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segunda-feira, 1 de março de 2010

XVIII - COMO NASCE UMA HERESIA VII

Parte XVIII
COMO NASCE UMA HERESIA VII


O Sacrifício do Voto e da Galinha



 Antes de alguém pensar que se trata de plágio, declaro que a heresia do “Sacrifício do Voto” é completamente diferente da que circula no mercado. O título pode ser semelhante, mas os métodos são diferentes. Heresiarca que se preza não copia as heresias de outro colega.




Eu estava passeando pelas ruas de Paris, onde pretendo comprar um apartamento, quando, de repente, uma voz inaudível falou ao meu coração: “O meu povo está perecendo por falta de sacrifício. Convoque o meu povo para fazer um sacrifício dantes nunca visto na história de minha Igreja. Eu me sacrifiquei por todos, mas ninguém quer sacrificar-se por mim”.

Sabia que o Senhor estava falando comigo. Então, ainda enlevado com aquela voz, perguntei: - “Senhor, o sacrifício pode ser em dinheiro vivo ou em animais? E o Senhor respondeu apenas com uma palavra: “PODE”. Fiquei mais feliz ainda. O pensamento do Senhor ajustava-se ao meu pensamento. Fiquei tão contente que entrei numa loja e comprei cinco ternos para bem me apresentar ungido diante do povo de Deus.

Desta vez, meus irmãos, vocês não terão em mãos qualquer objeto ungido. É fantástico. Assim como Jesus se ofereceu para o sacrifício, vocês farão um “voto de sacrifício” como gratidão ao Senhor, por tudo que Ele fez. Quem ficar de fora desse sacrifício não será abençoado. Perderá a qualidade de filho de Deus, e quando morrer sua alma ficará eternamente ardendo no inferno. Quem deseja fazer o sacrifício do voto? Ótimo, vejo que todos aceitaram. Vamos agora às instruções.

Estão lembrados de que o Senhor permitiu dois tipos de voto: um em dinheiro vivo e um em animais. O Senhor deixou comigo a decisão de escolher quais animais devem ser sacrificados e qual o montante do voto. Louvo a Deus pela confiança depositada neste humilde servo. Outro dia, após apresentar esta heresia num de nossos templos, um irmão me perguntou: - “Meu grande pastor, no mês passado eu fiz um voto de duzentos reais para ser abençoado. Permita-me indagar qual a validade daquela bênção”. Após saber que ele tinha oito anos de fé, respondi: “Meu amado, as bênçãos são adicionadas às já existentes. A cada voto você recebe uma bênção especial.

Pelos meus cálculos você já deve ter feito vinte e três votos. Pois bem, quando uma nova bênção se junta à anterior, há um efeito multiplicador. Se nesses oito anos você tivesse feito apenas um sacrifício, teria apenas uma bênçãozinha medíocre, sem expressão, uma bênção que não lhe garantiria nem um prato de comida. Ademais, se não houver constante sacrifício, a sua fé tende a perecer, e “sem fé é impossível agradar a Deus”. Como você demonstrará a sua fé se você não faz o sacrifício? Fé sem obras é morta. Sem voto você é um homem morto. Como Deus vai encher seus bolsos de dinheiro se você rejeita a voz do meu coração, isto é, do coração que recebeu a voz de Deus? Ou será que você não gosta de prosperidade? Pessoal, quem aqui não gosta de dinheiro? Viu, ninguém levantou a mão. Então, é dando que se recebe. Com Deus o negócio é mão dupla.

Mais uma alma rebelde se levantou contra Deus, e me disse: - “Meu grande pastor, não tenha por mal as minhas ignorantes palavras, mas gostaria de sua orientação. A Bíblia diz que “o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender é melhor do que a gordura de carneiros”, conforme está em 1 Samuel 15.22”. “Diz também, amado pastor das nossas almas, que “Sacrifício e oferta não quiseste...holocausto e expiação pelos pecados não reclamaste...deleito-me em fazer a sua vontade”, como está em Salmos 40, versos de 6 a 8”. “Entendo, amado pastor – continuou a alma rebelde – que já somos salvos e abençoados pela fé no Senhor Jesus Cristo, e, assim, constituídos filhos de Deus, e que nada que façamos poderá aumentar a bênção adquirida pelo eficaz sacrifício do Senhor, na cruz. Já somos propriedade dEle, pois fomos comprados com Seu sangue redentor”.

