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terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Parte III

ANJOS: UM SERVIÇO SECRETO MUITO ESPECIAL


A partir de 1994, o Brasil começou a viver uma moda mística, a febre dos anjos. Sem dúvida, quem deu início a essa moda foi uma jovem senhora que antes trabalhava com orixás e depois, através da Fraternidade Branca, com gnomos, duendes, silfos, ondinas, fadas e salamandras. O nome dela é Mônica Buonfiglio. Seus dois sucessos editoriais foram Anjos Cabalísticos e A Magia dos Anjos Cabalísticos.


Mas, apesar de seu aspecto bombástico, essa moda teve um lado positivo, colocar em pauta a discussão sobre a existência ou não dos anjos. E é sobre isso que desejamos falar.
Muitas pessoas, em nome da racionalidade, lançam fora a água e a criança. Negam não somente o misticismo eclético da Nova Era, mas também a realidade do mundo espiritual. Criticam um erro, a superstição, e despencam em outro, o agnosticismo racionalista.

O maior e mais antigo tratado sobre anjos é a Bíblia. No Antigo Testamento, cujos escritos vão do segundo milênio aos anos quatrocentos antes de Cristo, temos 109 referências a anjos. A palavra hebraica para anjo é mal'akh, cuja idéia básica é de um mensageiro sagrado, humano ou sobrenatural. Já no Novo Testamento, cujos escritos vão dos anos 49 a 100 depois de Cristo, temos 186 referências a anjos. Em grego a palavra usada é ângelos, que também tem o sentido de mensageiro, de intermediário.

É interessante que na Bíblia os anjos não tem nada a ver com a angelologia proposta pela Nova Era. Segundo Mônica Buonfiglio, por exemplo, os anjos são entidades etéreas, que não tem memória e nunca julgam. São como bebês...nus, com asas, bochechudos e com um sorriso maroto de criança arteira [Mônica Buonfiglio, Anjos Cabalísticos, São Paulo, Oficina Cultural Esotérica, 1993, p. 64].

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