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sábado, 20 de fevereiro de 2010

IV - PREGAÇÃO

Parte IV
PREGAÇÃO

O literal e o analógico


Usamos com muita normalidade imagens, analogias e ilustrações na conversação diária. Com efeito, fazemos poesia quando conversamos, e, como pregadores, realizamos a pregação como uma atividade poética. Se é criação, feitura, há de ser um poema. É lembrar que na língua grega, "feitura" se diz poeimia, de onde resulta a nossa palavra "poema". Pregação é igualmente uma atividade dramática. No ato de interpretar e repassar a palavra um verdadeiro sociodrama, ou, melhor ainda, um psicodrama, quando nos vemos, e nos descobrimos nos meandros e na mensagem do texto sagrado. Ainda mais: pregação é um canal de graças. Bênçãos sem conta descem nessa virtual escada de Jacó quando os anjos sobem levando o incenso e o fervor de nossas orações, e descem trazendo a bênção, a unção e a graça do trono de Deus.


Eis-nos diante do texto. Temos necessidade de interpretá-lo. É preciso hermeneutizar porque o povo de Deus gasta considerável parte do seu tempo em cultos, Escolas Bíblicas, células ou pequenos grupos de crescimento discutindo documentos escritos que são os textos bíblicos. Também pelo fato de que estes textos constituem o cânon da Escritura da comunidade, e porque a igreja, apesar de ter o cânon fechado, serve a um Deus vivo e que dá direção. Ainda mais: a igreja necessita da interpretação dos textos bíblicos que reside na relação entre a igreja e as Escrituras. Relação que não é simples, visto que a autoridade da Escritura se faz presente, e ela informa, mas também corrige, confirma, encoraja e julga. 

É verdade. A Bíblia precisa ser interpretada por, pelo menos, dois motivos: 

1. É composta por livros antigos pertencentes a uma cultura diferente da nossa:

2. Tem uma mensagem válida e permanente que deve ser aplicada a situações vividas hoje.

Observe-se, no entanto, que a interpretação bíblica tem sido uma área de intenso conflito. Ou como o expressou Bultmann: "Não existe uma interpretação neutra da Bíblia". No entanto, faz-se a interpretação com base em:
· diferentes formas de interpretar;
· diferentes comunidades de intérpretes: judaísmo, protestantismo, catolicismo;
· diferentes visões: científica, literária, pastoral, teológica.

Ao lado do método histórico, também chamado de literal, tem sido largamente difundido o alegórico, que propõe que além do significado comum e óbvio de uma passagem bíblica expresso pelo primeiro, existe o significado real ou espiritual. 

Esse sistema foi desenvolvido pelos gregos c. 520 a. C. para a interpretação de Homero e Hesíodo. Mais adiante, intérpretes judeus , notadamente Aristóbulo (2o século a. C.) e Filo de Alexandria (1o século d.C.). Esse método alegórico foi muito usado até a Reforma. Era marcado pela pouca preocupação com o panorama histórico. "Jerusalém", por exemplo, podia ser a Cidade Santa, mas também a Igreja. Pedro, na sua Primeira Carta, descreve o diabo como um leão que ruge. No 5o século, Agostinho interpreta a arca como figura da Igreja. Suas dimensões representavam para ele o corpo humano de Cristo, e a porta ao lado da arca são as feridas no lado de Cristo crucificado. Na Idade Média, houve uma acentuada preferência pelo Cântico dos Cânticos. Nele, Salomão foi alegorizado como Jesus Cristo, e a Sulamita como a Igreja. 

Tem sido longa a história da interpretação e uso dessa interpretação na pregação cristã. Entre os judeus, três etapas marcam sua parte na história: de 300 a. C. a 200 d.C.; de 200 a 700; de 700 a 1100. A ausência do profetismo fez surgir a sinagoga e a figura do rabino, ou mestre, cuja tarefa era fundamentalmente harmonizar os textos entre si, e adaptar a escritura a toda circunstância. Deu-se a formação do corpo da Lei Oral (o Talmud) em contraposição à Lei Escrita (a Torah) já existente. Criou-se, afinal, um sistema vocálico pelo massoretas para a preservação da pronúncia do texto avocálico.

