara perspectiva centrípeta, ensimesmada, tratadas num âmbito mais localizado, e em muitos casos preterindo-se de forma veemente as prioridades estratégicas da missão integral da Igreja. 

3. O treinamento dos obreiros sempre se torna diferenciado, pastores e missionários não tem a mesma excelência em seu preparo acadêmico. Se for para pastorear em nossa estrutura, tem que ter curso Teológico-pastoral, se é para ir ao campo missionário...


Concluindo


Quero dizer que meu objetivo aqui é trazer a luz a importância da Missiologia para a Educação Teologica. Ressaltando a relação estreita existente entre missão e teologia, entre a missiologia e nossas casas de profetas (instituições de ensino teológico).

Seria interessante que ao longo de nossa caminhada estivéssemos avaliando e refletindo sobre a nossa vocação enquanto Igreja, bem como sobre a nossa realidade de país do terceiro mundo, das nossas igrejas e do mundo em que vivemos para formularmos um conceito mais integral da responsabilidade de Igreja enviada ao mundo com uma missão (Jo.20:21).

Programas de treinamento inter-disciplinares com certeza enriqueceriam a vida de pastores e missionários formados em nossas escolas.

Projetos de cooperação em áreas variadas também contribuiriam para que os alunos tivessem uma visão geral da obra de Deus, tanto com editoras, escolas, campos missionários e etc. 

O desafio do ensino teológico hoje não é simplesmente fazer com que as pessoas reflitam criticamente, mas é também o de preparar obreiros em geral com visão e habilidades tanto para pastorear numa igreja local dentro de sua própria cultura, como em qualquer trabalho dentro de uma cultura diversa.

1Nuevas Alternativas de Educacion Teologica; Ensayos editados pôr René Padilla; Nueva Creacion, Buenos Aires-Grand Rapids 1986

2Capacitando para Missões Transculturais; Revista Missiológica da Associação de Professores de Missões no Brasil, Vol.1, n.2; 1995

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