De vez em quando encontramos esses corações renitentes. São pessoas que em lugar de ficarem atentas ao que seus pastores dizem ficam decorando passagens bíblicas ou lendo coisas indevidas na internete. Respondi-lhe que participar do “Voto de Sacrifício” é um sinal de obediência a Deus. Trazer uma galinha colocá-la aos pés do altar, como veremos a seguir, é também um ato de obediência. Ou querem duvidar de mim? Será que não recebi o mandamento de Deus?

Ou será que não sou um ungido de Deus? Todo o meu ser e meus pertences pessoais são ungidos; minha gravata, meias, lenços, camisas, pijamas, lençóis de cama, óculos, caneta até a minha dentadura é ungida.

Retornemos às instruções. Nos dias trinta de junho e primeiro de dezembro de cada ano, cada família comparecerá ao templo para fazer dois sacrifícios. O primeiro será o “Voto do Sacrifício” , de valor igual a um salário mínimo vigente na época. No mesmo dia os que querem ser abençoados depositarão aos pés do Senhor uma galinha viva, de qualquer raça e idade, desde que sem defeito, em bom aspecto, devidamente alimentada e vacinada. Se não houver galinha disponível, que venham os frangos. A vacina é uma exigência legal. A família que tiver apenas uma galinha, que põe um ovo diário para reforço alimentar, traga-a assim mesmo. Quanto maior o sacrifício, maior a bênção. Este princípio vale para o sacrifício do voto. Para não dizerem que esta heresia não é bíblica, ouçam: “Quando alguma pessoa cometer ofensa, e pecar por ignorância nas coisas sagradas do Senhor, então trará ao Senhor por oferta um carneiro sem defeito do rebanho...”, como está em Levítico 5.15. São muitas as citações na Bíblia que falam em sacrifício e oferta de animais. No momento estou exigindo uma galinha. É o começo de uma longa caminhada. Amanhã, conforme as revelações que receber, quem sabe surgirá a necessidade de um porco ou de um bode para o sacrifício. Alguém poderá perguntar: por que os dois votos de sacrifício, o do dinheiro e o da galinha? Aqui funciona o princípio da potencialização da bênção. Uma bênção sobre outra potencializa os efeitos das duas. Duas bênçãos valem mais do que uma bênção. Dois sacrifícios valem mais do que apenas um sacrifício. Dito isto, desejo explicar a destinação das galinhas.

Mandamos construir uma granja com cem galpões para o sacrifício das aves ofertadas, numa área de dez mil metros quadrados. A comercialização desses animais é uma realidade que se impõe. O lucro correspondente será totalmente carreado para a bendita Casa do Tesouro. 

Contratamos dez avicultores e cinco sanitaristas para controlar e fiscalizar o desenvolvimento das aves até o seu abate. Cinqüenta obreiros foram convocados para darem o dízimo de seu tempo na recepção das ofertas e manutenção dos galpões. Nosso objetivo é oferecer à população carne congelada de galinha “da terra” e de frango a preços competitivos, em embalagens de até três quilos. A sua oferta ajudará a população carente. Vejam quão elevados são nossos objetivos. Nos primeiros anos, atenderemos apenas o mercado interno. Esse negócio será “a galinha-dos-ovos-de-ouro” que dará grande impulso aos nossos projetos evangelísticos. Na verdade, a galinha ofertada voltará à mesa do ofertante pelo menor preço da praça. E mais, ao passar por nossos frigoríficos toda a produção receberá uma unção especial, a “Unção do Alimento”. E o dinheiro do sacrifício do voto? Será destinado também à abençoada Casa do Tesouro. Vamos todos unidos ao voto do sacrifício e ao sacrifício da galinha.

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