Páginas

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

O PROFESSOR CRIATIVO

Parte IX
O PROFESSOR CRIATIVO

 O Dicionário Universal On Line da Língua Portuguesa define criatividade como "capacidade criadora; aptidão para formular idéias criadas; originalidade; engenho". O adjetivo criativo, por sua vez, é definido como "que tem capacidade para criar; que tem originalidade inventiva; criador". 


São definições boas e interessantes. Mas não podemos entender todas as palavras que definem criativo e criatividade como absolutas. Por exemplo: originalidade ou originalidade inventiva não pode significar criatividade ou originalidade no sentido absoluto do termo, como significando criar do nada, sui-gêneris. O único ser original, no verdadeiro sentido do termo, é Deus. Deus é tão original que criou todas as coisas do nada. A criatividade humana é, portanto, no mínimo relativa. Nesse sentido pode-se entender porque alguém disse que a originalidade em escrever é a arte de copiar sem citar a fonte. Ou, como disse outro, copiar de um livro é plágio, mas copiar de vários livros é pesquisa. É claro que não é correto copiar ipsis litteris ou dizer o que alguém disse ipsis verbis sem citar a quem de direito. O ponto em questão é: Ninguém anda só.

Portanto, amigo professor, se você mencionar alguém ou copiar alguma coisa literalmente, cite a fonte. Mesmo que você não saiba ou não lembre de pronto o nome do autor. É de alguém? Então diga "alguém", ou algo parecido; apenas para ficar claro que você não é o autor. Isso não é demérito para você. Um Doutor (PhD), por exemplo, não é menos criativo por fazer citações diretas ou indiretas em sua obra, ou mesmo por citar uma relação infindável de autores na bibliografia. Sua criatividade não está, propriamente, no ajuntamento das variadas informações, e sim, na habilidade de interpretar com suas próprias palavras conceitos que nem sempre são dele mesmos. O que ele irá relatar talvez não seja tão novo assim; porém, o modo como vai escrever ou falar somente ele saberá como fazê-lo. É uma questão de personalidade.
Com isso em mente gostaria de compartilhar com você, professor e professora da escola bíblica dominical, sobre a sua criatividade na sala de aula, mas não sem antes verificarmos as possíveis fontes dessa criatividade e a preparação de uma aula criativa. E depois que eu acabar de falar ao seu coração (assim esperamos), por favor, entre em contato comigo, para dar sua opinião sobre este artigo, além de sugestões e criticas construtivas. Com certeza este artigo não deverá terminar no fim da leitura com um simples ponto final. Ele não ficará completo agora. Então, vamos terminá-lo juntos? Estou esperando por você.


O PROFESSOR CRIATIVO E AS FONTES DE SUA CRIATIVIDADE


Quais seriam as possíveis fontes da criatividade do professor? Podemos relacionar como principais as seguintes:


Deus 


Deus é a fonte de tudo que é bom (cf Tg 1.17). Ele é a bondade em essência. Quando Deus criou todas as coisas não apenas aprovou como bom tudo que fez, mas também expressou o reconhecimento da glória de Sua criatividade.

Além disso, Deus é a fonte da sabedoria. Salomão pediu sabedoria ao único que realmente poderia lhe dar. A Bíblia nos exorta a buscarmos com fé a sabedoria lá do alto para a realização da obra de Deus (Tg 1.3-5). É Deus quem nos capacita com a Sua graça para que sejamos verdadeiros instrumentos nas Suas mãos (1 Co 15.10; 2 Co 3.5; Ef 3.7,8).

Professor, busque a excelência da sabedoria. Conte com Aquele que poderá revesti-lo com a graça do saber. Tenha uma vida de verdadeira comunhão e oração com o seu Deus. Ande com Deus. Busque a Deus, prepare-se em oração e meditação na Palavra para você desfrutar o quanto antes da colheita do seu trabalho.

A excelência do ensino começa aí. Ensinar é muito mais que os poucos minutos dentro de uma sala de aula. Ensino é vida, e essa vida você adquire andando com Deus.

Mas cuidado, não confunda a fé com negligência. Quando Deus dá sabedoria não a dá como se fosse um raio que de repente cai sobre a nossa cabeça e passamos a conhecer, de agora em diante, todas as coisas. O que Deus faz é primeiramente aguçar a fome e sede da Palavra e da oração e nos burilar em nosso dom.

