Parte VI
Eu Sou Cristão!
Autor(a): PR. SÉRGIO LEOTTO
Pastor Auxiliar do Templo Batista Bíblico em Jacareí, Graduação em Teologia no Seminário Bíblico Palavra da Vida
Infelizmente quando iniciamos uma conversa sobre política, logo nos perguntam: Você é de direita ou de esquerda? Então, a partir da nossa resposta já é posto sobre nós um rótulo de comunista, centrista, de direita e assim por diante.
Sendo um cristão confesso eu não posso deixar de exaltar a originalidade e a “antecipação” do cristianismo (apesar do desenvolvimento que Platão, Aristóteles e outros deram a temática) no que diz respeito à forma de governar. É por isso que eu me policio para afirmar que a minha ideologia político-econômica é oriunda dos princípios cristãos e não de alguma perspectiva centrista, esquerdista..., pois eu julgo estas formas de conceber o “fazer político-econômico” simplesmente como tentativas “inconscientes” de se chegar próximo ao que Deus legara para o homem, porquanto Ele mesmo implantou no coração de suas criaturas a Sua Lei. Então, não me perguntem se sou PSDbista ou Petista; eu sou cristão! Não obstante, não definam cristão como uma forma Norte Americana de ver o mundo (não que eu deixe de ter admiração pelos Estados Unidos), e sim, como um modo de se viver baseado na Palavra de Deus. Então, posto tudo isto, vamos falar sobre a ideologia político-econômica do cristianismo!
Bem, tendo por base o Antigo Testamento e Jesus Cristo, o Cristianismo sustenta a sua ideologia de governo em princípios de solidariedade e fraternidade. Assim, para o cristianismo: o pobre, a viúva, os órfãos e os marginalizados são objetos do socorro e da ajuda da sociedade (entenda-se sociedade como sendo constituída por: Povo, Igreja e Governo). Portanto, não pode haver pessoas que passem necessidades. Este é um princípio básico do cristianismo.
Não obstante, não podemos confundir o cristianismo (aqui eu peço licença aos da Teologia da Libertação para discordar deles) com as propostas do comunismo, pois eles afirmam que aquele é o retrato exato do que Marx quis ensinar. Como eu já disse, não podemos confundir as propostas do cristianismo com tentativas humanas de solucionar os problemas do homem.
O cristianismo ainda tem por base a responsabilidade humana para o seu próprio desenvolvimento sócio-econômico. Podemos ver em textos bíblicos Deus afirmando que o preguiçoso comerá o pão da miséria.
Sendo, então, responsabilidade do homem contribuir para o seu sustendo, podemos concluir que Deus não se opõe a propriedade privada; ao contrário, a riqueza, enquanto produto da honestidade, e como meio de se ajudar o próximo nunca foi hostilizada pelo cristianismo. Por conseguinte, o cristianismo rechaça a atitude daqueles que querem viver tão somente às custas do governo sem, tão pouco, colocarem a “mão na massa”.
O Estado (leia-se Governo) tem uma posição de facilitador e de pacificador, podendo, sempre que for preciso, usar da “força” para manter a paz e a justiça na sociedade. Conseqüentemente, o governo nada mais é que uma instituição que vive em favor do todo e não simplesmente dos pobres.
Com efeito, o governo (ou governos) devem prover condições mínimas para o bom andamento das questões da sociedade. Ele não pode querer assumir o papel de absoluto ou de Deus, pois isto seria o primeiro passo para o totalitarismo.
Assim, podemos dizer que existem partidos políticos e propostas de governo que se assemelham com a cosmovisão cristã, podendo, então, nos achegar a um destes partidos e tentar construir uma nação justa e igualitária; mas, o que temos de lembrar é que o cristianismo está acima de qualquer ideologia humana porquanto ele (o cristianismo) foi concebido pelo próprio Deus sendo, portanto, imune a qualquer falha.
Encerrando, eu quero deixar expresso que sou a favor de uma parceira madura e prudente entre Estado e Igreja. Não para que um imponha ao outro o que cada um deve fazer no que tange as suas atividades particulares e, sim, para que os dois pensem e executem juntos uma proposta político-econômica viável para a sociedade. O cristianismo nunca fez uma dicotomia entre o poder político e o espiritual, tudo é governado por Deus. Ele está acima de todo e qualquer poder. Então, afirmo abertamente: Eu sou cristão!
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