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segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

VI - "UM CÂNTICO NOVO" (2)

Parte VI
"UM CÂNTICO NOVO"

Ap 5.1-22


A mencionada passagem traz um hino de louvor entoado por quatro "seres viventes" e por vinte e quatro anciãos, chamado no contexto de "um cântico novo", expressão freqüente nos Salmos.


Tanto nos Salmos quanto no Apocalipse, trata-se de um hino que canta novas e gloriosas manifestações da benignidade divina. Observe-se o Salmo 33.3: "Cantai-lhe um cântico novo. Tocai bem e com júbilo". Por sua vez, no Salmo 40, Deus livrou o salmista de um terrível poço e de argila pantanosa e pôs em seus lábios um novo cântico para louvar a Deus (v. 3).

No entanto, o paralelo mais próximo no Antigo Testamento está em Isaías 42.9,1, o qual exorta, "Vede, as primeiras coisas se cumpriram, e novas coisas eu vos anuncio; antes que venham à luz, vo-las faço ouvir. Cantai ao Senhor um cântico novo, e o seu louvor desde as extremidades da terra, vós os que navegais pelo mar, e tudo o que nele há, vós, ilhas, e seus habitantes". Nesta expressão de agradecimento, Deus declara coisas novas e o profeta convoca os homens a que cantem uma nova expressão de louvor a Deus.

O cântico novo é conseqüência direta de uma nova criação; é sempre um hino de louvor pelas misericórdias de Deus, sobretudo pela graça de Jesus Cristo. Uma das características, por sinal, do Apocalipse é ser o livro das coisas novas:
· Um nome novo (2.17; 3.12)
· Uma nova Jerusalém (3.12; 21.2)
· Um cântico novo (5.9; 14.3)
· Um novo céu e uma nova terra (21.1)
· E a grande promessa de que Deus fará novas todas as coisas (21.5).

Em grego, há duas palavras para dizer "novo": neós, que quer dizer "novo no tempo, produzido recentemente" e kainós, que é "novo em qualidade, nunca existido". Este segundo vocábulo é precisamente o que foi utilizado neste trecho, querendo significar a qualidade de canção, o tipo de vida, de mentalidade que Cristo traz.
A vida cristã autêntica irradia eterna e renovada alegria, porque Deus traz sempre à vida dos crentes em Cristo essa nova qualidade que somente a fé em Cristo pode criar nos seres humanos. O cântico da redenção! O cântico do amor que liberta.
O antigo cântico era o da criação (Jó 38.7); agora, cumprida a redenção para os santos em glória, anseiam eles pelas manifestações do Senhor e do grandioso novo hino que irrompe com todo o seu significado. Seu tema é Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus, o Leão de Judá e a Sua dignidade, pois Ele é digno: foi morto; comprou a glória e a honra para Si mesmo. Portanto, nenhum outro louvor será ouvido no céu.

A obra redentora do Cordeiro que é digno é descrita por variadas qualidades:

· É para Deus, primariamente. Diz o texto, "compraste para Deus" (cf. Ef 1.1-14)
· É pelo sangue de Cristo, afirmando o texto que "foste morto... e com o Teu sangue compraste", a cruz
· É ilimitada, pois os salvos vêm "de toda tribo..."
· Faz dos remidos um reino "e para o nosso Deus os fizeste um reino... terra"
A missão redentora de Jesus Cristo é baseada na sua disposição de entregar a própria vida pelos nossos pecados, e, pela Sua morte, traz os seres humanos a um relacionamento correto com Deus. Sua obra redentora é oferecida a todos, pois diz a passagem, "homens de toda tribo, e língua, e povo e nação". O significado desta expressão é que o amor de Deus não conhece barreiras raciais ou nacionais, ou seja, a graça da redenção é para todos. Um hino contemporâneo diz que:

Não há em Cristo Norte ou Sul,
Poente ou Leste algum,
Mas sim a comunhão de amor
que faz de todos um.


CORISTAS, CONJUNTOS E SOLISTAS


"E olhei, e vi a voz de muitos anjos ao redor do trono e dos seres viventes e dos anciãos; e o número deles era miríades de miríades; e o número deles era miríades de miríades e milhares de milhares, que com grande voz diziam:
Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor.
Ouvi também a toda criatura que está no céu, e na terra, e debaixo da terra, e no mar, e a todas as coisas que neles há, dizerem:
Ao que está assentado sobre o trono, e ao Cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a glória, e o domínio pelos séculos dos séculos: e os quatro seres viventes diziam: Amém.


E os anciãos prostraram-se e adoraram"..


Visto que tratamos de um novo cântico, e, deste modo, falamos de música, bem que o capítulo 4 de Apocalipse poderia ser chamado de o Oratório da Criação. Se assim o é, o capítulo 5 bem que pode ser denominado o Oratório da Redenção.
Nestes oratórios combinados ouvimos o Quarteto dos Seres Viventes que canta: "Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus Todo-poderoso, aquele que era, e que é, e que há de vir" (4.8).

Vindo em seguida, o Coro Masculino dos anciãos entoando

"Digno és, Senhor nosso e Deus nosso,
de receber a glória, a honra e o poder,
pois tu criaste todas as coisas,
e por tua vontade existem e foram criadas" (4.11).

Temos Solistas em 5.2: "Quem é digno de abrir o livro e lhe desatar os selos?"

E, então, um Responso em 5.5:
"Não chores: eis que o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, venceu para abrir o livro e os seus sete selos"

O Quarteto e o Coro Masculino combinados cantam agora o novo cântico (5.9),
"Digno és de tomar o livro e de abrir-lhe os selos,
porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação
e para o nosso Deus os constituíste reino e sacerdotes;
e reinarão sobre a terra"

E, com eles, o Grande Coro de milhares e milhares de vozes em canto triunfal,
"Digno é o Cordeiro que foi morto
de receber o poder, e riqueza,
e sabedoria, e força,
e honra e glória, e louvor" (5.12)

Chega-se ao Grand Finale com todas as criaturas no céu, na terra, debaixo da terra, e no mar exclamando:
"Ao que está assentado sobre o trono,
e ao Cordeiro, seja o louvor, e a honra,
e a glória e o poder para todo o sempre"

O Amém do Quarteto (v. 14) encerra o concerto.
Essa é a música do céu, razão porque na terra a Igreja de Jesus Cristo, que deve cantar em harmonia e no mesmo ritmo, não tem o que temer!

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