Você não pode falar da Palavra se não tiver prazer na Lei do Senhor. Você não deve falar de oração se não possui uma vida de oração. Nós não podemos dar o que não temos. O professor precisa viver o que fala. Certamente isso falará mais alto do que o próprio ensino. Além disso, o aperfeiçoamento do seu dom ocorrerá mediante erros e acertos. Não foi bem hoje, não desista. A perfeição na arte de ensinar se adquire com a prática.



A Bíblia




A Bíblia é outra fonte inesgotável de criatividade. É impressionante como uma leitura bíblica bem feita aguça consideravelmente o nosso intelecto. Não há como preparar uma boa aula sem a Bíblia. Afinal, ela é o nosso principal instrumento de trabalho.

As histórias da Bíblia são as melhores ilustrações que um professor pode ter para incrementar suas aulas. Há outros recursos? é evidente que sim. Mas a Bíblia é insubstituível. O que os seus alunos querem e precisam ouvir é a Bíblia. Esta é a sua missão: Ensinar a Bíblia aos seus alunos.

Tudo na Bíblia tem uma aplicação prática para a nossa vida. Paulo disse que tudo quanto outrora foi escrito, para o nosso ensino foi escrito (Rm 15.4). Devemos, portanto, imitar os bons exemplos que temos na Bíblia, e evitar os erros daqueles que erraram antes de nós.

Sendo assim, dentre todas as suas leituras, dê prioridade à Bíblia, pois é ela que realmente edifica, além de ser a sua principal ferramenta de trabalho. Ensine a Palavra e viva o que a Palavra ensina.


A literatura eclesiástica e secular


Entre tantas coisas que nos influenciam nesta vida, poucas são tão eficazes quanto os livros. Através dos livros somos capazes de viajar a lugares longínquos e até inimagináveis, pois eles invadem a nossa cabeça e mudam, muitas vezes, a nossa maneira de pensar; nossas atitudes; hábitos, etc. Daí a importância de lermos bons livros, porque, sendo bom ou não, um livro sempre nos influenciará em alguma coisa. Como disse um velho professor de literatura que eu tive, "somos o que lemos". Nesse caso, o importante não é tanto a preferência literária que se tem, mas sim, o conteúdo do que se lê.

Talvez possamos dividir os livros em técnicos e comuns; religiosos e seculares. De um e de outro lado pode-se encontrar bons e maus livros. Você, amigo professor, quer fazer o melhor? É claro que quer. Todos nós devemos almejar a excelência do ministério que Deus nos deu. Então, seja amigo dos livros. Leia muito. Leia bons livros.

Recomendo a você a leitura de livros como As Sete Leis do Ensino; Igreja Ensinadora; Ensinando Professores a Ensinar; Aprimorando a Escola Dominical; A Pedagogia de Jesus; Didática para a Escola Dominical; O Bom Professor Conhece Seus Alunos e Socorro! Meus Alunos Sumiram. Esses livros poderão ajudá-lo. Alguns deles podem estar esgotados, mas você encontrará, se não esses, outros iguais ou até melhores nas principais livrarias evangélicas de sua cidade. Você notará que nem todo livro didático é tão pratico como deveria ser. Alguns livros didáticos que li não me ajudaram muito, porém, a maioria deles foi enriquecedora.

Além dos livros de pedagogia evangélica também temos bons livros na literatura secular. Recomendo pelo menos três deles: Didactica Magna; Planejamento de Ensino e Avaliação, e Ensino: As Abordagens do Processo. Minha professora de psicologia da educação da faculdade de filosofia dizia que este último é a bíblia da educação. Ele é um pouco enfadonho, mas é muito bom.

Mas não pare aí meu caro professor. Leia todo tipo de literatura. Leia revistas e jornais, enfim, leia de tudo. Mas leia sempre com senso crítico. Até mesmo os livros evangélicos! Qualquer literatura fora da Bíblia é passiva de desconfiança. O único livro para o qual você deve abrir totalmente seu coração é a Bíblia. Fora dela leia de tudo um pouco e retenha o que é bom.


Outras fontes de criatividade


A natureza é uma outra fonte inspiradora da criatividade. Mesmo para quem mora nos grandes centros das cidades é possível perceber um pouco da glória de Deus em Sua criação. Contemple a perfeição de Deus. Veja como Ele foi criativo ao criar o sol, a lua, as estrelas, as árvores, os pássaros, a formiga e você. A criação de Deus emana a criatividade do seu Criador.

Além disso, nesses tempos de pós-modernidade podemos tirar proveito de toda esta tecnologia que faz parte do nosso cotidiano. A televisão é uma boa fonte de informação que ajudará o professor criativo a estar por dentro dos acontecimentos. Os telejornais ajudam bastante.

