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sábado, 16 de janeiro de 2010

ECUMENISMO E O SANGUE DOS MÁRTIRES - II

Parte VIII
ECUMENISMO E O SANGUE DOS MÁRTIRES - II
 Em 1 de novembro de 1215 iniciou-se o IV Concílio de Latrão convocado pelo papa Inocêncio III através da Bula Vineam Domini Sabaoth, de 10 de abril de 1213. Nele, os hereges são apresentados como os que devem ser combatidos por suas “doutrinas insensatas, fruto de uma cegueira provocada pelo pai da mentira. Suas heresias estão dirigidas contra a fé santa, católica e ortodoxa, sendo um perigo para a unidade da fé da cristandade” [grifo nosso]. Diz mais:

“Condenamos a todos os hereges sob qualquer denominação com que se apresentem; embora seus rostos sejam diferentes, estes se encontram atados por uma cola, pois a vaidade os une”.

“Assim como o diabo e os demônios, criados por Deus naturalmente bons, pela vaidade foram expulsos do paraíso, também por causa da vaidade os hereges devem ser expulsos do convívio social [grifo nosso]. Os condenados por heresia devem ser entregues às autoridades seculares para serem castigados. No caso de clérigos, deverão ser desligados de suas Ordens. Quanto aos bens, serão confiscados [grifo nosso]”.

“Os que se armarem para dar caça aos hereges, gozarão da indulgência e do santo privilégio concedidos aos que vão, em ajuda, à Terra Santa ". 


ENCÍCLICAS SOBRE O ECUMENISMO

"Com o poder e autoridade sem os quais tal função seria ilusória, o Bispo de Roma deve assegurar a comunhão de todas as Igrejas [grifo nosso]. Por este título, ele é o primeiro entre os servidores da unidade. Tal primado é exercido a vários níveis, que concernem à vigilância sobre a transmissão da Palavra, a celebração sacramental e litúrgica, a missão, a disciplina, e a vida cristã. Compete ao Sucessor de Pedro recordar as exigências do bem comum da Igreja, se alguém for tentado a esquecê-lo em função dos próprios interesses [grifo nosso]. Tem o dever de advertir, premunir e, às vezes, declarar inconciliável com a unidade da fé esta ou aquela opinião que se difunde. Quando as circunstâncias o exigirem, fala em nome de todos os Pastores em comunhão com ele. Pode ainda - em condições bem precisas, esclarecidas pelo Concílio Vaticano I - declarar ex cathedra que uma doutrina pertence ao depósito da fé. Ao prestar este testemunho à verdade, ele serve a unidade." (Encíclica Sobre o Empenho Ecumênico. 1994).

“A comunhão de todas as Igrejas particulares com a Igreja de Roma: condição necessária para a unidade. A Igreja Católica, tanto na sua praxis como nos textos oficiais, sustenta que a comunhão das Igrejas particulares com a Igreja de Roma, e dos seus Bispos com o Bispo de Roma, é um requisito essencial - no desígnio de Deus - para a comunhão plena e visível. De facto, é necessário que a plena comunhão, de que a Eucaristia é a suprema manifestação sacramental, tenha a sua expressão visível num ministério em que todos os Bispos se reconheçam unidos em Cristo, e todos os fiéis encontrem a confirmação da própria fé. A primeira parte dos Actos dos Apóstolos apresenta Pedro como aquele que fala em nome do grupo apostólico e serve a unidade da comunidade - e isto no respeito da autoridade de Tiago, chefe da Igreja de Jerusalém. Esta função de Pedro deve permanecer na Igreja [grifo nosso] para que, sob o seu único Chefe que é Cristo Jesus, ela seja no mundo, visivelmente, a comunhão de todos os seus discípulos" (Encíclica Sobre o Empenho Ecumênico. 1994).

Essas palavras são traduzidas da seguinte forma: É possível a aproximação ecumênica, desde que reconhecida a supremacia da Igreja Católica, gerida pelo Vigário de Cristo, o Papa, como sucessor de Pedro, a quem compete advertir e avaliar as opiniões contrárias.
Da Encíclica Moratlium Ânimos, de 10.01.1928, do papa Pio XI, vejamos algumas diretrizes do tópico “a única maneira de unir todos os cristãos”;

“Assim, Veneráveis Irmãos, é clara a razão pela qual esta Sé Apostólica nunca permitiu aos seus estarem presentes às reuniões de acatólicos por quanto não é lícito promover a união dos cristãos de outro modo senão promovendo o retorno dos dissidentes à única verdadeira Igreja de Cristo [grifo nosso], dado que outrora, infelizmente, eles se apartaram dela”.

“Portanto, dado que o Corpo Místico de Cristo, isto é, a Igreja, é um só (1 Cor. 12,12), compacto e conexo (Ef. 4,15), à semelhança do seu corpo físico, seria inépcia e estultícia afirmar alguém que ele pode constar de membros desunidos e separados: quem pois não estiver unido com ele, não é membro seu, nem está unido à cabeça, Cristo (Cfr. Ef. 5,30; 1,22). A Obediência ao Romano Pontífice - Mas, ninguém está nesta única Igreja de Cristo e ninguém nela permanece a não ser que, obedecendo, reconheça e acate o poder de Pedro e de seus sucessores legítimos” [grifo nosso].
“Pois se, como repetem freqüentemente, desejam unir-se Conosco e com os nossos, por que não se apressam em entrar na Igreja, "Mãe e Mestra de todos os fiéis de Cristo" (Conc. Later 4, c.5)”?
“Aproximem-se, portanto, os filhos dissidentes da Sé Apostólica, estabelecida nesta cidade que os Príncipes dos Apóstolos Pedro e Paulo consagraram com o seu sangue; daquela Sede, dizemos, que é "raiz e matriz da Igreja Católica" (S. Cypr., ep. 48 ad Cornelium, 3), não com o objetivo e a esperança de que "a Igreja do Deus vivo, coluna e fundamento da verdade" (1 Tim 3,15) renuncie à integridade da fé e tolere os próprios erros deles, mas, pelo contrário, para que se entreguem a seu magistério e regime” [grifo nosso].

O “infalível” papa Pio XI não usou de meias palavras para expressar o pensamento do Vaticano com relação aos não católicos. Em resumo, disse que só fazem do Corpo de Cristo os que reconhecem e acatam o poder do Papa, como legítimo sucessor de Pedro. Disse mais, de forma inequívoca, que a união dos cristãos só será possível com o retorno dos irmãos separados ao catolicismo. alguns avanços localizados, não há muito para comemorar em termos de progresso do diálogo sincero e fraterno, da aceitação mútua, do entendimento consensual entre o catolicismo e demais igrejas, da participação conjunta de católicos e acatólicos em movimentos evangelísticos e sociais.
Estamos convictos de que barreiras intransponíveis impedem a plena realização das propostas do ecumenismo cristão, que tenta a aproximação entre os ramos da cristandade: a Igreja Católica, a Igreja Protestante, a Ortodoxa, e outras. Com o objetivo de identificar tais óbices, divulgaremos neste trabalho diversos pronunciamentos, decisões conciliares, palavra ex cathedra de “infalíveis” papas, da hierarquia católica, de órgãos ligados ao movimento ecumênico, de jornalistas e pesquisadores.

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