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sábado, 23 de janeiro de 2010

A PÁSCOA NO CALENDÁRIO - 1

Apostila 16

Estudo Teológico Sobre Festas
A PÁSCOA NO CALENDÁRIO
Parte I

 Por que o natal é comemorado sempre no dia 25 de dezembro e a páscoa é celebrada em dia e até mês diferente da páscoa anterior? Sabemos que a páscoa judaica e a páscoa cristã são distintas em sua essência, embora ambas abordem o mesmo tema da libertação. A primeira comemora a libertação do cativeiro egípcio sob a liderança de Moisés, enquanto que a segunda, a páscoa cristã, enfoca a libertação do pecado em Cristo Jesus, mediante sua morte e ressurreição. 




Contudo, gostaria de chamar sua atenção para o lugar da páscoa nos calendários judaico e cristão. Os judeus comemoram a páscoa no mês de nissan, que equivale ao nosso mês de março ou abril. O calendário judaico é basicamente lunar; o cristão é solar. O calendário cristão remonta ao período de Júlio César, o primeiro imperador romano.

Com o auxílio de Sosígenes, astrônomo de Alexandria, Júlio César elaborou um calendário em que o ano comum seria de 365 dias e que, para acertar o ano civil ao ano trópico (designação para o tempo decorrido entre duas passagens consecutivas), fosse acrescentado de 4 em 4 anos um dia complementar. Ao ano de 366 dias foi dado o nome de bissexto. Por isso, a cada quatro anos o mês de fevereiro tem 29 dias. Esse calendário foi criado no ano 45 a.C. e denominou-se calendário juliano em homenagem ao imperador que o instituiu. No século XVI o papa Gregório XIII fez algumas correções no calendário juliano, e por isso passou a ser chamado também de gregoriano. É que o ano trópico não tem exatamente 365 dias e 6 horas como se pensava, e sim, 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 50 segundos. Portanto, o calendário juliano estava errado em 11 minutos e 10 segundos por ano para mais. Esses, acumulados no decorrer dos séculos, trouxeram confusão, a ponto de em 1585 já haver uma diferença de 10 dias entre o ano trópico e o ano civil. Coube então ao papa Gregório XIII determinar a reforma do calendário cristão.

Em suma, o calendário cristão é solar e o judaico lunar (Luach). Por ser solar, o calendário cristão torna-se bissexto a cada quatro anos. O calendário judaico, diferentemente do gregoriano, está baseado no movimento lunar, quando cada mês (com 29 ou 30 dias) se inicia com a lua nova. Se comparado com o calendário gregoriano, temos em um ano solar 12,4 meses lunares, ocorrendo uma diferença a cada ano de aproximadamente 11 dias. Para compensar essa diferença, a cada ciclo de 19 anos acrescenta-se um mês inteiro (Adar II), o ano de 13 meses ou embolísmico.

Essa alteração é necessária por causa da páscoa. A páscoa judaica deve cair sempre na primavera.

Embora o calendário cristão seja solar, ele é lunar quanto à páscoa. Os cristãos tomaram emprestado o calendário judaico para que a páscoa cristã coincidisse com a páscoa judaica. É por isso que a cada ano a nossa páscoa cai em dias e até meses diferentes. O princípio é o mesmo para o carnaval. Não existe carnaval no calendário judaico, mas por ser o carnaval uma festividade essencialmente pagã, adota-se o calendário lunar para que o carnaval aconteça sempre antes da páscoa.

Lembre-se que a páscoa é uma das festas mais importantes para o judeu. Sua comemoração nunca deve acontecer fora da primavera. É verdade que não é em todo o mundo que se comemora a páscoa na primavera, e sim no outono também; mas isso acontece porque metade do planeta está no hemisfério norte e a outra no hemisfério sul. Aqui no Brasil, por exemplo, na época da páscoa estamos no outono, mas nos Estados Unidos, Europa e Israel é primavera.

Os Evangelhos relatam que Jesus ressuscitou num dia muito especial. Ele ressurgiu no primeiro dia da semana; no dia do Senhor, no domingo. O primeiro dia da semana nunca mais seria o mesmo após a ressurreição de Jesus. Sua ressurreição também ocorreu num dia ensolarado. E na primavera, a estação mais alegre do ano.

Finalmente, quanto ao natal ser comemorado no dia 25 de dezembro, independente do dia da semana (embora não se saiba ao certo o dia em que Jesus nasceu) é que, além de não existir natal no calendário judaico, e por ser o nascimento de Jesus uma data tão importante para o cristianismo, preferiu-se adotar o calendário solar.

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