Outra bênção da modernidade, quando bem utilizada, diga-se de passagem, é a internet. Os recursos da internet são incalculáveis. Com ela você fica muito bem informado, além de poder ajudar outras pessoas que possuam a mesma tecnologia. Eu esperei dez anos para ter meu computador, e valeu a pena, pois eu o adquiri no auge da internet. Hoje, além de ter nas mãos informações variadas, posso dar minha humilde contribuição ao compartilhar com outras pessoas alguns de meus artigos e estudos bíblicos.


O PROFESSOR CRIATIVO E A PREPARAÇÃO DA AULA


Não é preciso dizer que uma boa aula é aquela que se prepara com calma, antecedência e nunca na última hora às pressas. Como deve ser, portanto, a elaboração de uma lição, a fim de que ela seja bem apresentada na sala de aula?

A preparação de uma boa aula consiste da preparação do professor. Por mais óbvio que isso para ser, não podemos fugir dessa verdade. A lição pode estar até bem preparada, mas se o professor não estiver preparado para o dia de sua apresentação, certamente ele não vai render.


O antes do professor criativo


Antes da preparação da aula propriamente dita, é preciso que o professor faça das fontes de criatividade uma prática natural do seu ministério. Eu entendo aquelas palavras de Paulo, "o que ensina, esmere-se no fazê-lo", como facilmente aplicável nesse quadro.

Se você não tem tempo para se dedicar ao ensino, então não cometa o pecado do despreparo. Não subestime a inteligência do Espírito Santo de Deus assumindo um cargo do qual você não está devidamente qualificado, apenas porque não tem outra pessoa para fazê-lo. A obra de Deus deve ser feita com brio, zelo e dedicação, jamais de qualquer maneira e relaxadamente.

Professor, a apresentação de sua aula deve representar uma pequena parcela daquilo que você fez antes. Professor criativo e dedicado não é aquele que apenas ensina, mas é aquele que se prepara e se empenha com afinco e antecipadamente para o ensino. A diferença básica entre o professor e o aluno é que aquele estudou antes deste. Portanto, "o que ensina, esmere-se no fazê-lo".


O durante do professor criativo


Durante a preparação da aula organize, em espírito de oração, é claro, tudo que você conseguiu através do preparo prévio. Faça um esquema dos pontos principais de sua lição. Se você se sente à vontade em levar suas anotações para a sala de aula, deixe tudo bem arranjado para que você não se perca durante a apresentação. Nunca leve seus rascunhos para a sala de aula, mas sempre seus apontamentos finais, bem elaborados e definidos.

Deixe-me esclarecer uma coisa: quando eu digo se você se sente à vontade em levar anotações para a sala de aula, não estou de modo algum condenando essa prática. É melhor ter em mãos uma pró-memória do que ir para a aula sem nada e fazer feio. Uma anotação bem feita geralmente é vista com bons olhos pelo povo. Quando um professor não se sai bem na exposição da aula, a falta de um esboço ou algo semelhante torna mais evidente sua negligência. Eu particularmente procuro não levar anotações para a aula, porém, é preciso dominar muito bem o assunto que se vai abordar.

Na verdade, com ou sem papel nas mãos precisamos conhecer muito bem a matéria que vamos ministrar. Suas anotações devem passar tão despercebidas aos olhos das pessoas quanto aos seus. Use seu papel, mas não se detenha demasiadamente a ele. Mesmo que precise usar anotações ou esboço, domine o tema.

Muito bem, você esquematizou sua lição, organizou todos os tópicos e sub-tópicos. Agora vamos para o passo seguinte.


O depois do professor criativo


Depois que você se preparou para preparar sua aula e então deixou tudo esquematizado, faça uma revisão de cada ponto. Planeje a ministração de suas aulas, relacionando entre si seus temas para que haja coerência e se evite a antecipação da matéria quando chegar a apresentação da aula propriamente dita. A partir daí inicie um levantamento das possíveis perguntas que sua classe faria. Um trecho de poesia popular nos diz quais são essas perguntas:

Tinha seis amigos fiéis,
Ensinaram-me tudo quanto sei,
Chamam-se Como e Que e Por que,
Onde e Quando e Quem.

Use o mesmo princípio para estabelecer as perguntas que você faria a sua classe. Terminando isso, com certeza estará preparado para dar sua aula, porque agora você sabe exatamente o que pretende dizer. E saber o que se vai dizer é extremamente significativo, pois a maioria das pessoas não tem dificuldade em perceber quando o professor está enrolando. Só fale quando realmente tiver algo a dizer.