A interpretação da Igreja Apostólica foi de tipológica, passando pela simbólica até a cristológica.. Isso significa que passagens do Antigo Testamento foram tidas como figuras e tipos das ações messiânicas para o primeiro caso. Quanto ao simbolismo, prevalece o sinal e o símbolo mais que a interpretação literal ou histórica. Na terceira, o eixo de pensamento é Cristo.

Na interpretação patrística (séculos II a V), a Escritura possui um sentido espiritual oculto que deve ser descoberto. 

Para os Apologetas, o Antigo Testamento é sombra do Novo. O método largamente utilizado foi o tipológico. Nesse caso, algumas palavras do Evangelho devem ser lidas como alegoria. 

A Escola Alexandrina (Egito), que vigorou entre 180 e 450, conciliava a filosofia grega com a mensagem cristã, usando igualmente o método alegórico. Na verdade, os alexandrinos viam três sentidos na Bíblia:
· literal
· moral
· alegórico

Assim, diziam que as funções da Bíblia eram: narrar o que acontecera; sugerir ensinos morais e exigir a busca do sentido profundo. O próprio Orígenes pontificava que para os principiantes era o sentido corporal; para os avançados, o psíquico; para os perfeitos, o espiritual.

A Escola Antioquena (Síria, 280 a 500) buscava o sentido literal e histórico. Estudava o contexto para descobrir o sentido literal. Para isso, estudava a Bíblia palavra por palavra. Na busca do sentido típico, partiam para o antítipo através do tipo.

Os Capadócios (Ásia Menor) situaram-se no meio caminho entre os alegóricos de Alexandria, e os histórico-literais de Antioquia.

Na Idade Média (séculos VIII-XIV) foram estabelecidos os quatro sentidos da Escritura:
· Literal, que mostra os fatos reais.
· Alegórico, que ajuda a descobrir o mistério oculto
· Moral, que orienta os costumes
· Anagógico, que encaminha para as realidades transcendentais

Realmente, um longo caminho até hoje. 


LITERALIDADE


É a significação conceitual imediata que o autor dá a suas palavras para expressar uma idéia. Para isso se serve das regras convencionais de gramática dentro de uma lógica de sentido comum, refletindo a situação histórica concreta em que vive o referido autor. Recebe também os nomes de Sentido Histórico e Lógico-Gramatical.

Não se procura ver um sentido cabalístico desligado do contexto histórico. No entanto, o autor bíblico pode expressar suas idéias com palavras que hão de ser tomadas em sentido próprio. 

O sentido literal é o óbvio e geral, a exegese o esclarece prontamente. 


ANALOGIA


Ensina Buttrick que "a pregação busca a linguagem metafórica porque Deus é uma misteriosa Presença-na-Ausência". Daí o aparente misterioso nome de Deus Eu-Sou-O-Que-Sou, que visa a dizer (o que não foi repassado pelos antigos tradutores) "Eu-Sou-O-Que-Sempre-Serei", "Eu-Serei-O-Que-Sempre-Tenho-Sido", "Eu-Continuarei-A-Ser-O-Que-Sempre-Fui", "Eu-Não-Mudo", ou, ainda, "Eu-Sou-O-Eterno".

De fato, algumas vezes, onde não há uma definição formal, torna-se claro o significado pelo uso de alguma expressão análoga ou pela antítese, em sentido figurado ou metafórico. Nesse caso, há largo uso de sinédoques, metonímias, metáforas, ênfases, hipérboles e elipses. Entenda-se alegoria como uma metáfora continuada. 

