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segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

A MALDIÇÃO

A MALDIÇÃO

O livro Diario de un Exorcista, escrito pelo Pr. Win Worley e publicado pela Hegewisch Baptist Church, dá a seguinte definição de maldição:


"Pronunciar um desejo maligno contra alguém; imprecar o mal sobre alguém; clamar para que caia prejuízo ou dano sobre alguém; aborrecer, trazer o mal sobre alguém; infamar, amaldiçoar, acossar com grandes calamidades".

A maldição, então, é causada por alguém que trabalha em harmonia com uma atividade específica de espíritos malignos, segundo a teologia do Pr. Worley. Conceitos outros são, por exemplo:
"Quando usamos os lábios para amaldiçoar, estamos chamando a nós o que existe no inferno" 
"Com nossa própria boca podemos autorizar o diabo a atuar nas circunstâncias e nas vidas das pessoas" 
"Quando uma mulher se submete ao marido, recebe proteção especial contra o mundo dos espíritos malignos" 
Tenho sérias dúvidas acerca das definições apresentadas porque sem permissão de Deus, essas maldições não acontecem dentro da minha casa!

"Orar, impor as mãos e orações a longa distância, quando são indicadas, inapropriadas, erradas ou mal motivadas, podem produzir resultados daninhos e espantosos com os efeitos de uma maldição" 

Vamos entender: ele está dizendo que se alguém orar erradamente, em vez de abençoar, vai amaldiçoar a pessoa por quem está orando?! E conta histórias como a do casal de irmãos pentecostais que "orava" pelos enfermos, e cuja esposa julgava ter o dom da cura divina. Conta o autor que ela impunha as mãos sobre os doentes, e piorava o estado em que se encontravam. Diz, ainda, que o esposo lia intensamente, embora fosse um crente em Jesus Cristo, os livros de Edgard Cayce. autor espírita norte-americano, além de outros. Com essas leituras, recebia inconscientemente poderes ocultos do Maligno, e passava sem o saber, à esposa, de modo que quando ela impunha as mãos sobre um enfermo, eles ficavam em estado pior porque liberava maldições. Completa o Pr. Worley dizendo que havia expulsado desses doentes o Príncipe (é como chama ele ao Diabo), Enfermidades Terminais, Câncer Controlado, Distrofia Muscular, Leucemia, Tuberculose e Doenças Cardíacas. Recomenda que se use Gálatas 3.13 e Colossenses 2.14 para quebrar essas maldições. Isso me parece muito com certa apresentadora de um quadro de um programa que apresentava um programa de tarô, búzios, etc, mandando "fazer o salmo tal" para resolver este ou aquele problema num autêntico uso mágico da Bíblia, coisa nunca autorizada em suas páginas.

Em Bênção e Maldição, o autor menciona a história de uma senhora que vivia desanimada e triste. Perguntou-lhe o nome, e ela respondeu, "Maria das Dores". Ao que ele afirmou, "A maldição está no seu nome; é preciso mudá-lo". Ela se entregou a Jesus Cristo, e foi instruida a não mais assinar esse nome, e usar apenas uma rubrica; desejou a senhora ser chamada Maria de Jesus em lugar do antigo nome para evitar a maldição. Não parece o conselho dos astrólogos e numerólogos que fizeram a cantora Sandra Sá mudar para Sandra de Sá, e o Jorge Ben a se tornar Jorge Benjor, e o ex-presidente Fernando Collor de Mello a assinar F. Collor? E deu bom resultado? Não tem todos esses casos, inclusive o conselho vindo do pastor, cheiro, sabor e textura de superstição? 

O mesmo autor também ensina que carros saem amaldiçoados porque quem os fabrica em São Paulo e Minas Gerais são pessoas infiéis, e por isso, deve-se "quebrar a maldição" Menciona, ainda, uma senhora que viu um pezinho de abóbora entre pedras de uma construção em frente de sua casa, e dissera em tom de brincadeira, "Eu te abençoo, ó pé de abóbora. Vamos ver o que acontece": colheu abóboras enormes, maravilhosas?! 

Segundo os teólogos das maldições, uma maldição pode ser devolvida a quem a enviou, e se for hereditária, pode ser quebrada. No primeiro caso,

"Quando maldições são quebradas e espíritos devolvidos a quem os enviou (Sl 109.17), reverberações são geradas no mundo dos espíritos, levando os feiticeiros a se tornar mais cuidadosos. Demônios que retornam a quem os enviou podem ser mais vingativos, zangados, cruéis e perigosos a quem os mandou".


Por outro lado,


"Devolvendo as maldições e os espíritos que elas geraram e liberarem sobre suas vítimas à pessoa que os enviou, você pode estar 'abençoando-as' (Sl 7.16; 9.15; 35.8; 70.2,3; 109.17; Ne 4.4)". 


Quanto à herança das maldições, 


"Nas vidas dos descendentes de Adão outro princípio de julgamento emerge, e que é encontrado através da Palavra de Deus. Os filhos sofrem pelos pecados dos pais" 

O Pr. Worley se esquece de Ezequiel 18, capítulo, aliás, pouco lido, e, menos ainda, comentado pelos teólogos dasa maldições:

"Eis que todas as almas são minhas; como o é a alma do pai, assim também a alma do filho é minha: a alma que pecar, essa morrerá. ... A alma que pecar, essa morrerá, o filho não levará a iniqüidade do pai, nem o pai levará a iniqüidade do filho. A justiça do justo ficará sobre ele, e a impiedade do ímpio cairá sobre ele" (vv.4,20).