O PROFESSOR CRIATIVO E A AULA PROPRIAMENTE DITA

Chegamos na sala de aula. Qual deve ser nosso procedimento agora? Ensinar? É claro, mas vamos com calma. A aula é o resultado natural do que fizemos antes. Se não nos preparamos, ou não nos preparamos adequadamente, isso ficará evidente no ensino. O princípio é o mesmo para uma boa preparação prévia. Estando bem preparado ficamos seguros e transmitimos segurança também. Contudo, existe um fator que aumenta ainda mais essa segurança e que eu acho importante compartilhar com você.


Vamos nos ambientar?


Este fator é a ambientação. O que isso significa? Bem, você orou em casa, estudou, está preparado e agora entra na sala de aula, dá um bom dia a todos, faz mais uma oração, canta um hino talvez e começa a aula, certo? Não! Faltou ainda o aquecimento. Você é um atleta de Jesus, também precisa se aquecer.

Por ambientação entenda-se chegar cedo, vinte, trinta minutos ou mais antes do início da aula, a fim de entrar no espírito da aula com a classe ainda vazia. Medite, ore mais uma vez. O bom professor não é aquele que chega deliberadamente atrasado, muito menos aquele que chega em cima da hora. O bom professor chega cedo na sala de aula. Eu mesmo tenho uma dificuldade tremenda em ensinar ou pregar se não estiver ambientado. Já passei por isso por força da circunstância e não gostei. De modo que, com dez anos de ministério, dá para contar nos dedos de uma única mão quantas vezes cheguei atrasado em um compromisso. Você está me entendendo professor? É mais ou menos como aquela corrida em que o atleta chega antes para fazer aquecimento e se concentrar para a prova.


Interagir: a melhor maneira de ensinar

Costumo dizer para a minha classe bíblica dominical e de estudo bíblico semanal que a minha aula é feita 50% por mim e 50% por eles. Isto não quer dizer que eu me preparo pela metade, e sim, que na elaboração de minhas aulas há espaço para os meus alunos. Eles ficam felizes em saber que são importantes por terem participação direta no meu ensino. Eles perguntam e eu respondo, sem que eu ofereça respostas prontas. Além disso, procuramos fazer de cada aula um momento bem descontraído sem perder a reverência.

Geralmente apresentamos uma série de lições semanais, relacionadas umas às outras, com estudos diretamente da Bíblia. Não uso revista ou apostila. Só a Bíblia. Não distribuo material para evitar a distração e o adiantamento do que estou falando. Mas isso não quer dizer que meus alunos ficam sem o que fazer durante a semana. Peço que a classe leia, na semana, textos bíblicos referentes ao tema que estamos estudando ou iremos estudar, responda algumas perguntas relacionadas ao tema e traga suas dúvidas para a próxima aula. Além disso, os alunos são constantemente incentivados a lerem a Bíblia como um todo. Todos devem trazer papel e caneta para anotações.

Relacionamos as lições ao cotidiano deles, desafiando-os a praticar as verdades aprendidas. Avaliamos o êxito do trabalho verificando semanalmente a transformação em suas vidas, o que é deveras gratificante e compensador. Os alunos também participam sugerindo temas de estudos. Não existe monopólio em nosso grupo.

A maioria dos meus alunos faz pergunta naturalmente, isto é, geralmente não preciso instigá-los. Quando um assunto é interessante aos ouvintes, eles se manifestarão sem maiores dificuldades. Mas quando eu percebo que após cinco minutos a classe permanece quieta, então começo a lançar algumas perguntas trazidas de casa e, daí em diante, tudo transcorre bem. E quando alguém quer falar além da conta, muitas vezes tentando sair do tema proposto (intencionalmente ou não), com habilidade procuramos cortar, aproveitando uma pausa na fala dele, e assim retomamos o bom andamento da aula.


Onze lembretes importantes:


1) Professor, evite dar as respostas de suas próprias perguntas imediatamente. Se a classe sabe que você irá responder logo em seguida, sem que ela tenha tempo de responder, com certeza não se entusiasmará em respondê-las. Na verdade ela ficará com a impressão de que você realmente não está tão interessado assim no que eles pensam.

2) Evite também aquelas perguntas incompletas como, por exemplo, "Deus amou o...". Isso aborrece. Pode ajudar numa classe de crianças pequeninas, mas é terrível no caso dos maiores.

3) Nunca desdenhe uma pergunta por mais óbvia que ela pareça ser.

4) Não ria jamais com a pergunta de seu aluno. Geralmente ele receberá isso como desprezo, não da pergunta, mas da própria pessoa dele.