De modo amplo, analogia é qualquer semelhança que se estabelece por um confronto. Pode haver algum grau de imperfeição, evidentemente., mas deve ficar sempre bem patente que a analogia fixa o significado da forma de uma palavra pela forma semelhante de outra conhecida. A palavra já determina o conceito, ana-ton-auton-logon, ou seja, "segundo o mesmo logos". Isso quer dizer que mantendo diversidade de duas coisas, é dado lugar a certa semelhança, embora pequena, que baste para manter a comparação. As essências são diversas, mas a relação é a mesma. E porque a "analogia é uma estrutura fundamental em todos os campos do ser e do saber, também se faz presente na interpretação da palavra de Deus. 

Aristóteles entendia que a denominação por analogia era o tipo mais importante de metáfora ou de sentido translato. A própria palavra "metáfora" significa "transporte"; transporte de conceitos, de idéias, de significados. Dizer que alguém "entrou pelo cano" é um metáfora, assim como algumas metáforas perderam esse sentido, como, por exemplo, quando alguém na Idade Média da língua portuguesa era perseguido por cães ferozes, e lembrando que a palavra "cão" no português antigo se dizia "perro", era uma pessoa "aperreada", alguém que estava em sérias dificuldades de ser destroçado por aqueles animais intratáveis. Diz-se que há uma "analogia", uma "correspondência". A linguagem já foi definida como uma dicionário de metáforas extintas. Entendendo assim, a Bíblia deve ser definida "como um complexo de metáforas válidas: metáforas e parábolas, que aludem às realidades divina e humana". 

Na Bíblia, há uma relação entre "loucura" e "pecado", portanto, "sabedoria" terá a ver com "retidão" e "piedade". A Bíblia usa fartamente a linguagem analógica, a linguagem de correspondência. Dizemos com a Bíblia que "o Senhor sobre ti levante o rosto..." "Deus é luz" e "se andarmos na luz, como ele está na luz..." , e que "o Verbo se fez carne, e habitou entre nós..." E tudo isso é linguagem da analogia.


Símbolos Sagrados


Sem dúvida, o simbolismo bíblico é um dos assuntos mais difíceis, talvez, ou mesmo, delicado para ser tratado pelo intérprete da Bíblia Sagrada. Do Gênesis ao Apocalipse, símbolos são larga e fartamente utilizados, e caíam na sensibilidade dos ouvintes ou leitores porque uma lição espiritual e moral se encontrava implícita. A formação do Adam em suas modalidades de ish e ishah; Torre de Babel, a b'rith milah, a Escada de Jacó, a Sarça Ardente, a Cruz do Calvário, as línguas-como-de-fogo do Pentecostes, todo o variadíssimo desfile de animais fabulosos, números, cores, cidades, nuvens, lagos, praças ensinam que há pertinência para uma tentativa de extrair das metáforas, alegorias e hipérboles lições eternas plenas de concretude para a prática de vida do cristão das vésperas do século 21, e, particularmente, do obreiro e da obreira na Causa de Jesus Cristo.

Verdades espirituais e oráculos proféticos foram transmitidos em símbolos que merecidamente podem receber o nome de sagrados, e, assim, a providência e a graça de Deus foram repassadas até hoje. Por causa deste caráter enigmático, há necessidade de intérpretes que tenham um discernimento sadio e apropriado, para que aquilo que se apresenta confuso, ilógico e fora de propósito, tome forma, razão e objetivo.

O método apropriado e lógico de investigar os princípios do Simbolismo consiste fazer uma comparação entre os variados símbolos bíblicos, especialmente aqueles que se fazem acompanhar de uma solução autorizada. É possível que haja quem negue a realidade de certos relatos ou de detalhes nesses relatos. Há quem negue a espada flamejante "ao oriente do jardim do Éden", por não entender o simbolismo do fogo, sinal da presença, da direção, da glória ou da justiça de Deus. 

O sangue é um elemento freqüentemente lembrado por seu altíssimo simbolismo espiritual. Da Antiga à Nova Aliança, o sangue se faz presente; presente e marcante. 