No livro Curse of the Vagabond, John Eckhardt menciona o que chama de "a maldição do vagabundo" que se reflete nas pessoas que vagueiam de cidade em cidade, de trabalho em trabalho, de casa em casa, de igreja em igreja, ou de ministério em ministério, no caso de pastores. Diz o autor: "São vagabundos".Usando como base o Salmo 107.1-8, identifica o autor no verso 4, espíritos de Nomadismo e Solidão; no verso 5a, espíritos de Pobreza , Desespero, Desencorajamento e Depressão. No verso 7, a libertação desses espíritos leva a uma habitação e abrigo; e no verso 8, a libertação provoca o louvor, e é uma das obras maravilhosas de Deus (não deixa de sê-lo).

O primeiro vagabundo da Bíblia, de acordo com Eckhardt, é Caim (Gn 4.11,12), e em Lamentações 3.64-66 identifica o resultado dessa maldição que é dureza de coração, e inclui Fracasso, Tragédia, Frustração, Morte, Destruição, Problemas Familiares, Dor, Problemas Conjugais, Doenças, Problemas Mentais, Suicídio, Aborto, Acidentes, Depressão, Tristeza, Luto, Tormento, Vergonha, Amargura etc. 

Para a "quebra" das maldições, ensinam os seus teólogos, começamos por apelar a Deus pelo perdão dos pecados dos nossos antepassados e ancestrais. O escritor de Quebrando as Maldições Hereditárias sugere que se trace a árvore genealógica da pessoa até a terceira geração. Colocam-se os nomes dos pais, avós e bisavós; anota-se a nacionalidade, a raça, a religião, o tipo de morte mais comum na família, a enfermidade freqüente, e como o casamento é avaliado dentro da família. Há outras perguntas dentro desse quadro de levantamento da árvore familiar. Naturalmente, ele considera básicos textos como Êxodo 20.5; Provérbios 3.33; Salmo 37.22,28; Provérbios 17.13; 2Samuel 3.29; Salmo 109.5,6,9,10. E apesar de apresentar textos como Romanos 5.17-19, onde explica que Deus quebrou as maldições dando-nos uma herança em Cristo, a graça, a justificação e a vida, ainda assim, ensina a se fazer a árvore genealógica para pedir a Deus a quebra das maldições e perdão dos pecados dos pais, avós e bisavós?! Isso é caminhar em dois perigosíssimos terrenos! Um é o terreno mórmon, e o outro é o católico-romano. No mórmon, a confecção das árvores genealógicas para batismo visando à salvação dos parentes falecidos! No terreno do romanismo, é de se indagar se já estamos fazendo orações por quem está no purgatório! Visto que parece estar sendo criado um tipo de purgatório evangélico com essa idéia de quebrar pecados e maldições, pedindo perdão a Deus por pecados praticados pelos antepassados?! 

Um dos teólogos das maldições afirma que se alguém orar por três ou quatro gerações e não der certo (???), se não conseguir quebrar a maldição (como vai saber se a maldição do tio-avô foi quebrada?), ele diz: "Quando um fenômeno parece resistir à quebra de uma maldição, vá a quinze ou vinte gerações". Isso é complemente fora de sentido! Observe-se que mesmo que se "quebrem" as maldições, há outros descendentes dos antepassados (tios, irmãos, primos) nos quais os problemas vão permanecer. E como explicar?


Aqui uma Fórmula para quebrar maldições 


"Em nome de Jesus Cristo, eu repreendo, quebro e liberto a mim mesmo e minha família de qualquer e todas as maldições malignas, feitiços, encantamentos, bruxarias, magias, todo azar, todos os poderes psíquicos, fascínio, feitiçaria, poções amorosas, e orações psíquicas que têm sido postas sobre nós até dez gerações atrás em ambos os lados da minha família.

"Quebro e liberto a mim mesmo de espíritos associados ou relacionados a qualquer pessoa ou pessoas, a qualquer fonte de ocultismo ou psíquica. Eu te peço, Pai Celeste, que os faça voltar a quem nos enviou! (Gn 12.3,28; 27.29; Dt 30.7; Sl 109.17-19). Que quem ama a maldição a receba em si mesmo".



Pronto! Acabamos de virar pai-de-santo evangélico, babalorixá cristão, e discípulo de Cristo amaldiçoador, quando ensina a palavra de Deus:

"Abençoai aos que vos perseguem; abençoai, e não amaldiçoeis" (Rm 12.14);

"Finalmente, sede todos de um mesmo sentimento, compassivos, cheios de amor fraternal, misericordiosos, humildes, não retribuindo mal por mal, ou injúria por injúria; antes, pelo contrário, bendizendo; porque para isso fostes chamados, para herdardes uma bênção" (1Pe 3.8,9);

"Bendizei aos que vos maldizem, e orai pelos que vos caluniam" (Lc 6.28; cf. 1Co 4.12).

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