5) Faça elogios sinceros aos seus alunos por mais simples que sejam as perguntas ou respostas.

6) Quando tiver dificuldade com alguma pergunta, valorize seu aluno ou aluna, agradeça a pergunta e peça-lhe permissão para saber o que a classe pensa a respeito.

7) Jamais manipule a palavra. Você não é o dono da verdade. O bom professor aprende juntamente com seus alunos.

8) Seja humilde e sincero; não tenha vergonha de dizer "não sei" ou "vou pesquisar e trago a resposta semana que vem". Mas traga mesmo! A igreja saberá que além de humano você é uma pessoa de palavra.

9) Evite o distanciamento do assunto proposto na classe. Tenha o controle da situação.

10) Seja dinâmico e dê sua aula com gosto e entusiasmo. Isso compensará o fato de, por exemplo, o aluno levantar cedo e ir à escola dominical, pois certamente ele irá à aula com o mesmo entusiasmo seu.

11) Sua aula precisa ter começo, meio e fim. E se porventura não teve tempo de terminar a lição, deixe bem claro que ela terá um fim. Seus alunos precisam saber para onde você e eles estão indo.

O professor também pode enriquecer sua aula com recursos audiovisuais. Estes recursos são fundamentais na classe de crianças porque elas dependem dessa percepção. Na classe de adultos também ajuda. Visualizar, através de uma lousa ou retroprojetor o que está sendo ensinado, ajuda bastante. Contudo, vale aqui uma ressalva. Nenhum recurso audiovisual substitui a pessoa do professor. Já vi professor dando um show de aula sem recurso algum, como também presenciei professores com todos os recursos se expressando de maneira apática. O bom é unir o útil ao agradável, porém, nada substitui a figura do professor.


Com água na boca


Para a glória de Deus, faça o melhor em classe. Deixe o povo com água na boca. Primeiro pela aula em si; segundo pela curiosidade. O ser humano é por natureza curioso. Aguce essa curiosidade. Não fale tudo numa única aula. Deixe um pouco para a semana que vem.

Na igreja onde sou pastor costumamos, no final de cada aula, despertar os alunos quanto ao próximo assunto a ser estudado, mostrando-lhes a possibilidade de aprenderem coisas novas e como poderão solucionar algumas questões em casa e resolver outras em classe. Este é um dos motivos pelos quais eu não adoto revistas. Já usei muito, mas hoje não. Isso não é uma crítica para quem as usa. Temos boas revistas que podem e devem ser usadas com o máximo proveito. Porém, as revistas geralmente costumam ter lições diferentes umas das outras, a pesar de estarem todas sob um mesmo tema. Sem contar que muitas vezes acomoda aquele professor que ao invés de usá-las apenas como roteiro, não faz novas pesquisas, lê toda revista na sala de aula, não acrescenta nada de novo e, como resultado, torna a aula cansativa e enfadonha.

Eu prefiro uma seqüência bíblica. Quando fui pastor em Santa Catarina a igreja que pastoreei não usava revistas. Eu sempre as usei nas poucas igrejas onde fui pastor. Assim que cheguei no Sul disse ao conselho que gostaria de adotar uma revista. Foi quando eles me sugeriram que eu fizesse um teste por alguns meses. Caso não me adaptasse, a igreja adquiriria as revistas. Para minha surpresa peguei gosto pela coisa, visto que o aproveitamento da classe foi bem maior. Além de acabar de uma vez com aquela velha briga, "gente leia a revista!", "vocês precisam ler a revista!", "quem leu a revista em casa?", e economizar um bom dinheiro.

Ao retornar a São Paulo assumi uma igreja que adotava revistas. Propus um teste de três meses sem as revistas. Aí foi a igreja que pegou gosto. A minha classe, por exemplo, cresceu em todos os sentidos porque ninguém perdeu o interesse pela escola bíblica dominical. Em nossa igreja o professor tem liberdade de adotar ou não uma revista (desde que seja de uma editora idônea) e também escolher, juntamente com a sua classe, o tema que quiser.

Nossa escola dominical está crescendo bastante e todos são unânimes em afirmar que isso é o resultado de uma escola dinâmica e criativa. Os professores partem do princípio de que ninguém é uma tabula rasa, na qual são impressas, progressivamente, imagens e informações, e sim, que todos, professores e alunos, têm potencial para fazer uma escola dominical cada vez melhor.
Vale a pena investir na escola bíblica dominical!

1   2   3   3a   3b   3c   3d   3e   3f   4   5
6   7   8   9   10   11   12   13   13a   13b

Nenhum comentário:

Postar um comentário