O Sangue como Símbolo 


Sangue em hebraico é dam. É palavra tão importante que aparece 360 vezes no Antigo Testamento. O livro de Levítico (Vaiykra) tem a maior freqüência com 88 registros, sendo seguido por Ezequiel com 55 menções. A grosso modo, é possível dividir a menção do sangue em duas partes: 
.O derramamento de sangue como resultado de violência resultando geralmente em morte, como no caso de guerra ou assassinato.
.O derramamento de sangue, sempre resultando em morte, como ato litúrgico: sacrifício ou consagração a Deus. 

O sangue simboliza a vida: o sangue da vítima é a vida que é passada através da morte. Por essa razão, quando se afirma que alguém é "salvo pelo sangue de Cristo" está, na verdade, dizendo que somos salvos pela vida de Cristo, e deste modo, participamos de Sua vida. 

Outra interpretação enfatiza que o sangue no Antigo Testamento denota não a vida, mas a morte, ou seja, a vida que é oferecida na morte. Que seja esclarecido, no entanto, que não há nos conceitos veterotestamentários qualquer preocupação com morbidez das divindades que regiam o mundo do além (como imaginavam os vizinhos pagãos do povo de Israel).

Examinar, portanto, símbolos é buscar sentido, as idéias, o que queremos expressar. E a expressão requer signos (palavras, vocábulos, gestual). Lembremos, entretanto, que estamos tratando de um mundo e de uma mente que diferem substancialmente da nossa: somos cidadãos ocidentais, latinos, beirando o século 21, de mentalidade helênica, com capacidade de pensar em abstrações; os livros que compõem o Antigo Testamento refletem um modo de vida oriental, semita, de 3 mil anos passados, com imensa tendência de pensar em termos concretos. Portanto, o figurativo, o plástico, o gráfico seria o signo para dar sentido às expressões que não poderiam ser traduzidas por vocábulos, aquilo que Saussure chamou de significante, de ordem material e que se situa no plano da expressão.


Alegoria


É um recurso de linguagem que consiste na representação de uma idéia abstrata por uma figura dotada de atributos que sugerem aquela mesma abstração. Ensina Fountain que a alegoria é a extensão da metáfora, quando metáfora, por sua vez, indica semelhança entre duas coisas diferentes, declarando que uma é a outra. 
A alegoria é uma forma de interpretação. Segundo Hansen, "Decifra significações tidas como verdades sagradas, ocultas na natureza sob a aparência das coisas e também na linguagem figurada dos textos das Escrituras, que revelam um 'sentido espiritual'". 

De acordo com a alegoria hermenêutica, existe uma prosa do mundo a ser pesquisada no mundo da prosa bíblica. E adianta o mencionado Hansen que "se as coisas podem ser consideradas signos na ordem da natureza, é porque são signos na ordem da revelação... os da Escritura designam coisas e estas, por sua vez, designam verdades morais". 

É precisamente uma verdade moral e espiritual que se procura abordar no exame de material extraído do livro do Levítico. O texto escolhido vem do capítulo 8 que trata da consagração de Arão e seus filhos. Remetemos o leitor ao estudo Consagrado para Cuidar, amostra do que foi trabalhado em um trecho da palavra de Deus, e já publicado na página Bíblia World Net. 


FONTES PRIMÁRIAS


1. Almeida, Antonio. Manual de Hermenêutica Sagrada. 2ª ed. SP, Presbiteriana, 1985. 

2. Alter, Robert. The World of Biblical Literature. BasicBooks, 1992.

3. Angus, Joseph. História, Doutrina e Interpretação da Bíblia. Vol. I. Ed. Revista e aumentada. Rio, CPB, 1951. Trad. J. S. Figueiredo. 303 p. 

