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terça-feira, 26 de janeiro de 2010

IX - A Graça na Lei

Parte IX
A Graça na Lei

A lei moral, representada pelos dez mandamentos, deve ser interpretada além do mero literalismo. Entender os dez mandamentos apenas em seu sentido literal seria cair no mesmo erro dos escribas e fariseus. O Novo Testamento nos ensina que a lei moral é espiritual e que, portanto, precisa ser interpretada com maior amplidão.


No chamado “Sermão do Monte”, o Senhor Jesus cita alguns dos dez mandamentos e expõe a verdadeira interpretação deles. A verdade é que os antigos não viram (ou não quiseram ver) que os mandamentos nunca se limitam ao aspecto literal. “O que importa é o espírito da lei”, disse Martyn Lloyd-Jones, “e não somente a letra da lei”. E nisso reside nossa grande dificuldade.

Quando o Mestre afirma que a ira contra um irmão quebra o sexto mandamento (“Não matarás”), e “qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração já adulterou com ela”, isso nos envergonha e humilha. Pois quem, em sã consciência, afirmará que nunca matou ou adulterou, segundo a verdadeira interpretação da lei? Se para sermos salvos precisássemos cumprir à risca a lei de Deus (embora ele a tenha dado com essa finalidade), estaríamos perdidos! Por isso Jesus, a graça encarnada, é o nosso Redentor. Ele cumpriu a lei em todos os sentidos e aspectos. Contudo, ele não nos isentou do dever de nos conduzirmos de acordo com a lei moral. A lei não salva, mas isso não significa que não temos compromisso com ela. “Não há salvação sem santificação”, diziam os puritanos.

Os mandamentos de Deus não são penosos quando dependemos da sua graça para cumpri-los. Se falhamos muito é porque não levamos os mandamentos a sério, descansamos em uma falsa compreensão da Bíblia, e ainda não buscamos a graça capacitadora de Deus. O Senhor exige obediência, mas concede graça. Se estamos dispostos a fazer o que ele pede, ele nos proverá o necessário.

Peçamos a Deus, portanto, com sinceridade de coração, o auxílio para fazermos a sua vontade, porque o Senhor abençoará e recompensará aqueles que pelo menos se esforçam para fazer da melhor maneira o que ele exige. Deus nos deu os seus mandamentos não para sermos subjugados à regras opressivas, mas para promover, pela sua graça, o livre desenvolvimento de nosso caráter espiritual. Porque “a lei é santa; e o mandamento, santo, e justo, e bom” (Rm 7.12).

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