4. Buttrick, David. Homiletic - moves and structures. 4a impr. Philadelphia, Fortress, 1989. 497 p. 

5. Carmo, Maria e Dias, M. Carlos. Introdução ao Texto Literário. Lisboa, Didáctica, 1976.

6. Carone Netto, Modesto. Metáfora e Montagem. SP, Perspectiva, 1974. 

7. Charpentier, E. et al. (Orgs.) Iniciação à Análise Estrutural. SP, Paulinas, 1983. Trad. Carlos D. Vido.

8. Cherubim, Sebastião. Dicionário de Figuras de Linguagem. SP, Pioneira, 1989.

9. Clements, Ronald E. "Levítico". In: Allen, Clifton J. (Org.) Comentário Bíblico Broadman. Vol. 2. Rio, JUERP, 1990. Trad. A. A. Boorne. Pp. 15 - 96.

10. Cordero, Maximiliano Garcia. Problemática de la Bíblia - los grandes interrogantes de la Escritura.Madri, B.A.C., 1971. 460 p. 

11. Coreth, Emerich. Questões Fundamentais de Hermenêutica. SP, E.P.U., 1973. Trad. C. L. de Matos.

12. Craddock, Fred B. Preaching. Nashville, Abingdon, 1985. 224 p. 

13. Croatto, J. Severino. Hermenêutica Bíblica. São Leopoldo-São Paulo, Sinodal-Paulinas, 1986. Trad. H. Reimer.

14. Fountain, Thomas. Claves de Interpretación Bíblica. 3ª ed. revista e corrigida. El Paso, CBP, 1977. 

15. Garzón, Juan Manuel. Literatura Preceptiva y Nociones de Estética. Nova Edição. Córdoba, Assandri, 1955.

16. Hamilton Victor P. "Dam" (Blood) In: Harris, R. Laird et al. (Orgs.) Theological Wordbook of the Old Testament. Vol. I. 2ª impr. Chicago, Moody Press, 1981. Pp. 190-191.

17. Hansen, João Adolfo. Alegoria. SP, Atual, 1986.

18. Newport, John P. e Cannon, William. Why Christians Fight Over the Bible. Nashville, Thomas Nelson, 1974. 165 p. 

19. Pontes, Eunice (Org.) A Metáfora. 2ª ed. Campinas, UNICAMP, 1990.

20. Sánchez, Tomás Parra. Um Livro Chamado Bíblia. SP, Paulinas, 1996. Trad. V. da Silva. 78 p. 

21. Söhngen, G. "Analogia". In: Fries, Heinrich (Org.) Dicionário de Teologia - Conceitos Fundamentais da Teologia Atual. Vol. I. São Paulo, Loyola, 1970. Trad. PCBR. Pp. 91 - 106. 

22. Teles, Gilberto Mendonça. Retórica do Silêncio I. 2ª ed. Rio, José Olympio, 1989.

23. Terry, M. S. Hermeneutica Bíblica. Buenos Aires, Metodista, s/d. Trad. D. Hall.
24. Virkler, Henry A.. Hermenêutica Avançada. 2ª ed. SP, Vida, 1998. Trad. L. A. Caruso.



FONTES SECUNDÁRIAS

1. Caird, G. B. The Language and Imagery of the Bible. Philadelphia, Westminster, 1980.
2. Fuller, Reginald H. The Use of the Bible in Preaching. Philadelphia, Fortress, 1981.
3. Girardi, Marc. Os Símbolos na Bíblia. SP, Paulus, 1997. Trad. B. Lemos.

4. Kaiser, Jr. Walter C. The Old Testament in Contemporary Preaching. 3ª impr. Grand Rapids, Baker, 1979. 

5. Knierim, Rolf P. A Interpretação do Antigo Testamento.São Bernardo do Campo: Editeo, 1990. Trad. P. P. Schütz.

6. Mateos, Juan e Camacho, Fernando. Evangelho, Figuras e Simbolos. SP, Paulinas, 1992. Trad. I.F.L. Ferreira.

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